terça-feira, 1 de dezembro de 2020

China ocultou dados sobre Covid-19

 


Enquanto a China vendia para o mundo a ideia de estar combatendo uma nova doença de forma transparente e eficaz, lá dentro um sistema de saúde tomado pela burocracia não dava conta dos casos. Demora nos diagnósticos, erros administrativos e políticos e informações incompletas para o público e a comunidade internacional impediram uma resposta mais eficaz. É o que se conclui das 117 páginas de documentos secretos obtidos pela CNN. Produzido entre outubro de 2019 e abril deste ano, o material revela, entre outras coisas, que o país escondeu o total de mortos. No dia 17 de fevereiro, por exemplo, foram relatados 93 óbitos, 103 a menos que o número verdadeiro. O mesmo se aplica aos casos. Um dos motivos, apontam os documentos, é que os médicos chineses levaram até três semanas para confirmar os casos, tornando mais difícil identificar a origem dos surtos. Os documentos revelam principalmente inépcia e inconsistência entre o que as autoridades acreditavam estar acontecendo no início da pandemia mas não tinham dados para confirmar e o quanto revelavam ao público. O governo chinês, claro, nega.

Aqui no Brasil, a Covid-19 foi possivelmente o tema mais escamoteado das eleições municipais. Impopulares, as medidas de distanciamento social e quarentena tiveram pouco eco entre os candidatos. Mas a eleição passou. Nem bem as urnas esfriaram, o governo de São Paulo anunciou o retorno à fase amarela de combate à pandemia. As medidas incluem limitar horário de funcionamento e taxa de ocupação em comércio e serviços e proibição de eventos com público em pé, por exemplo. As escolas continuam em funcionamento. O prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB) negou que a eleição tenha pautado combate à Covid e disse não haver condições para um lockdown na capital paulista.

Embora tenha um ar eleitoreiro, a decisão do governo paulista vai ao encontro do que pedem especialistas. (Globo)

Quem também descartou a adoção de medidas mais rígidas de contenção foi o prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes (DEM). Para ele, um lockdown seria “extremo e desnecessário”, sendo preferível investir em “medidas terapêuticas”. A ocupação de leitos de UTI nos hospitais da capital fluminense está acima de 90%.

Enquanto isso, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse hoje que a situação da pandemia de Covid-19 no Brasil é “muito, muito preocupante”. Não é para menos. O país atingiu 173.165 mortes e 6.336.278 infectados nesta segunda-feira. Ghebreyesus também conclamou os países a “não politizarem a doença”.

No Reino Unido, o ministro da Saúde, Matt Hancock, disse que as medidas rígidas de contenção puseram o vírus “novamente sob controle”. Ele admitiu que as ações terão impacto substancial sobre a economia, mas que não controlar o vírus seria muito pior. Hancock revelou ainda que o governo discute se hospitais poderão ou não recusar atendimento a pessoas que optarem por não tomar vacinas, quando elas estiverem disponíveis. (Telegraph)




A presença do Exército na Amazônia não impediu que o desmatamento na região batesse novo recorde. Segundo dados preliminares do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto de 2019 e julho de 2020 foi desmatada uma área de 11.088 km², 9,5% a mais que o registrado no mesmo período entre 2018 e 2019. Presente à divulgação dos números, o vice-presidente Hamilton Mourão, chefe do Conselho da Amazônia, adotou um tom diferente do discurso oficial do governo. Ele disse que, mesmo com o resultado abaixo do estimado inicialmente, “isso não é para comemorar” e elogiou os órgãos de fiscalização ambiental. A política do Executivo em relação ao meio ambiente é um dos maiores focos de críticas ao Brasil no Exterior. (Folha)





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