segunda-feira, 14 de junho de 2021

Aliado de Bolsonaro, governo Netanyahu cai em Israel

 Foi por pouco, muito pouco. Apenas um voto deu fim aos 12 anos de mandato de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro de Israel, o mais longo na história do país. O resultado da votação no Knesset (o Parlamento israelense) foi 60 a 59 com uma abstenção, o que levou ao poder uma colcha de retalhos formada por partidos de todas as tendências. Com apoio de partidos de esquerda e de agremiações árabes, a cadeira de premiê vai ser ocupada pelo ultradireitista Naftali Bennet. Pelo arranjo, ele ficará 18 meses no cargo e revezará com o moderado Yair Lapid, idealizador da coalizão. Apesar da margem estreitíssima no Parlamento, espera-se que o novo governo ponha fim à instabilidade política em Israel, que teve quatro eleições gerais em dois anos. (UOL)

Netanyahu é o segundo aliado que Jair Bolsonaro vê apeado do poder em poucos meses — o primeiro foi Donald Trump nos EUA. O Brasil, porém, quer manter estreitos os laços com Israel, e, segundo o Itamaraty, Bolsonaro pretende telefonar para Bennet para cumprimenta-lo.  (CNN Brasil)

Filho de imigrantes americanos e milionário do setor de tecnologia, Naftali Bennet iniciou a carreira política à sombra de Netanyahu no tradicional partido direitista Likud, que deixou em 2007 para assumir posições cada vez mais radicais. Seu partido Yamina defende o ultraliberalismo econômico e é contrário a qualquer negociação que envolva a criação de um Estado palestino. (Folha)




O presidente Jair Bolsonaro repetiu em São Paulo neste sábado o desfile de motos com apoiadores que fez no Rio, inclusive na falta de máscaras. Com um governo local menos simpático, porém, a infração pesou no bolso. Ele, seu filho Zero Três, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), três ministros e mais cinco deputados foram multados em R$ 552,71 cada um por desrespeito a um decreto estadual que obriga o uso da proteção. Ao final da motocada, Bolsonaro discursou e, mais uma vez, criticou máscaras e isolamento social, defendendo tratamento comprovadamente ineficazes contra a Covid-19. (G1)

Pouco depois do evento, as redes bolsonaristas espalharam que, segundo o Livro Guinness dos Recordes, a manifestação reuniu 1,3 milhão de motos. Era, como de hábito, mentira. (Estadão)

Falando em pandemia, a oposição vai acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) para que apure o desvio para publicidade institucional do governo de R$ 52 milhões destinados ao combate à Covid-19. O dinheiro deveria ter sido aplicado pela Secretaria de Comunicação do Planalto em campanhas de esclarecimento sobre a doença, mas foi usado em peças publicitárias para enaltecer feitos do governo em outras áreas. (Folha)




Batalhando pela recondução à PGR e ainda sonhando com uma improvável vaga no STF, Augusto Aras vem enfrentando um clima de constante mal-estar com o ministro do Supremo Alexandre Moraes. O magistrado se irritou com o pedido de arquivamento feito pelo PGR do inquérito sobre atos antidemocráticos, que atinge diretamente apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Já Aras ainda não engoliu a operação da PF contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, autorizada por Moraes à revelia da PGR. (Globo)

Falando nisso... Fabio Wajngarten, então chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Bolsonaro, defendeu que a Caixa Econômica liberasse verba para “mídia aliada”, segundo diálogos obtidos pela Polícia Federal na investigação de atos antidemocráticos. Em conversa com o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, Wajngarten reclama que a Caixa devia “dinheiro pra BAND, RTV”. O ex-chefe da Secom diz que sua atuação foi técnica e profissional. (Globo)




Pressionado entre esquerda e direita, Ciro Gomes (PDT) escolheu uma estratégia de campanha presidencial que inclui fortes ataques ao ex-presidente Lula, tirando de Jair Bolsonaro (sem partido) o monopólio do antipetismo. Mas a tática está incomodando setores de seu partido, que temem afugentar eleitores de esquerda e prejudicar a montagem de candidaturas locais que contariam com o apoio do PT. As críticas, antes internas, fluem já para fora do partido. (Folha)




Morreu no sábado, aos 80 anos, o ex-vice-presidente Marco Maciel, um dos mais importantes políticos na transição da ditadura para a Nova República. Embora tenha militado na Arena e no PDS, partidos que deram sustentação ao regime militar até 1984, fez parte do grupo que rompeu com o governo Figueiredo e apoiou a eleição de Tancredo Neves. Foi fundador do PFL, hoje DEM, serviu como vice nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Antes, foi governador de Pernambuco, deputado e senador, e era membro da Academia Brasileira de Letras. Maciel sofria do Mal de Alzheimer. O governo federal decretou luto oficial de três dias. (Globo)

Outra perda, agora na economia, foi o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni, que morreu ontem, aos 76 anos, devido a complicações da Covid-19.  Doutor pela Universidade de Chicago, onde deu aulas para o ministro Paulo Guedes, Langoni presidiu o BC de 1980 a 1983, no governo Figueiredo, o último do regime militar, formando um triunvirato com os ministros da Fazenda e do Planejamento, Ernane Galvêas e Delfim Netto. Auxiliou Guedes na transição dos governos Temer e Bolsonaro e, até adoecer no final do ano passado, era assessor para o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), cargo que acumulava com a direção do Centro de Economia Mundial (CEM) da FGV. (Estadão)

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