segunda-feira, 11 de outubro de 2021

CPI quer indiciamento de Zero Zero, Zero Dois e Zero Três

 Dois dos filhos do presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), devem ter o indiciamento pedido no relatório final da CPI da Pandemia, segundo informação do Painel. Com base em depoimentos encaminhados pela Polícia Federal, o Zero Dois deve ser apontado como articulador da rede de notícias falsas, o chamado “gabinete do ódio”, que também espalhou desinformação sobre a covid-19, enquanto o Zero Três seria a ponte entre a rede e supostos financiadores. Autoridades que espalharam notícias falsas sobre a pandemia, mas apagaram as postagens no início das investigações, como as deputadas Bia Kicis (PSL-DF) e Karla Zambelli (PSL-SP), também devem entrar como passíveis de indiciamento no relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Além do próprio Jair Bolsonaro, como já foi anunciado pelo relator. (Folha)

Aliás... O comando da CPI já tem uma estratégia para o caso de o procurador-geral Augusto Aras ignorar as denúncias contra Bolsonaro e outros no relatório. Como conta Malu Gaspar, a ideia é que a OAB, representando associações de famílias de vítimas da covid-19 entre diretamente com ações no Supremo Tribunal Federal (STF).




Há uma guerra em parte fraticida no Congresso envolvendo a vaga ora aberta no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a resistência do presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em pautar a indicação de André Mendonça, o Centrão se mobiliza para emplacar outro nome: Alexandre Cordeiro de Macedo, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O problema é que a indicação de Mendonça, ex-advogado-geral da União, é uma bandeira da bancada evangélica, insatisfeita com o perfil progressista do Supremo. Macedo é evangélico, mas não parece engajado à pauta ultraconservadora dos pastores que apoiam Jair Bolsonaro. (Folha)

O presidente, aliás, está muito irritado com Alcolumbre. “Quem pode não querer é o plenário do Senado, não é ele”, afirmou. “Ele pode votar contra. Agora, o que ele está fazendo não se faz, a indicação é minha.” (Metrópoles)




O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a legalidade de sua empresa num paraíso fiscal. Em evento virtual de um grande banco e falando em inglês, o ministro disse que estavam apenas “fazendo barulho”. “Declarei tudo. É permitido, é legal, não fiz nada de errado. O dinheiro está sob gestores independentes e jurisdições sobre as quais não tenho influência”, afirmou, sem comentar possíveis conflitos de interesses. (UOL)

Guedes comenta a interlocutores, conta Guilherme Amado, que os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo), representantes do Centrão dentro do Palácio do Planalto, estão usando o caso da offshore para enfraquecê-lo. (Metrópoles)

O azedume entre o Centrão é Guedes é tal que, segundo Josias de Souza, seis deputados do bloco fizeram um bolão apostando por quantos dias o presidente Jair Bolsonaro vai ficar em silêncio. Neste domingo completaram-se sete dias. (UOL)

Mas Guedes ganhou um agrado na sexta-feira. O ministro do STF Dias Toffoli arquivou duas notícias contra ele e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, por terem empresas offshore enquanto comandam as políticas econômica e monetária do país. Toffoli disse que a denúncia deveria ser encaminhada à PGR. (g1)




Neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro defendeu seu veto à lei que prevê distribuição gratuita de absorvente a mulheres muito pobres. Segundo ele, o projeto da deputada Marília Arraes (PT-PE) não previa origem dos recursos. “Se o Congresso derrubar o veto do absorvente, vou tirar dinheiro da saúde e da educação. Tem que tirar de algum lugar”, disse, embora o texto faça referência ao custeio. Na sexta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) disse que o veto é “candidatíssimo a cair”. (UOL)

José Casado: “Com a equipe que tem, Jair Bolsonaro não precisa de mais adversários. O caso dos absorventes femininos é exemplar. Damares Alves, ministra da Mulher e da Família, tentou justificar e piorou a situação: ‘A gente tem que decidir, a prioridade é a vacina ou é o absorvente?’ Ela administra um ministério virtual, mas com orçamento anual de R$ 514 milhões — valor dez vezes superior ao custo estimado para distribuição de absorventes femininos no SUS.” (Veja)




Lauro Jardim: “O ex-presidente Lula reclamou com a bancada gaúcha do PT que o governador Eduardo Leite (PSDB) está correndo solto sem que o partido ofereça uma resistência mais aguerrida a ele. Para Lula, é essencial que o PT local faça um compilado dos governos Olívio Dutra e Tarso Genro para comparar aos do PSDB. Nas contas do ex-presidente, os petistas têm mais o que apresentar.” (Globo)

O governador gaúcho usou o Twitter para responder: “Obrigado Lula por estar preocupado comigo. Você tem razão nesse ponto. Estamos crescendo porque vamos unir o Brasil. Pacificaremos o país que dividiram ao insistirem nessa visão de mais destruir do que construir.” (Twitter)




O presidente Jair Bolsonaro voltou ontem a criticar as medidas de segurança contra a covid-19, agora usando o futebol. Passando o feriado no litoral paulista, ele reclamou que não pôde assistir ao jogo entre Santos e Grêmio porque, pelos protocolos da CBF, todo o público precisa ter tomado ao menos uma dose de vacina. “Por que passaporte da vacina? Eu queria ver o jogo do Santos agora e falaram que tinha de estar vacinado. Pra que isso? Eu tenho mais anticorpos do que quem tomou vacina”, reclamou. Em tempo, o Santos venceu o Grêmio por 1 a 0. (Estadão)

Enquanto isso... Bolsonaro ultrapassou um milhão de inscritos em seu canal no Telegram. O aplicativo russo, semelhante ao Whatsapp, se tornou refúgio da extrema-direita por não ter mecanismos de controle de disparos de mensagens em massa nem fiscalização contra notícias falsas e discurso de ódio. (Poder360)




O Nobel de Ciências Econômicas de 2021, anunciado há pouco pela Real Academia Sueca de Ciências, foi para o americano David Card, por suas contribuições em estudos sobre economia do trabalho. Angrist e Guido W. Imbens também receberam o prêmio deste ano pelo desenvolvimento de metodologias para a análise das relações causais (ou causa-efeito).

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