terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Embora mantenha o discurso de que o resultado eleitoral não foi ruim, a direção nacional do PT sofre pressões internas

 mantenha o discurso de que o resultado eleitoral não foi ruim, a direção nacional do PT sofre pressões internas, inclusive da tendência majoritária, a reconhecer a derrota e dar início a uma renovação do partido. Isso incluiria encurtar o mandato da presidente Gleisi Hoffmann e até uma saída dos holofotes do ex-presidente Lula. (Globo)

A iniciativa contradiz a opinião do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para quem Lula é fundamental para a formação de uma frente que garanta a esquerda num eventual segundo turno em 2022. “Nenhuma esquerda séria no Brasil pode partir dessa ilusão que vai construir um projeto vitorioso sem o PT”, avalia ele, em entrevista a Leonardo Sakamoto. Dino não tem ilusões. Reconhece que a direita venceu a esquerda nacionalmente, mas ressalta que o bolsonarismo, que caracteriza como “selvagem, bruto e anedótico”, também saiu perdendo. “Dois mil e vinte, a meu ver, parte para um processo de decadência (do governo Bolsonaro) que irá até 2022.” (UOL)

Pois é... Em entrevista a José Luis Datena, Ciro Gomes começou a se posicionar no xadrez. “Parece muito claro que o brasileiro mandou brigar lá fora o lulopetismo e o bolsonarismo boçal”, avaliou. “Foi um grande voto ao centro, tem uma centro-direita e uma centro-esquerda, precisamos organizar isso.” Daí partiu contra o PSOL paulistano. “O Boulos significa que agora a gente pode expressar predileção por uma esquerda mais radical sem precisar explicar banditismo, que é ao que o PT obriga o jovem.” E também questionou Dino. “Flávio Dino resolve não apoiar ninguém no primeiro turno e vai votar com a camiseta ‘Lula Livre’. Essas pessoas perderam um pouco a noção de realidade do nosso povo.” Dino afirmou que não responderá. (BR Político)

Thomas Traumann: “Eleições municipais são, por definição, locais. Mas estas, realizadas sob o impacto das 172 mil mortes na pandemia de Covid-19, favoreceram prefeitos e ex-prefeitos, expulsaram a Nova Política que fez tanto sucesso em 2018 e rearrumaram o quadro político. São tantos os fracassados nessa campanha municipal e tão poucos os que podem comemorar que é possível dizer que a eleição presidencial de 2020 está zerada. Os maiores perdedores foram Bolsonarismo e o PT. Mas se os dois concorrentes no segundo turno de 2018 saíram machucados, não há um vencedor do outro lado.” (Veja)

Vera Magalhães: “Já está avançada a divisão interna dos principais caciques do DEM, uma das joias mais vistosas das eleições de 2020, entre o apoio ao projeto presidencial de Luciano Huck e o de João Doria (PSDB) em 2022. Não são poucos os interesses em jogo, e cada um dos lados tem apoiadores de peso. Rodrigo Maia, ACM Neto e Eduardo Paes compõem a tríade demista que conversa com Huck e espera uma resposta até março do ano que vem. O namoro mais sério acendeu o alerta na seção paulista do DEM e no PSDB. Mas os demistas do Nordeste temem repetir 2018, quando, mesmo dividido, o DEM decidiu sair em aliança com o PSDB pela sétima (!) vez, e Geraldo Alckmin foi humilhado nas urnas. Esses dirigentes do DEM argumentam que Doria tem um perfil muito ‘arrumadinho’, difícil de emplacar fora de São Paulo.” (BRPolítico)




Pegou mal, muito mal, o anúncio de que o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro é agora sócio-diretor de uma consultoria que trata da recuperação da Odebrecht — empresa que ele próprio, como juiz, colocou neste lugar. Moro nega que trabalhará no caso. Nas redes sociais, petistas e público não perdoaram. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ironizou, dizendo que Moro se afastava da corrida presidencial por estar “encaminhado no setor privado”.

Gustavo Alves: “Empresas como a Alvarez & Marsal dependem de sua boa reputação para continuarem a existir, e isso é um argumento forte para que o passado e o futuro de Moro não se misturem em seu novo trabalho. Mas na esfera da opinião pública, Moro terá de se haver com outro princípio, criado na área da literatura, mas que também se presta às narrativas políticas: o da suspensão da descrença. A suspensão da descrença se dá quando esquecemos certas premissas da realidade para aceitarmos a lógica interna da história que acompanhamos. Por exemplo, temos aceitar a existência de dragões para acompanharmos Game of Thrones. Moro talvez espere um pouco de suspensão de descrença se tem algum projeto político. Querer que quem não entende de Direito e recuperação judicial aceite sem reservas que não haverá conflito de interesses é acreditar demais na boa fé de um público que ficou ainda mais desconfiado depois das revelações sobre mescla de interesses públicos e privados que compuseram a história da Lava-Jato.” (Globo)

Então... A Alvarez & Marsal tem R$ 26 milhões por receber de empresas que foram alvo da Lava Jato. (Poder 360)




Há quase um ano Brasil e Argentina vêm se bicando por conta da hostilidade entre Jair Bolsonaro e Alberto Fernández. Daí a expectativa tensa para o primeiro encontro (virtual) entre os dois presidentes. Mas a memória de Diego Maradona, morto na semana passada, salvou o dia. Durante uma troca de amenidades, Bolsonaro disse que o craque argentino foi “um dos melhores do mundo”, o que distendeu o ambiente. Dali em diante, foi só falar de negócios. Ambos os lados enalteceram o resultado da reunião. (Globo)


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