segunda-feira, 29 de março de 2021

Março de 2021 nem terminou e já é o mês mais letal da pandemia no Brasil

 


Março de 2021 nem terminou e já é o mês mais letal da pandemia no Brasil. Além da escalada de mortes, com recordes diários na última semana, outro drama ganhou uma proporção maior no período: a fila de pacientes à espera de um leito hospitalar. Em São Paulo, a cidade mais rica do país, os esforços das autoridades para ampliar o sistema de saúde são insuficientes para conter o caos gerado pela pandemia de covid-19. A repórter Beatriz Jucá relata o cenário do colapso sanitário vivido na capital paulista, que acaba sendo um reflexo do que ocorre no restante do país. À escassez de leitos se somam a de medicamentos, o que impõem a milhares de brasileiros uma realidade perversa: a de morrer sem ter chance de um tratamento adequado para tratar a doença. “Só tem um caminho: parar a circulação de pessoas. Abrir leito não vai adiantar. Tem que interromper a circulação do vírus. Sem isso, a expectativa para abril é horrorosa”, afirma o médico intensivista Ederlon Rezende. Em meio ao pior momento da pandemia, moradores de São Paulo e do Rio ignoraram as recomendações de isolamento e lotaram as praias (que estavam bloqueadas) no megaferiado criado para que as pessoas ficassem em casa. Foram confirmadas 1.656 mortes por covid-19 no Brasil nas últimas 24 horas, o maior número já registrado em um domingo, quando geralmente os números repassados pelas autoridades sanitárias são menores. 

E ainda nesta edição, o encalhe do navio Ever Given no canal de Suez desatou uma crise comercial global sem precedentes, cujas consequências devem ser sentidas ainda por um logo período. O bloqueio da rota pelo meganavio —que voltou a flutuar nesta segunda-feira— fez com que empresas navais mudassem o trajeto percorrido por seus navios, contornando a África e passando pelo Cabo da Boa Esperança. No entanto, o caminho alternativo é viável apenas para grandes embarcações e é perigoso, já que ataques piratas são comuns na costa africana. De Cairo, o correspondente Marc Español conta que o canal recebeu investimentos milionários para a ampliação de sua infraestrutura, em projetos polêmicos. Apesar do custo, as obras não foram hábeis para evitar o infortúnio da última terça-feira, que suspendeu a navegação através do canal e expõs a fragilidade do transporte marítimo mundial.

O repórter Gil Alessi narra a ascensão no Rio de Janeiro de um novo movimento do crime organizado, chamado de narcopentecostalismo. Sob a liderança de Peixão, a facção criminosa Terceiro Comando Puro se apropriou da simbologia pentecostal para aliciar “mártires" armados com fuzis, prontos para matar ou morrer na defesa dos pontos de venda de droga nas comunidades da zona norte da capital fluminense. A reportagem mostra que a história do movimento remonta à meados de 2013, quando traficantes passaram a vandalizar terreiros de candomblé e umbanda no Morro do Dendê e expulsaram sacerdotes de religiões de matrizes africanas do complexo. O grupo, entretanto, ganhou força em plena pandemia do novo coronavírus, em 2020, quando consolidaram o que hoje ficou conhecido como Complexo de Israel.

Por fim, para ler com calma, o retorno da atriz Alicia Silverstone, a namoradinha da América em meados dos anos noventa e também a primeira vítima da recém-inaugurada internet da época. Silverstone, que volta às telas com Sister of the Groom, prometia ser a estrela prodígio de Hollywood, assinando contratos milionários ainda no início de sua carreira. No entanto, sofreu uma implacável perseguição de uma internet misógina e uma imprensa obcecada com o peso das celebridades, que a fizeram desistir de atuar por muito bom tempo. “Eu sabia que não era correto rir do corpo das pessoas, mas não respondi como uma guerreira dizendo ‘foda-se’, simplesmente me afastei. Parei de amar a atuação”, disse a atriz em uma entrevista.

Fique em casa se puder. Ajude os mais vulneráveis se tiver chance. Se cuide!


Brasil vive mês mais letal da pandemia, com piora no atendimento de pacientes
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Mais de 1.000 pessoas esperam por leito hospitalar em São Paulo. “Tem que interromper a circulação do vírus ou a expectativa para abril é horrorosa”

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