segunda-feira, 28 de junho de 2021

CPI investiga superfaturamento de outra vacina pelo governo

 A Covaxin não é a única vacina cuja negociação atrai suspeitas da CPI da Pandemia. Os senadores investigam também a compra, depois cancelada, de 60 milhões de doses da Convidencia, fabricada pelo laboratório chinês CanSino. A negociação era intermediada pela empresa Belcher Farmacêutica do Brasil, investigada por fraude na venda de testes de Covid-19 para o Distrito Federal. Cada dose sairia por US$ 17, ainda maior que os US$ 15 da Covaxin. A Belcher tinha um lobby poderoso: os empresários bolsonaristas Carlos Wizard e Luciano Hang. O negócio só não foi adiante porque o laboratório chinês descredenciou a Belcher ao saber das suspeitas de irregularidades. (CBN)

E a Belcher tem uma outra particularidade. Um de seus sócios é filho de Francisco Feio Ribeiro Filho, ligado ao líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Quando este foi prefeito de Maringá (PR), entre 1989 e 1992, Ribeiro Filho foi presidente de uma empresa pública. Depois, quando a mulher de Barros, Cida Borghetti, governou o Paraná, o empresário também teve um cargo público. (Metrópoles)

Barros foi parar nos holofotes na sexta-feira, quando, em depoimento à CPI, o deputado Luis Miranda (DEM-DR) confirmou ter ouvido do presidente Jair Bolsonaro que as irregularidades apontadas na compra da Covaxin eram “um rolo” do líder do governo. O deputado e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, afirmam ter apresentado a Bolsonaro, no dia 20 de março, provas que sustentavam as suspeitas sobre negociação, intermediada pela Precisa Medicamentos. Barros negou as acusações. (CNN Brasil)

A Precisa é um fenômeno. Seus contratos com a União cresceram 6.000% no governo Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) abriu as portas do BNDES ao dono da empresa, Francisco Maximiano. Ele, aliás, é dono de outra empresa, a Global, acusada de vender medicamentos de alto custo ao governo e não entregar. O ministro da Saúde da época era... Ricardo Barros. (Estadão)

Confira os principais pontos dos depoimentos e seu impacto sobre o governo Bolsonaro. (Folha)

Por falar nos irmãos Miranda, Luis Roberto teve cortado seu acesso ao sistema do Ministério da Saúde, onde é funcionário concursado. Integrantes da CPI querem acionar o Ministério Público e interpelar a Saúde sobre o corte no acesso. (Folha)

Então... Os irmãos insinuam terem gravado a conversa com Jair Bolsonaro. (Antagonista)

Lauro Jardim: “A ex-mulher de Eduardo Pazuello procurou a CPI da Covid se oferecendo para depor. Andréa enviou um e-mail elencando os pontos que poderia abordar num depoimento sobre atos que têm o ex-marido como protagonista.” (Globo)

A oferta de Andréa Barbosa dividiu os integrantes da comissão. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), diz que ela elencou somente fatos de sua vida pessoal com o ex-ministro, enquanto o vice, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), quer ouvi-la mesmo assim. (Estadão)

Em meio a esse tiroteio, a Precisa promete apresentar hoje à Anvisa o pedido de uso emergencial da Covaxin. (Poder360)




O impedimento de Jair Bolsonaro já entra nas articulações corriqueiras. Segundo a Coluna do Estadão, João Amoêdo, ex-futuro candidato pelo Novo esteve com o governador gaúcho, o tucano Eduardo Leite, para discutir a importância do impeachment. Na avaliação de políticos de centro e de direita, retirar Bolsonaro do páreo seria saída para quebrar a polarização com Lula. (Estadão)

Pretos ou pardos, nordestinos de cidades pequenas, com baixa renda e escolaridade. Esse é, revela Lauro Jardim, o perfil dos eleitores que Jair Bolsonaro teve mas perdeu, segundo dados da última pesquisa do Ipec, instituto criado por ex-executivos do Ibope Inteligência. De acordo com o levantamento, 53% dos eleitores que elegeram o presidente em 2018 não pretendem repetir o voto. E 22% já migraram para Lula. (Globo)




Bandeira de Jair Bolsonaro, o voto impresso já é virtualmente carta fora do baralho. No sábado, presidentes de 11 partidos políticos fizeram uma reunião virtual na qual firmaram o compromisso de defesa do sistema eleitoral com urna eletrônica. Juntos, DEM, MDB, PSDB, PP, PSD, PSL, Avante, Republicanos, Solidariedade, Cidadania e PL são representados por 326 deputados federais e 55 senadores, praticamente dois terços do Congresso. Para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) como a que tramita para criar o voto impresso, seriam necessários os votos de 308 deputados e 49 senadores em duas votações em cada Casa. “O assunto está liquidado”, disse Paulinho Pereira da Silva, presidente do Solidariedade. (CNN Brasil)

À margem dos partidos, cerca de 200 bolsonaristas fizeram ontem uma carreata de 150 veículos em Brasília exigindo a adoção do voto impresso. No sábado, o próprio Bolsonaro participou de uma “motociata” em Chapecó (SC). (Poder360)




Painel: “Ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles pode não ficar muito tempo longe da vida política. Ele é primeiro suplente de deputado federal por São Paulo, posição que conseguiu ao disputar as eleições de 2018 pelo Novo. Ele foi expulso em 2020 do partido, que se opunha à condução da pasta pelo ministro. No entanto, como ele foi retirado por decisão da sigla, o entendimento é o de que a suplência continua com ele pela chamada ‘justa causa’. Salles mantém o direito mesmo se decidir se filiar a outro partido.” (Folha)

Na sexta-feira, atendendo a ordem da ministra do STF Cármen Lúcia, Salles entregou, por meio de seus advogados, o passaporte à Polícia Federal. Ele agora está impedido de deixar o país. (Jornal Nacional)

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