segunda-feira, 8 de março de 2021

‘É norma ética consabida que o governante não compra nem vende nada.’

 Mesmo inelegível pela Lei da Ficha Limpa, o ex-presidente Lula tem um potencial de votos para 2022 maior que o do atual ocupante do Planalto, Jair Bolsonaro. Segundo pesquisa do Ipec, 50% dos ouvidos votariam com certeza ou poderiam votar no petista, enquanto 44% não votariam nele de jeito nenhum. Já Bolsonaro tem potencial de voto de 36% e rejeição de 56%. (Estadão)




Brazil Journal, site respeitadíssimo no ambiente do mercado financeiro, saiu hoje com um violento editorial: “Se Dilma Rousseff estivesse hoje na Presidência e se comportando como Jair Bolsonaro, a Faria Lima e o Jardim Europa — o principal público deste site — já estariam na Paulista batendo panelas e exigindo sua remoção do cargo. Perdemos nossa bússola moral? É impossível contemporizar com este governo. É inviável tentar negociar com quem não quer remar na mesma direção. Não são apenas os chefes dos Poderes que têm responsabilidade. A oposição? Ainda existe? E as mesas diretoras da Câmara e do Senado? E aos amigos do agronegócio, que vão muito bem, obrigado, e ainda constituem a base de apoio mais fiel ao presidente, um lembrete amigável: mesmo quem está na primeira classe do Titanic morre afogado quando o navio afunda. Empobrecidos em dólar, desempregados aos milhões, isolados sanitariamente do mundo e sem amigos nas grandes potências, os brasileiros seguem sua vidinha medíocre — até que a coisa transborde em manifestações de rua para, aí sim, os políticos encontrarem sua coluna vertebral.”




“Não estou aqui para fazer campanha, não preciso disso. Nunca quis ser mito.” É com essas palavras que a empresária Luiza Trajano reage a especulações sobre seu nome na corrida presidencial. Ela já apareceria espontaneamente em pesquisas e é considerada “vice dos sonhos” por outros candidatos. “Cada dia é uma notícia diferente, um partido”, reclama a empresária, para quem a prioridade é o combate à pandemia. Na opinião dela, mulheres estão mais preparadas e lidam melhor com os desafios impostos pela Covid-19. (Globo)




Há mais de dois meses o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comprou discretamente uma mansão de quase R$ 6 milhões em Brasília, pegando num banco público um financiamento cujo valor exige renda mínima maior que a dele. Entretanto, mantém o apartamento funcional pago pelo Senado. O acúmulo, permitido pelo regimento da Casa, é praticado por outros parlamentares. (Globo)

E o decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, criticou o cartório de Brazilândia (DF) onde o senador registrou sua mansão. O cartório escondeu dados do contrato que devem ser de consulta pública. O caso pode parar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e no Conselho Nacional de Justiça. (Estadão)

Elio Gaspari: “Flávio Bolsonaro descumpriu uma norma, explicitada por Tancredo Neves em 1963: ‘É norma ética consabida que o governante não compra nem vende nada.’ Era pura sabedoria. Lula deu-se mal porque usufruiu o sítio de Atibaia e discutiu a compra de um apartamento no Guarujá. Juscelino Kubitschek foi muito mais longe, adquirindo um apartamento na avenida Vieira Souto.” (Globo e Folha)

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