segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Supremo quer do governo data para vacinação

 


O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, deu 48 horas, até terça-feira, para que o Ministério da Saúde apresente as datas de início e término do programa de vacinação em massa contra a Covid-19, inclusive as de suas fases. O plano foi entregue ao STF na sexta-feira, mas não continha um cronograma claro. A programação prevê a distribuição de 108,3 milhões de doses a cerca de 51 milhões de pessoas, menos de um quarto da população brasileira. Após a entrega do plano, o presidente do Supremo, Luís Fux, retirou da pauta, a pedido de Lewandowski, as ações que cobraram um planejamento do Executivo. A intimação, porém, da a entender que o relator pode mudar de ideia.

Em vídeo nas redes sociais, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse que “seria irresponsável” fixar uma data para o início da vacinação, entre outros motivos porque nenhum laboratório já entrou com pedido de registro, mesmo emergencial, de imunizantes junto à Anvisa. (Globo)

A entrega e divulgação do plano de vacinação criou mais uma polêmica. No sábado, 36 pesquisadores listados como colaboradores do planejamento divulgaram uma carta dizendo não terem sido consultados sobre o documento enviado ao STF. No domingo, o Ministério da Saúde soltou nota dizendo que os especialistas estiveram envolvidos de alguma forma, mas “sem poder de decisão na formalização do plano”.

Pois é... Na edição de sábado, a Folha de S. Paulo publicou editorial na capa batendo no governo por conta. “Passou de todos os limites a estupidez assassina do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de coronavírus”, resgistraram os editorialistas. “ Com a ajuda do fantoche apalermado posto no Ministério da Saúde, Bolsonaro produziu curto-circuito numa máquina acostumada a planejar e executar algumas das maiores campanhas de vacinação do planeta. Como se fosse pouco, abarrotou a diretoria da Anvisa com serviçais do obscurantismo e destroçou a credibilidade do órgão técnico.”

A despeito da pandemia, a popularidade de Jair Bolsonaro não se alterou. Segundo pesquisa nacional do Datafolha feita entre 8 e 10 de dezembro, ele manteve a avaliação “ótimo ou bom” entre 37% dos entrevistados, o mesmo patamar do levantamento anterior, realizado em agosto. A classificação “ruim ou péssimo” recuou de 34% para 32%, enquanto “regular” foi de 27% para 29%. Quando assunto é pandemia, 42% consideram ruim ou péssima a condução da crise, mas 52% isentam Bolsonaro de responsabilidade. (Folha)

Como, claro, a Covid-19 não espera pelo STF nem pelo ministério, o Brasil teve no domingo 276 mortes, lembrando que o total cai nos fins de semana em função da falta de informações dos estados. A média móvel em sete dias atingiu 637 óbitos, no décimo dia de tendência de alta. Já são 181.419 vítimas fatais da doença no país.

Enquanto isso, o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) deu o sinal verde que faltava para liberar a vacina produzida pela Pfizer e a BioNTech. Doses começaram a ser distribuídas ainda no domingo, e a imunização da população está prevista para ter início hoje. A vacina já está em uso no Reino Unido e foi aprovada pelo governo do Canadá.

E, diante do crescimento da doença, a Alemanha decidiu retomar na quarta-feira o lockdown completo até o dia 10 de janeiro. As medidas, anunciadas pela chanceler Angela Merkel, incluem fechamento de escolas, creches e comércio não essencial. Festas de Natal podem ter até nove pessoas, desde que da mesma família, e as comemorações de Ano Novo estão proibidas.




Neste domingo o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, compartilhou uma nota da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sua subordinada, negando ter feito relatórios para ajudar na defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso Queiroz. A denúncia foi publicada na sexta-feira pela Época. Segundo a reportagem, a Abin fez pelo menos dois levantamentos para orientar os advogados do senador com documentos que dessem base a um pedido de anulação da investigação sobre o escândalo de rachadinhas na Assembleia do Rio. Um dos documentos sugeria que a Advocacia-Geral da União (AGU) também fosse usada na defesa. Flávio foi denunciado por lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa.

O problema com a nota da Abin é que a própria defesa do Zero-Um confirma a produção dos relatórios. A denúncia está em análise pela Procuradoria-Geral da República. Vale lembrar que a Abin é dirigida por Alexandre Ramagem, que foi indicado para a direção da PF, mas teve a nomeação barrada pelo STF por suspeita de aparelhamento em favor do presidente, de sua família e aliados. (G1)




Um casal de namorados de 22 anos no interior do Paraná que sobrevive com auxílio emergencial. Ele era motorista de Uber até sofrer um acidente de carro; ela, vendedora de maquiagem. É esta dupla, entrevistada por Mônica Bergamo, que está por trás do Sleeping Giants Brasil, o maior pesadelo dos sites de fake news e negacionismo. O canal alerta empresas sobre a presença de propaganda delas nesse tipo de publicação. Seja por não concordar com o conteúdo ou por temer repercussão negativa, os anunciantes retiram a publicidade. Eles estimam ter retirado de três sites de notícias e dois canais o equivalente a R$ 1,5 milhão. (Folha)

Após a revelação, influenciadores bolsonaristas foram às redes contestar, sem provas, a informação, dizendo ser uma manobra diversionista para esconder quem estaria de fato “por trás” do canal. Segundo o assessor especial da Presidência da República, Filipe Martins, a prova de que se trata de uma farsa é que “nenhum motorista de Uber é de esquerda”. (Globo)




Sebastião Melo (MDB), prefeito eleito de Porto Alegre (RS), foi multado em R$ 106 mil pela Justiça Eleitoral gaúcha por ter compartilhado em redes sociais, na véspera do segundo turno, uma pesquisa eleitoral falsa. O levantamento, divulgado pela TV Bandeirantes local era atribuído ao Datafolha, que não fez pesquisas na capital gaúcha. Na época, a emissora reconheceu o erro. Mas há um detalhe curioso. A pesquisa falsa apontava Melo vencendo Manuela D’Ávila (PCdoB) por 54% a 46% dos votos válidos, enquanto levantamentos legítimos a mostravam na frente. No dia seguinte, o nome de Melo saiu das urnas com 54,63% e Manuela com 45,37%.




Pelo menos dois ministérios dos EUA, os departamentos do Tesouro e do Comércio, tiveram seus sistemas de e-mail invadidos por hackers a serviço de governos estrangeiros, segundo admitiu a Casa Branca neste domingo. De acordo com especialistas, os invasores seriam ligados aos serviços de inteligência da Rússia. O governo americano agora trabalha para identificar os criminosos, descobrir que material foi acessado e saber se outros órgãos federais foram atingidos. (New York Times)




Hoje a eleição americana tem novo capítulo. Reunidos em seus estados, os 538 eleitores do Colégio Eleitoral vão, de acordo com os resultados da votação popular, registrar seus votos e enviá-los ao Congresso, que fará a contagem e oficializará o resultado no dia 6 de janeiro. São necessários 270 votos para ser declarado vencedor, e o democrata Joe Biden conquistou nas urnas 306, contra 232 do presidente republicano Donald Trump. Na sexta-feira, a Suprema Corte, da maioria conservadora, rejeitou mais uma tentativa dos republicanos de impedirem a validação dos votos em estados disputados onde Biden foi vencedor.




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