quarta-feira, 13 de outubro de 2021

A saga dos jangadeiros cearenses que conquistaram Orson Welles

 

EL PAÍS

Há 80 anos, os pescadores Jacaré, Tatá, Jerônimo e Manuel Preto começavam uma saga que entraria para a história. A bordo de uma jangada, construída por eles mesmos com uma madeira típica da região, percorreram 2.700 quilômetros entre a praia do Mucuripe, em Fortaleza, e a baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para pedir ao presidente Getúlio Vargas que fossem incluídos na reforma trabalhista do Estado Novo, que estava em discussão na época. A odisseia, narrada diariamente pelo rádio e nos jornais da época, acabou sendo acompanhada por todo o Brasil e chegou aos ouvidos do cineasta norte-americano Orson Welles, que viu no líder daqueles homens o "verdadeiro herói americano". A repórter Beatriz Jucá recuperou essa história e conta em uma reportagem especial a saga de 61 dias que terminou em tragédia um ano depois, durante as gravações do filme de Welles. De volta ao Mucuripe de hoje, ela também mostra como os pescadores antes vistos como heroicos agora são tratados como um estorvo ao progresso e precisam lutar para seguir no mar. O especial traz também um podcast, o primeiro do novo canal o Brasil por EL PAÍS, que contará histórias do país e dos brasileiros pelo olhar dos repórteres do jornal.   

'O Planeta Vs. Bolsonaro'. Assim advogados europeus intitularam uma manifestação apresentada ao Tribunal Penal Internacional contra o presidente brasileiro. A peça, enviada nesta terça-feira à corte por uma ONG internacional, acusa o presidente de crimes contra a humanidade devido ao desmatamento induzido por seu Governo na Amazônia. Esta é a terceira vez que Bolsonaro é denunciado em Haia em decorrência da sua política de destruição da floresta. Para que um crime seja julgado por lá, é preciso que se prove a intenção de praticá-lo, como conta a repórter Marina Rossi. 

"Na política, as pessoas estão relativizando o anormal, o ilegal, o imoral, o que é promíscuo. O que não era admitido com outros presidentes da República, agora é de uma forma tal que eu não estou conseguindo realmente entender o que está acontecendo", diz a senadora Simone Tebet, líder da bancada feminina no Senado. Em entrevista ao EL PAÍS, Tebet, que se tornou uma das principais vozes da CPI da Pandemia apesar de não compor a comissão de forma permanente, falou sobre impeachment, alternativas a Bolsonaro e Lula, revelações do 'Pandora Papers' que tocaram o ministro da Economia, Paulo Guedes, e voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro: "Cria crises artificiais pra ocultar a sua incapacidade de governar".

 “Somos apenas números na mão dessa gente. Eles esquecem que temos pai, mãe, filho, irmã. No meu caso, já não tenho mais.” É assim que o rapper Criolo resume não apenas a situação do Brasil na pandemia mas, também, um drama pessoal: em seu novo clipe, usa a semiótica e aparece ao lado dos pais para homenagear Cleane, sua irmã que morreu aos 39 anos vítima da covid-19, em junho. Em tom de manifesto contra a violência, a pobreza e a desigualdade, o músico fala ao EL PAÍS de suas referências e da motivação política por trás de sua arte: “Não estão nem aí se vai morrer todo mundo. É da minha família? Não? Então quero saber dos meus interesses. Esse é o pensamento”.


A saga dos jangadeiros cearenses que conquistaram Orson Welles
A saga dos jangadeiros cearenses que conquistaram Orson Welles
Quatro pescadores enfrentaram há 80 anos uma saga pela aposentadoria. Viajaram por 61 dias em uma jangada do Ceará ao Rio numa odisseia que atraiu todo o país e o cineasta norte-americano. Esta é a história deles
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