quinta-feira, 28 de outubro de 2021

O pesadelo americano dos brasileiros detidos na fronteira do México

 

EL PAÍS

A busca pelo sonho americano tem se tornado um pesadelo para um número cada vez maior de brasileiros. É o que revelam dados da U.S. Customs and Border Protection (CBP), órgão dos Estados Unidos responsável pelo patrulhamento das fronteiras e apreensão de imigrantes ilegais. Nos últimos 12 meses, o número de brasileiros detidos após cruzarem a fronteira com o México já é mais do que o dobro do registrado nos três anos anteriores somados. No período que constitui o ano fiscal norte-americano, que vai de outubro de 2020 a setembro de 2021, já são 56.881 brasileiros nesta situação. São pessoas como Léo, de 23 anos, que deixou Governador Valadares, em Minas Gerais, no início deste ano para tentar uma vida melhor nos Estados Unidos. Voltou ao Brasil, na última sexta-feira, algemado nos pés, mãos e cintura dentro de um avião fretado, após passar sete meses preso. “Nos colocaram em prisões de alta segurança e nos devolveram ao nosso país algemados. Eu, que sempre fui saudável, voltei tomando cinco antidepressivos e tive alopecia, metade do meu cabelo caiu. Foram sete meses de agonia e terror”, explicou ele à reportagem, assim que saiu no saguão do aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. Os repórteres Gil Alessi e Natália Andrade contam o drama vivido pelos deportados e como esse aumento de detidos na fronteira com o México fez com que o Governo mexicano decidisse instituir, novamente, a exigência de visto para a entrada de brasileiros.

Da vizinha argentina, Mar Centenera traz relatos de como a alta dos preços tem impactado o cotidiano do país. “Estamos acostumados, porque durante a vida toda tivemos inflação, às vezes hiperinflação. Mas é exaustivo. Não se pode planejar nada, a inflação destrói nossas vidas”. A declaração de uma aposentada na fila de uma feira em Buenos Aires resume o sentimento da população argentina e define a principal preocupação do Governo: frear este aumento de preços. A alta de 37% nos primeiros nove meses de 2021 vem forçando a equipe econômica de Alberto Fernández a tentar resolver um difícil quebra-cabeças, que inclui políticas de congelamento para reduzir o impacto nos salários. O clima, no entanto, é de descontentamento. Segundo levantamento do Centro de Estudos Sociais, sete de cada dez argentinos com menos de 25 anos prefeririam emigrar.

Também nesta edição, as novas táticas antiaborto da ultradireita na América Latina. Investigação do EL PAÍS em cinco países latino-americanos descobriu que uma rede de entidades afiliadas à organização conservadora norte-americana Heartbeat International (HI) se promove na internet como sites feministas e com linguagem enganosa a favor do aborto, mas, na realidade, funciona como um meio para manipular e internar mulheres em suas unidades e tentar fazer com que levem a gravidez até o fim. "O que buscam é desestimular a menina, a adolescente, a mulher, de fazer um aborto, com uma falsa promessa que nunca vão cumprir” diz Susana Chávez, diretora executiva do Consórcio Latino-Americano contra o Aborto Inseguro (Clacai), que acompanha a ofensiva de grupos políticos ultraconservadores na região há décadas.

Os cadáveres de 4.000 anos encontrados no que hoje é o deserto de Taklamakan, no oeste da China, tinham algo diferente. Estavam espantosamente bem conservados, com roupas de cores intensas e adornos sofisticados, quase como pessoas vivas. De onde vieram? O achado incomum chamou a atenção do historiador norte-americano Victor Mair, que se deparou com as múmias da cultura Xiahoe pela primeira vez em 1988. A origem dessas múmias sempre foi controversa. Enquanto uma das hipóteses aponta para pastores imigrantes do sul da Sibéria, outras duas teorias defendem que eram agricultores vindos das montanhas da Ásia central e dos oásis do atual Afeganistão. Agora, o mistério está mais perto de ser resolvido, detalha Manuel Ansede.


Deportação de brasileiros dos EUA supera dobro dos últimos anos somados
Deportação de brasileiros dos EUA supera dobro dos últimos anos somados
Dados da U.S. Customs and Border Protection apontam que nos últimos 12 meses 56.881 brasileiros foram detidos após entrarem no México

Nenhum comentário:

Postar um comentário