quinta-feira, 21 de maio de 2020

Por medo de derrota acachapante no Congresso MEC adia Enem


Temendo uma derrota acachapante na Câmara, após só Flávio Bolsonaro votar a favor do governo no Senado, o Ministério da Educação decidiu adiar o Exame Nacional do Ensino Médio às pressas — ainda sem data definida. O ministro Abraham Weintraub vinha insistindo em manter o Enem nos dias programados, mesmo que muitos estudantes sem acesso à internet estejam sem aulas. (Estadão)

Boa parte da maneira como o governo lida com o Congresso está por mudar. O Planalto cogita mudar seu líder na Câmara — hoje, é o fidelíssimo Major Vitor Hugo. Mas há novos candidatos, os três do Centrão. São Hugo Motta (PB), Ricardo Barros (PR) e João Roma (BA), todos do Republicanos. (Globo)

Enquanto isso... O Ministério da Saúde mudou o protocolo para ampliar o uso da cloroquina em casos leves de Covid-19. Os pesquisadores se preocupam. A mudança, diz Mônica Bergamo, pode atrapalhar a seleção de pacientes que tomarão e que não tomarão o remédio para os testes de eficácia. O temor é que seja difícil encontrar quem não esteja já consumindo a droga por conta própria. (Folha)

Só que... O Supremo Tribunal Federal deve barrar o novo protocolo, por ir contra a recomendação das comunidades médica e científica, informa Merval Pereira. (Globo)



O governo do presidente Jair Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 50% dos brasileiros, de acordo com levantamento do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas para a XP Investimentos. Em 30 de abril, estava em 49%. O governo é visto como ótimo ou bom por 25% e, regular, por 23%. 58% dos brasileiros consideram que Bolsonaro atua de forma ruim ou péssima no enfrentamento à pandemia. Consideram ótima ou boa 21%. 57% dos entrevistados defendem que o isolamento social dure até o risco passar. Apenas 7% dizem ser contra a política de ficar em casa. (UOL)



Começou a atuar no Brasil uma conta que reproduz o funcionamento do Sleeping Giants americano. Nos EUA, administrada pelo publicitário Matt Rivitz, a conta de Twitter busca em sites de extrema direita que publicam notícias falsas propaganda de grandes companhias e as alerta. Muitos dos anúncios na internet são automatizados. O administrador de um site abre um espaço e lá insere um código que é gerenciado por empresas como Google ou Facebook. Estas empresas, em troca do espaço para propaganda automática, repassam aos sites parte da receita. Grandes anunciantes podem incluir uma lista de endereços onde não querem ver seus anúncios. O que Sleeping Giants faz é isto: alertar os grandes de que talvez não queiram sua imagem vinculada à máquina de desinformação política e científica. No Brasil, companhias como Samsung e O Boticário já começaram a reagir, bloqueando aqueles domínios denunciados pelo Sleeping Giants Brasil. O objetivo é estrangular financeiramente a máquina de fake news. Nos EUA, só o site do guru da extrema direita Steve Bannon, o Breitbart News, já perdeu o equivalente a R$ 50,7 milhões por conta do Sleeping Giants. Aqui, a ideia foi posta em prática por um estudante que se mantém anônimo. (El País)

Pois é... Carlos Bolsonaro foi ao Twitter, ontem, se queixar de o Banco do Brasil ter retirado a publicidade automática do Jornal da Cidade Online, um dos muitos que distribuem notícias falsas. “Marketing do BB pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas”, escreveu. “Não falarei nada pois dirão que estou atrapalhando.” (Globo)

Aliás... Postou duas vezes o mesmo tuíte. O primeiro, que apagou, mostrava que o vereador carioca estava logado na conta de Twitter do pai — o presidente da República.



A secretária de Cultura Regina Duarte deixou o cargo, ontem, por desejo do presidente Jair Bolsonaro. Assume seu lugar o também ator, ex-Malhação, Mário Frias. Regina continuará no governo, deverá assumir o comando da Cinemateca, hoje dirigida por um político ligado ao bispo Edir Macedo. (Folha)



Meio em Vídeo: Quão democráticas são as Forças Armadas, principalmente o Exército Brasileiro? O que houve para, de repente, os militares terem retornado ao centro da política nacional? Professor da Escola Brasileira de Administração Pública da FGV, Octavio Amorim Neto é um cientista político que conhece o meio militar como poucos. Os presidentes da Nova República optaram por uma estratégia, relativa ao Exército, que gerou pouco atrito mas terminou provocando um desequilíbrio que faz parte da explicação do momento em que vivemos. E, afinal, há chances de golpe? Estas são algumas das perguntas que Amorim Neto Neto responde no Conversas com o Meio desta semana. Assista.

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