sábado, 24 de abril de 2021

"Cúpula do Clima mostra que Brasil encolheu"

 


A semana foi de Joe Biden, que relançou os EUA na liderança global da luta contra a emergência climática. Biden encerrou a cúpula convocada por ele nesta sexta se esforçando para lançar a mensagem ao público interno de que é possível criar milhares de postos de trabalho ligados à mudança de matriz energética. O evento, que serviu de palco para que Jair Bolsonaro fizesse promessas pouco críveis de proteção da Amazônia, mostrou "um país que encolheu", escreve Jamil Chade. "Não foi apenas a floresta que diminuiu. A sociedade encolheu, a expectativa de vida caiu, a economia contraiu, a comida no prato foi reduzida e as possibilidades de cruzar as fronteiras foram limitadas", analisa. Já o cientista Carlos Nobre faz um alerta, em conversa com Felipe Betim: ou o Brasil age agora para reduzir o desmatamento ou sofrerá sanções econômicas: "Podem enterrar de vez o acordo entre Mercosul e União Europeia, por exemplo”.

Do México à Argentina, passando pelo Brasil, Equador, Bolívia, Peru e Colômbia, deixar o poder na América Latina significa quase automaticamente terminar no banco dos réus. Cada caso é diferente, conforme o alcance das investigações ou a gravidade das denúncias, mas o fenômeno é transversal e suscita um debate em torno da independência do Judiciário, da impunidade e da ingerência política. Na semana em que o Supremo Tribunal Federal brasileiro deu outra vitória para o ex-presidente Lula, formando maioria ratificando que Sergio Moro foi parcial ao julgá-lo, esta edição traz uma radiografia dos principais escândalos judiciais que afetam ou envolveram ex-presidentes latino-americanos. Nossa rede de correspondentes explica como estes processos impõem um desafio para a credibilidade da Justiça na região.

Em frente à areia do Porto da Barra, em Salvador, um pequeno prédio de dois andares abrigava um acervo de 15.000 livros. A livraria e sebo Porto dos Livros era um refúgio para os amantes da literatura, com direito a um pôr-do-sol privilegiado num cartão postal da capital baiana. Era, assim, no passado, porque a sua foi uma das livrarias que fecharam as portas durante a crise sanitária. Reportagem de Joana Oliveira mostra que a livraria é um exemplo de como a pandemia agravou a crise do mercado editorial e livreiro no Brasil. Agora, há novas pressões: de um lado, a Amazon, que exige das editoras por mais descontos; do outro, a Receita Federal propõe acabar com a isenção de impostos sobre livros com o argumento de que é um consumo de ricos. "A afirmação de que pobre não lê é uma das frases mais terríveis que já ouvi. É uma sentença", critica, em artigo, a escritora de livros infantis e adultos Roseana Murray.

Para se preparar para o Oscar, neste domingo, uma conversa com Thomas Vinterberg, diretor de Druk, indicado a duas estatuetas: “A morte da minha filha me confirmou que deveria rodar uma celebração da vida”. Leia também um trecho de Copo Vazio, de Natalia Timerman. O romance, lançado pela editora Todavia, acompanha Mirela, uma mulher bem-sucedida perturbada por um abandono repentino.



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