sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Supremo afasta senador dos R$ 30 mil

 

O ministro Luís Roberto Barroso determinou o afastamento por 90 dias do senador Chico Rodrigues, apanhado pela Polícia Federal com R$ 33.150 no corpo — dentre os quais R$ 15 mil em maços de dinheiro entre as nádegas. “A gravidade concreta dos delitos investigados também indica a necessidade de garantia da ordem pública”, escreveu Barroso. “O senador estaria se valendo de sua função parlamentar para desviar dinheiro destinado ao enfrentamento da maior pandemia dos últimos 100 anos, num momento de severa escassez de recursos públicos e em que o país já conta com mais de 150 mil mortos em decorrência da doença.” Os policiais informaram ao ministro terem escolhido não reproduzir, em seu relatório, o momento em que encontraram o dinheiro. “Considerando a forma como os valores foram escondidos pelo senador Chico Rodrigues bem no interior de suas vestes íntimas, deixo de reproduzir tais imagens neste relatório para não gerar maiores constrangimentos.” No Senado, a decisão de Barroso foi questionada. “E o direito ao contraditório?", disse Ângelo Coronel, que é integrante do Conselho de Ética. (Folha)

O caso se tornou um problema para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Ele precisa que o Supremo aprove a constitucionalidade de sua reeleição para voltar, no ano que vem, ao comando da Casa. Mas um número grande de senadores está irritado com a decisão da Corte. No meio do tiroteio, informa a Coluna do Estadão, Alcolumbre não sabe a quem contrariar. (Estadão)

Bruno Boghossian: “O presidente não gostou da repercussão da batida policial que encontrou dinheiro na cueca do senador. ‘Não tenho nada a ver com isso’, reclamou. O que se sabe do caso até agora não sugere uma conexão entre os desvios e o Palácio do Planalto, mas o protagonista do escândalo simboliza bem as relações políticas de Jair Bolsonaro. Num vídeo que voltou a circular depois da operação, o hoje presidente brinca que a relação de 20 anos entre os dois era ‘quase uma união estável’. Além da longevidade conjunta no baixo clero, o que uniu a dupla foram conexões políticas igualmente desimportantes. Na antiga gravação, Rodrigues enalteceu Bolsonaro por seu patriotismo e pela ‘defesa dos princípios da família’. Depois, já no Planalto, o presidente elogiou a postura do aliado contra a obrigatoriedade da troca de taxímetros. Bolsonaro carregou para o gabinete presidencial as companhias e a lógica política de seus anos no Congresso. Estão com ele a mesma retórica vazia, as mesmas plataformas frívolas e as mesmas bandeiras moralistas. Rodrigues expõe ainda o hábito de certos personagens que costumam cultivar outros valores. Estes são guardados em dinheiro vivo.” (Folha)




O STF decidiu, por 9 votos a 1, manter a prisão do traficante André Oliveira Macedo, o André do Rap. Marco Aurélio Mello foi o único voto contrário. Havia sido sua decisão liminar que o soltou — ele está foragido. (G1)




Mais pesquisas do Ibope sobre as intenções de voto para as prefeituras nas capitais brasileiras. Em São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos) segue numericamente à frente na disputa, com 25%, mas tecnicamente empatado considerando a margem de erro da pesquisa de 3 pontos percentuais, com Bruno Covas (PSDB), com 22% das intenções. Em seguida, aparece Guilherme Boulos (PSOL) com 10%.

O ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) segue à frente na disputa no Rio de Janeiro, e com 30% das menções. O atual prefeito Crivella (Republicanos) se mantém com 12% das citações, seguido pela Delegada Martha Rocha (PDT) com 8%.

Em Belo Horizonte, o atual prefeito Kalil (PSD) segue na liderança isolada pela reeleição com 59% das intenções de voto. Bem atrás está João Vitor Xavier (CIDADANIA), que tem 7%.

João Campos (PSB) cresceu 10 pontos percentuais desde a última pesquisa há duas semanas e assume a liderança da disputa pela Prefeitura de Recife, com 33% das intenções de voto. Mendonça Filho (DEM) foi citado por 18% dos eleitores e, considerando a margem de erro ocupa a segunda posição junto com Marilia Arraes (PT) que permanece com 14% das respostas.




O plano inicial era fazer um debate virtual, por conta da Covid de Donald Trump — mas a campanha do presidente não concordou. A rede americana ABC então decidiu substituir o encontro dos dois candidatos por uma entrevista com seu adversário, Joe Biden, no formato town hall — em que uma plateia faz perguntas. Ontem à noite, sob pesadas críticas e simultaneamente, a concorrente NBC ofereceu espaço similar a Trump e os dois foram entrevistados. (BBC)

As críticas à NBC se encerraram no momento em que a jornalista Savannah Guthrie começou a fazer perguntas. Foi a mais dura entrevista que o presidente enfrentou este ano. Em um momento, ela questionou um tuíte de Trump sobre a teoria conspiratória QAnon. O presidente argumentou que apenas repassou algo e as pessoas decidem o que acham. “Não entendo isso”, ela contra-atacou. “Você é o presidente. Não é o tio maluco de alguém que pode simplesmente retuitar o que quer.” Na sequência Guthrie deixou claro do que trata a teoria. “Os democratas são um grupo satânico de pedófilos e você é o salvador”, ela explicou. “Você pode se distanciar por completo de QAnon?” Trump não o fez. “Vocês fazem perguntas para Joe Biden como se ele fosse uma criança”, ele se queixou em outro momento. (Washington Post)

Biden seguiu sua tática de impor contraste à postura do adversário. “As palavras de um presidente importam”, afirmou ao repórter George Stephanopoulos. “Quando o presidente não usa uma máscara ou faz graça de gente como eu que usa as pessoas acham que talvez não seja importante.” (New York Times)

E... O Twitter voltou atrás e permitirá a distribuição da reportagem do New York Post que afirma haver contato entre Biden e um grupo corrupto ucraniano. Os tuítes serão etiquetados informando de que a origem da informação é suspeita. (Guardian)

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