sexta-feira, 12 de março de 2021

Caos sanitário se agrava no Brasil sem pacto nacional à vista

 


Alçado a epicentro global da pandemia de covid-19 após uma série de falhas no combate à crise, o Brasil. que acumula mais de 2.000 mortes diárias pela doença pelo segundo dia consecutivo, vê seus sistemas de saúde na iminência de colapsar ou já colapsados em quase todo o seu território. Beatriz Jucá conta que o agravamento da crise sanitária tem levado distintos setores, do Judiciário a empresários, a engrossar o coro na pressão por “união" para enfrentar a “guerra” contra o vírus. No entanto, as discordâncias sobre a condução da crise permeiam vários entes da federação. Governadores, que têm se mostrado hesitantes sobre os custos políticos e econômicos da imposição de confinamentos mais rígidos, estão sendo empurrados a adotar novas medidas —nesta quinta, o governador João Doria anunciou uma nova fase, a emergencial, em São Paulo. O principal problema do Estados está na oposição direta de Jair Bolsonaro, que oscila entre discursos e ações isoladas pró-vacinação com novas aparições negacionistas. Nesta quinta, o presidente ignorou qualquer protocolo para previnir o suicídio e usou, ao vivo, durante live no Facebook, uma suposta carta de um homem que se matou para fazer campanha contra o lockdown.

Nesta semana, o Planalto sancionou o projeto de lei que autoriza o setor privado, Estados e municípios a comprarem vacinas contra a covid-19, mas a medida ainda divide o setor e expõe um dilema ético sobre os limites da atuação privada na pandemia. Regiane Oliveira explica que a lei também obriga que a iniciativa privada doe doses ao SUS, o que ganhou a resistência das clínicas privadas. “Esta é uma causa humanitária, sabemos que o Brasil está parado. Nós, como empresários, não temos nenhum interesse comercial ou financeiro em cima deste projeto. Nosso único desejo é auxiliar para que um número maior de pessoas tenha acesso à vacina, para que possamos voltar à nossa vida normal e com segurança”, disse Carlos Wizard em comunicado.

O mundo que hoje se ocupa da pandemia virava as atenções para o Japão há exatos 10 anos. Foi quando um tsunami atingiu a costa do país e provocou o acidente na usina nuclear de Fukushima Daiichi. A enorme onda golpeou a reputação de uma tecnologia que tinha no país uma de suas melhores vitrines. A catástrofe de Fukushima contribuiu para a diminuição da produção mundial de eletricidade em usinas nucleares não só no Japão, mas em todo o mundo. Manuel Planelles explica as consequências e os impactos do acidente na matriz energética mundial e como ele contribuiu para acelerar o desenvolvimento das energias renováveis.

Ainda nesta edição, o EL PAÍS traz a história de mulheres cruciais para a sua geração, mas silenciadas no tempo. No Brasil, a Imperatriz Maria Leopoldina só aparece nos livros tradicionais como uma esposa traída, presa a um casamento de conveniência. Uma narrativa que ignorou, por décadas, o brilhantismo de suas percepções sobre a política e seu papel no processo de Independência. No Uruguai, Paulina Luisi foi a primeira mulher a conquistar um diploma universitário no país e pioneira ao promover a educação sexual nas escolas. Foi ela quem organizou o movimento crucial para que, em 1932, o direito ao voto feminino fosse aprovado pela primeira vez na América Latina.


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