quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Deu na Imprensa - 28/10

 

O aumento da taxa de juros pelo Banco Central — a maior alta em 19 anos — é a manchete principal dos jornalões brasileiros. EstadãoApós furo do teto, BC promove maior alta dos juros em 19 anosO GloboInflação e risco fiscal levam à maior alta dos juros desde 2002ValorCopom eleva juro para 7,75% e indica nova alta de 1,5 ponto. Empresários reclamam. Indústria diz que aumento da Selic é excessivo e prejudica recuperação econômica.

À exceção é a Folha, que destaca como tema na capa: SP supera EUA, Alemanha e Reino Unido em vacinação. Já a edição brasileira do El País aborda a alta da inflação no país vizinho: Preços sobem 37% na Argentina ao longo de 2021: “A inflação destrói nossas vidas”.

Na política, a notícia mais importante do dia está estampada na FolhaGabinete de Aras vê abundância de provas e conclusões temerárias em CPI. Apesar de crítica a barulho na investigação, auxiliares veem avanços e podem analisar inquéritos e desarquivamentos. PGR pretende fatiar relatório da CPI da Covid para ações em curso no Ministério Público Federal. O jornal ainda destaca que a comissão do Senado mantém força-tarefa para responsabilizar Bolsonaro

No EstadãoWilliam Waack duvida: “Se depender do PGR, Bolsonaro não será denunciado”. De outro lado, o presidente recorreu ao STF contra decisão da CPI por suspensão de redes após ligar vacinas à Aids. Jornais noticiam ainda que Bolsonaro abandonou uma entrevista na Jovem Pan, após ouvir pergunta de humorista sobre a rachadinha. 

A mídia informa que continua em votação as ações movidas pelo PT contra o TSE, que reforça seu kit anti-Trump para 2022 em julgamento sobre a chapa Bolsonaro-Mourão. O presidente reagiu: ‘A que ponto chegou o TSE?’, criticou Bolsonaro sobre o julgamento de cassação de chapa. O Globo informa o ataque de Roberto Jefferson ao presidente: Bolsonaro e Flávio se viciaram em dinheiro público, denuncia.

Na economia, jornais destacam que a taxa de desemprego caiu, mas a renda continua encolhendo, segundo o IBGE. “Indicador recuou para 13,2%, puxado pelo setor informal”, aponta a Folha. A baixa foi puxada pelo aumento de pessoas ocupadas, principalmente em postos de trabalho informal. Valor é direto: Queda da taxa de desemprego esconde precarização do mercado de trabalho“Recuo para 13,2% vem junto com aumento do número de trabalhadores informais e queda recorde da renda”, diz. 

Valor ainda traz estudo do Banco Mundial apontando Instrumentos financeiros que podem apoiar proteção social. Estudo sugere alternativas para reduzir volatilidade de renda dos mais pobres. O jornal reporta a crítica da ex-secretária de Renda do governo Dilma Rousseff ao Auxílio-Brasil: “Bônus é de pouca eficácia”, diz Letícia Bartholo. Especialista em políticas sociais, ela afirma que não existe “efeito preguiça” entre os beneficiários do Bolsa Família.

Estadão informa que o Congresso planeja aumento bilionário de verbas para emendas sem transparência“Destinações de recursos do Orçamento para deputados e senadores devem ser expandidas em 2022, ano eleitoral”, diz o jornal. “Estouro do teto pode render mais R$ 16 bilhões a parlamentares”. A colunista Adriana Fernandes critica: “Política coloca o país no fundo do poço e leva a economia junto”

Míriam Leitão também critica, no Globo“O governo está fazendo uma sucessão de pedaladas nesta PEC”. E alerta: “Nesse cenário, o país caminha para a recessão no ano que vem. Com estouro de teto, inflação, juros altos, recessão, chegaremos ao último ano de mandato de um presidente acusado pela CPI de ter cometido nove crimes”.

Jornais dão espaço aos novos ataques de Bolsonaro à Petrobrás. O presidente afirmou que a estatal só dá “dor de cabeça” e disse que está “prestando serviço para acionistas e ninguém mais”. As declarações ocorreram durante entrevista à Jovem Pan. “É uma estatal que com todo respeito só me dar dor de cabeça. Nós vamos partir para uma maneira de quebrarmos mais monopólio, quem sabe até botar no radar da privatização”, disse. Ele sugeriu não ter como interferir na política de preços da empresa.

Na economia, outro destaques do dia é o projeto que cria auxílio-gás para famílias de baixa renda, que passou na Câmara dos Deputados e vai a sanção presidencial. O projeto tem como objetivo aliviar o efeito do aumento do preço do produto no orçamento familiar.

Por fim, jornais reportam que os partidos de centro resistem à PEC dos Precatórios — alvo de editorial duro do Estadão — e votação deve ficar para próxima quarta-feira. A proposta tem objetivo de permitir expansão de despesas em ano eleitoral para a área social e para emendas parlamentares. MDB e PSDB, e o baixo quórum na Câmara, jogaram por terra o plano do governo de votar a PEC que abre espaço no Orçamento para aumentar o valor do novo Bolsa Família. 

Folha informa que Pacheco avalia levar a PEC direto ao plenário do Senado. E garante que proposta não ficará parada. Líderes avaliam que resistência está na Câmara. Valor traz declaração do presidente: Bolsonaro diz que não tem como pagar precatórios. Para o Palácio do Planalto, determinação tem por objetivo tirar Bolsonaro da cadeira de presidente da República.


ELEIÇÕES 2022

Jornais continuam de olho nos movimentos da chamada terceira via para as eleições presidenciaisFolha destaca que Rodrigo Pacheco se filia ao PSD e critica polarização política, mas evita se declarar candidato ao PlanaltoAs prévias do PSDB têm racha entre Doria e Eduardo Leite no ABC, e gaúcho ganha apoios em reduto de Geraldo Alckmin. O governador João Doria acusa Leite de estar reclamando e chorando sobre suspeita em prévias do PSDB.

E a Folha abre espaço para ataques da deputada do PDT ao PT por conta dos ataques a ela pelo ator Zé de Abreu. “PT ignora machismo dependendo do agressor”, diz Tabata Amaral sobre candidatura do ator gaúcho.

BRASIL NA GRINGA

Em editorial, o inglês The Guardian chama de “loucura assassina” a estratégia de Bolsonaro para a Covid“Uma investigação parlamentar revelou o descaso com que o presidente brasileiro tratou a vida de seus compatriotas”, opina. “O relatório do Congresso descreve com justiça a resposta de Bolsonaro à pandemia de Covid como ‘macabra’. Sua alegação de crimes contra a humanidade precisaria ser processada pelo tribunal penal internacional”

De acordo com o jornal, os senadores estão convocando os promotores brasileiros a julgarem o presidente por acusações que incluem mau uso de fundos públicos e charlatanismo. O processo de impeachment também seria possível, dadas as conclusões do inquérito. “Mas enquanto permanecer no cargo, Bolsonaro tem apoiadores em posições-chave que garantirão que nada disso aconteça. Já está em andamento uma campanha para caracterizar o relatório como politicamente motivado, antes das eleições que ocorrerão dentro de um ano”Leia a íntegra ao final deste briefing.

O espanhol El País destaca a reação de Bolsonaro ao relatório da CPI, afirmando a acusação de crimes contra a humanidade é “uma palhaçada” que prejudica a economia. “O procurador-geral do Brasil recebeu o relatório final do Senado e deve decidir se denuncia o presidente por não ter assumido suas responsabilidades no enfrentamento da pandemia”, escreve a correspondente Naiara Galarraga Gortázar

O argentino Clarín dá o mesmo destaque: Jair Bolsonaro afirma que relatório do Congresso contra ele é “palhaçada”. Já o Página 12 noticia a declaração de apoio do ex-presidente dos EUA, Donald Trump apoiou Jair Bolsonaro depois que ele foi indiciado no Senado brasileiro por sua gestão da pandemia: "O Brasil tem sorte de ter um homem como Jair Bolsonaro", disse.

O português Diário de Notícias é outro periódico europeu a manter atenção sobre os desdobramentos da CPI da Covid. Relatório que pede punição para Bolsonaro foi aprovado. E agora? “Sete dos 11 senadores da CPI da Covid votaram pelo indiciamento do presidente e mais 80. Texto já foi entregue ao procurador”, informa. “De incitação ao crime a extermínio. Os 10 crimes que indiciam Bolsonaro”.

Em artigo na sessão de opinião do New York TimesVanessa Bárbara escreve sobre as acusações de crimes que pesam contra o presidente Jair Bolsonaro. Sabíamos que Bolsonaro era culpado. Agora temos 1.288 páginas de prova“Se meu país tivesse conseguido apenas uma resposta média à pandemia, mais de 400.000 brasileiros ainda estariam vivos. Essa é a conclusão contundente do epidemiologista Pedro Hallal, cujo testemunho, junto com muitos outros, é coletado no relatório final sobre o manejo do Covid-19 pelo governo. Lançado na semana passada, é o culminar de um inquérito parlamentar fascinante que durou um mês”, aponta.

O britânico Financial Times destaca na edição online a decisão do Banco Central de elevar a Selic. Brasil revela maior alta de taxas em quase 20 anos“Banco Central intensifica aperto com sexto aumento consecutivo para combater inflação em alta”, informa. “O país mais populoso da América Latina está testemunhando alguns dos maiores aumentos de preços entre as principais economias, impulsionados por fatores que incluem custos mais altos de combustível, taxa de câmbio enfraquecida e uma seca que aumentou as contas de energia”. O francês Le Monde também noticia “a maior alta da taxa básica de juros” desde 2002.

FACEBOOK PAPERS

Wall Street Journal destaca em manchete de capa que a Comissão Federal de Negócios (FCT), agência ligada ao governo dos Estados Unidos, está  analisando as divulgações do Facebook“Funcionários da Comissão começaram a investigar revelações de que a pesquisa interna da empresa do Facebook identificou efeitos nocivos de seus produtos, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto”, reporta. As autoridades estão investigando se os documentos de pesquisa do Facebook indicam que ele pode ter violado um acordo de 2019 com a agência sobre questões de privacidade, pelo qual a empresa pagou uma multa recorde de US$ 5 bilhões.

New York Times mantém o foco sobre o escândalo da gigante das redes sociais. O jornal noticia que o Facebook disse a seus funcionários para “preservar os documentos internos e as comunicações desde 2016” que dizem respeito aos seus negócios. Isso ocorre porque governos e órgãos legislativos iniciaram investigações sobre suas operações, de acordo com um e-mail da empresa enviado na noite de terça-feira. O inglês The Guardian também alardeia o memorando do Facebook a seus colaboradores.

A decisão da empresa, conhecida como “bloqueio legal”, segue um intenso escrutínio da mídia, legal e regulatório sobre os danos da rede social. Os legisladores e o público estão em pé de guerra depois que Frances Haugen, uma ex-funcionária do Facebook que se tornou denunciante, forneceu milhares de documentos internos aos legisladores e à mídia mostrando o quanto a empresa sabia sobre alguns de seus efeitos nocivos, como espalhar informações incorretas e exacerbar problemas de imagem corporal em alguns adolescentes.

Washington Post também se mantém alerta quanto ao escândalo da Big Tech. Por que esse escândalo do Facebook é maior do que qualquer outro, escreve Molly Roberts, do Conselho Editorial do Washington Post“Há três anos, os legisladores não conseguiam entender como o Facebook ganhava dinheiro se fosse gratuito e perguntaram aos representantes do Google sobre problemas com seus iPhones”, pontua. “Desde então, eles deram pequenos passos em direção ao entendimento, mas agora um salvador chegou para ajudá-los a dar um salto gigante — não importa que muitos especialistas acadêmicos de longa data em governança da Internet considerem muitas de suas ideias imprudentes”.

Post, contudo, alerta, em editorial: As falhas do Facebook realmente provam que precisamos que o governo se envolva mais no discurso online? “O problema está no cerne do design do Facebook. Mexer nas bordas de um site punindo certos tipos de conteúdo só pode alcançar tanto quando os recursos essenciais privilegiam o engajamento acima de tudo”, resume. “O Facebook hoje joga um jogo de whack-a-mole no qual desinformação, ódio e mais surgem em todos os lugares em um frenesi amplificado por algoritmos, não importa o quão motivada a empresa esteja para derrubá-lo. A ideia de que o governo deveria começar a jogar o mesmo jogo, no entanto, pode trazer novos problemas sem resolver os que já temos”.

INTERNACIONAL

O americano New York Times destaca em manchete de capa o esforço dos democratas para aumentar os impostos para os ricos nos Estados Unidos. Em busca de dinheiro, democratas correm para reescrever o código tributário“Os legisladores estão correndo para finalizar a legislação para pagar por novas iniciativas de gastos. O processo geralmente leva meses, mas eles estão tentando fazer isso em dias”, relata.

Washington Post foca como assunto principal na capa o acordo de Biden com centristas em torno do financiamento do pacote social. Licença remunerada com risco de cair fora do pacote de gastos enquanto Biden se aproxima de um acordo com Manchin e Sinema — diz a manchete. “A Casa Branca intensificou as reuniões com 2 senadores enquanto eles corriam para resolver uma série de questões em uma gigantesca medida de impostos e gastos”, resume.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: SP supera EUA, Alemanha e Reino Unido em vacinação

Estadão: Após furo do teto, BC promove maior alta dos juros em 19 anos 

O Globo: Inflação e risco fiscal levam à maior alta dos juros desde 2002

Valor: Copom eleva juro para 7,75% e indica nova alta de 1,5 ponto

El País (Brasil): Preços sobem 37% na Argentina ao longo de 2021: “A inflação destrói nossas vidas”

BBC Brasil: Brasil é 4º no mundo em ranking de emissão de gases poluentes desde 1850

UOL: Com covid, Brasil supera em dez meses recorde de mortes de 2020

G1: BC vê sinais de inflação persistente e diz que cenário pode piorar se governo furar teto

R7: Novos contratados ganham cada vez menos

Luís Nassif: Raio X mostra fraqueza estrutural do emprego

Tijolaço: Lira não tem número e adia PEC dos Precatórios

Brasil 247: "Alma de Bebianno está pairando naquele palácio", diz Paulo Marinho

Congresso em Foco: Bolsonaro abandona entrevista ao ser perguntado sobre rachadinha

DCM: PGR diz que relatório da CPI traz provas robustas contra Bolsonaro

Rede Brasil Atual: Vacinação é crucial para recuperação de postos de trabalho, alerta OIT

Brasil de Fato: Tarifa zero: ativistas fazem linha de ônibus com passe livre do centro à extremo leste em SP

Ópera Mundi: Portugal: com votos da esquerda, parlamento rejeita orçamento e implode ‘geringonça’

Vi o Mundo: MP do Auxílio Brasil é uma farsa: destrói políticas públicas vitais e não atende às necessidades do povo brasileiro

Fórum: ESCÂNDALO: No ar sem saber, Bolsonaro dá “aula” de como receber propina

Poder 360: Vantagem de Lula sobre Bolsonaro no 2º turno cai 10 pontos

New York Times: Em busca de receita, democratas apressam-se a refazer o código tributário

Washington Post:  Biden e centristas fecham acordo

WSJ: Comissão Federal de Comércio analisa divulgações do Facebook

Financial Times: Sunak estabelece missão 'moral' para limitar o estado e cortar impostos

The Guardian: Plano pós-Covid de Sunak: gaste agora, corte os impostos depois

The Times: A onda de gastos de Sunak

Le Monde: O aumento dos preços da energia divide a Europa

Libération: Cop 26. Nem mesmo se atreve?

El País: O bacharelato poderá cursar em três anos e incorpora sete novas matérias 

El Mundo: O golpe do Tribunal Constitucional à cogovernança conclui a gestão de Sánchez

Clarín: Macri é interrogado hoje e não está descartado que o processem antes das eleições

Página 12: Congelar e controlar

Granma: No exercício da soberania e da lei, Cuba defenderá sua Revolução

Diário de Notícias: Orçamento chumbado. O que vem a seguir

Público: Portugal forçado a ir a votos

Frankfurter Allgemeine Zeitung: O SPD, Verdes e FDP concordam com medidas contra o coronavírus

Süddeutsche Zeitung: Denunciam-se bilhões em subsídios prejudiciais ao meio ambiente

Moskovskij Komsomolets: Siluanov falou sobre a possibilidade de indexar as pensões para aposentados trabalhadores

The Moscow Times: Rússia bate novo recorde de casos de Covid e mortes

Global Times: Tsai confirma a presença militar dos EUA em Taiwan

Diário do Povo: Presidente Xi: "um verdadeiro campeão"

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