sábado, 12 de junho de 2021

Brasil perde 24 árvores por segundo em 2020 e tem fiscalização escassa

 


Em 2020, o Brasil perdeu 24 árvores a cada segundo. Por dia, 2.073.600 unidades vieram abaixo no território nacional. É o que apontam os dados da rede colaborativa de especialistas MapBiomas divulgados nesta sexta-feira. O panorama desenhado pelos números é sombrio: os alertas de desmatamento explodiram por todo o país, com um acréscimo de 30% nos focos detectados só em 2020. Como um todo, o desmatamento avançou 13%. Regiane Oliveira conta que a degradação ambiental contou, nos últimos anos, com um agravante: a baixa atuação do Ibama —o órgão respondeu a apenas 2% dos avisos de desmatamento feitos pelos satélites que monitoram a situação. “Não há limite tecnológico, de informação ou de orçamento para a autuação remota hoje no Brasil. Na prática, é vontade política”, afirma Tasso Azevedo, coordenador-geral da MapBiomas.

E não são apenas as florestas que estão em risco no Brasil e no mundo. O conhecimento medicinal indígena sobre as propriedades farmacológicas e terapêuticas de inúmeras plantas corre o risco de ser extinto, explica Raúl Limón. O motivo é a ameaça de desaparecimento das línguas faladas por diversas etnias indígenas. Apenas na América do Norte, Amazônia e Nova Guiné há 12.495 usos medicinais de plantas, dos quais 75% são conhecidos em apenas uma língua. A situação é crítica, já que a cada duas semanas um idioma desaparece no mundo. “É como uma biblioteca queimada, como amputar uma extremidade. Estamos perdendo oportunidades terapêuticas”, diz Jordi Bascompte, da Universidade de Zurique.

No Peru, segue o impasse sobre as eleições presidenciais. O esquerdista Pedro Castillo terminou a apuração como vencedor por uma margem pequena e o país, dividido, espera que a Justiça se pronuncie sobre o pedido de recontagem de votos feito pela direitista Keiko Fujimori. "Castillo suscita muitos medos na elite peruana. O medo de Castillo é o medo de negociar com o desconhecido, que, em uma sociedade como a peruana, é mais forte do que o medo de negociar com o radical", analisa Gonzalo Banda.

Neste domingo, o Brasil dará o pontapé inicial à controversa Copa América 2021 em meio a uma pandemia ainda fora de controle no país. A Conmebol, que organiza o campeonato, tenta fazer com que o evento seja o primeiro torneio internacional em que os jogadores e todos os envolvidos estejam vacinados contra o coronavírus. A organização disponibilizou doses da Coronavac —imunizante usado em apenas três país sul-americanos— para cada seleção nacional. Correspondentes do EL PAÍS em Bogotá, Buenos Aires, Cidade do México e São Paulo explicam os protocolos e planos para a realização do campeonato. Confira as datas, horários e onde assistir a Copa América a partir de domingo.

Para ler com calma, as consequências da pandemia que vão além da saúde e da economia: o tédio social. Fruto de um cansaço emocional generalizado e de um longo confinamento, prevalece a sensação de que não vamos mais com a cara de ninguém depois do início da crise sanitária. Silvia C. Carpallo conversou com especialistas que alertam para os riscos deste quadro e trazem conselhos de como driblar a apatia generalizada que nos tomou. Ainda nesta edição, Joana Oliveira conversa com a escritora Aline Bei sobre seu novo romance, Pequena coreografia do adeus, e faz as recomendações literárias do EL PAÍS para junho.

Brasil perde 24 árvores por segundo em 2020 e tem fiscalização escassa
Brasil perde 24 árvores por segundo em 2020 e tem fiscalização escassa
Relatório aponta que alertas de derrubada de árvores feitos por satélites aumentou 30% em 2020. Ibama, entretanto, não fiscalizou quase nenhum deles

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