sexta-feira, 25 de junho de 2021

Bolsonaro estuda cancelar Covaxin e cenário aponta derrota no 1º turno

 O governo estuda cancelar a compra da vacina indiana Covaxin, para o qual já havia empenhado R$ 1,6 bilhão. O contrato é alvo de investigações da CPI da Pandemia. O chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, e seu irmão, o deputado (anteriormente) bolsonarista Luís Miranda (DEM-DF), disseram ter levado ao presidente Jair Bolsonaro denúncias documentadas de irregularidades na compra das vacinas. (Folha)

Segundo os irmãos Miranda, Bolsonaro prometeu encaminhar as denúncias à Polícia Federal, mas ontem a PF informou não existir ordem do presidente para tal investigação. (Estadão)

Em seu agressivo pronunciamento na quarta-feira, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Ônix Lorenzoni, disse que o recibo de importação da Covaxin apresentado pelos Miranda a Bolsonaro era falso. Faltou combinar com o Ministério da Saúde. O documento está disponível para consulta no sistema da pasta. (Globo)

Bela Megale: “O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi escalado pelo governo Bolsonaro para ajudar na blindagem do presidente. Nesta quinta-feira, ele participou da reunião do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com a tropa de choque governista da CPI da Covid, no Palácio do Planalto. Pazuello abasteceu senadores de elementos para rebater as denúncias do deputado Luis Miranda e de seu irmão, Luis Ricardo Miranda, sobre supostas irregularidades na compra da Covaxin.” (Globo)

E o deputado Luís Miranda revelou ontem quem foi o auxiliar de Bolsonaro para o qual mandou detalhes sobre as suspeitas de irregularidades na compra da Covaxin: o capitão-de-corveta Jonathas Diniz Vieira Coelho, um dos três ajudantes de ordens do presidente.  (Metrópoles)

Os irmãos Miranda depõem hoje à CPI. (Senado Federal)

Enquanto isso... A CPI ouviu ontem o epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Hallal, e Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do Movimento Alerta. O dado mais impressionante foi apresentado por Hallal: se o Brasil tivesse seguido normas internacionais de combate à pandemia, 80% das mais de 500 mil mortes poderiam ter sido evitadas. (CNN Brasil)

E o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para confirmar a liminar da ministra Rosa Weber vetando a convocação de governadores para depor na CPI. Até o momento, cinco outros ministros votaram acompanhando a relatora. É um golpe de morte na estratégia governista de atribuir a culpa das mortes às ações de estados e municípios. (CNN Brasil)

Bolsonaro provocou revolta nas redes sociais ontem ao aparecer em vídeo tirando a máscara de uma criança numa aglomeração no Rio Grande do Norte. Mais tarde, ele pediu que uma menina de 10 anos tirasse a máscara para declamar um poema em uma solenidade. (G1)

Painel: “Líderes de partidos, de movimentos sociais e deputados apresentarão na quarta-feira, dia 30, o chamado superpedido de impeachment contra Bolsonaro, que reúne mais de 100 pedidos feitos por siglas e grupos de oposição e parlamentares que se arrependeram de ter apoiado o presidente, como Joice Hasselmann (PSL-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP)” (Folha)




Como se não bastasse a crise da Covaxin, pesquisa divulgada ontem pelo Ipec, formado por executivos do Ibope, mostra que o ex-presidente Lula (PT) tem hoje 49% das intenções de votos, contra 23% de Bolsonaro (sem partido), 7% de Ciro Gomes (PDT), 5% de João Doria (PSDB), 3% de Henrique Mandetta (DEM) e 10% de brancos e nulos. Como tem mais que a soma dos adversários, Lula venceria no primeiro turno. A rejeição a Bolsonaro subiu de 56% em fevereiro para 62% em junho, enquanto a de Lula caiu de 44% para 36%. (Estadão)

E a avaliação negativa do governo saltou 11 pontos percentuais entre fevereiro e junho, segundo o Ipec. O grupo que avalia o governo como ruim ou péssimo foi de 39% para 50%, enquanto o que o considera ótimo ou bom recuou de 31% para 26%. Os que o acham regular foram de 28% para 23%. Perguntados se confiavam no presidente, 68% disseram que não; 30% que sim. Eram 61% e 36% em fevereiro. (G1)

Míriam Leitão: “A pesquisa Ipec divulgada nesta quinta-feira mostra a rapidez da piora da avaliação do presidente. A situação econômica é muito ruim. O número do PIB no primeiro trimestre foi melhor, mas a sensação de conforto econômico não aparece para a população. O desemprego está alto assim como a inflação. A equipe econômica não sabe fazer política social. O erro principal foi negar a pandemia. Gastaram muito e errado.” (Globo)




Meio em vídeo. Mais uma pesquisa muito ruim saiu esta semana para o presidente Jair Bolsonaro. Ele demitiu às pressas o pior ministro do Meio Ambiente da história — que era um de seus quadros favoritos. E vai enfrentar uma gravíssima denúncia na CPI. Denúncia de corrupção envolvendo vacinas que chega ao seu nome. O último trem do impeachment está partindo, depois não tem mais. O Brasil tem alguma chance de embarcar? Confira o Ponto de Partida no YouTube.




Deputados e senadores da oposição acionaram o STF pedindo a apreensão do passaporte do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Exonerado ontem, ele é alvo de investigações por favorecimento a exportação ilegal de madeira. Os parlamentares temem que ele fuja do país. (UOL)




Um dia após o STF confirmar que Sérgio Moro foi parcial ao condenar o ex-presidente Lula no caso do tríplex no Guarujá, o ministro Gilmar Mendes estendeu o entendimento a todos os processos contra Lula em que o ex-ministro atuou, mesmo que apenas na fase de investigação. Na prática, voltam a estaca zero os casos do sítio em Atibaia e das doações para o Instituto Lula, com a anulação de todas as provas colhidas. (El País)




O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) voltou a ser preso por ordem do ministro do STF Alexandre Moraes. A Procuradoria Geral da República pediu a nova prisão do parlamentar por ele ter violado 36 vezes a regra de uso da tornozeleira eletrônica. Silveira estava em prisão domiciliar e responde a processo por ter publicado um vídeo defendendo o AI-5, o fechamento do Supremo e agressões a seus ministros. (CNN Brasil)

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