CAPA – Manchete principal: *”Funcionários temem vírus no setor de serviços, que não para”*
EDITORIAL DA FOLHA - *”Falando sozinho”*: A rápida disseminação do novo coronavírus empurrou Jair Bolsonaro para o isolamento político ao expor seu despreparo para lidar com a emergência e sua falta de sintonia com as aflições da população. Poucos dias após classificar a pandemia como uma fantasia, o presidente finalmente reconheceu a gravidade da situação ao reunir seu ministério para uma entrevista coletiva na quarta-feira (18). À mudança tardia, no entanto, somou-se a inépcia. A exposição das medidas adotadas para combater a calamidade foi confusa, além de prejudicada pelo uso inadequado de máscaras de proteção pelo presidente e por seus auxiliares, que revestiu o evento de tom farsesco. A impressão não melhorou substancialmente com a entrevista coletiva desta sexta (20), quando a moléstia foi chamada de “gripezinha”. O próprio Bolsonaro optou pela ambiguidade em vários momentos, voltando a falar em histeria em vez de se concentrar sobre o que é preciso fazer para atenuar o impacto do inevitável aumento do número de pessoas infectadas nas próximas semanas. Chamado para uma reunião com o chefe do Executivo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avisou que não iria sem que houvesse pauta objetiva. Disse que estava ocupado com a agenda de votações no Congresso e não tinha tempo para perder posando para retratos no Palácio do Planalto. Por três dias seguidos, Bolsonaro tornou-se alvo de furiosos panelaços nas principais capitais do país. Houve protestos até mesmo em regiões onde ele venceu a eleição presidencial de 2018 com ampla margem de votos sobre os adversários, como São Paulo. O mandatário viu seu capital político encolher também nas redes sociais da internet, onde até agitadores do bolsonarismo se distanciaram dele nos últimos dias, caso do escritor Olavo de Carvalho. Enquanto o mundo busca coordenar esforços, os filhos do presidente seguem apostando na confusão e fustigando inimigos imaginários —da China aos líderes do Congresso Nacional. Em pronunciamento na internet nesta quinta (19), Bolsonaro voltou a criticar providências tomadas por vários estados para conter a propagação do vírus, alertando para as dificuldades que uma paralisia da atividade econômica causará. Ninguém ignora os riscos criados pelo avanço da doença, mas o presidente parece o único a agir como se não tivesse noção de prioridades, da importância de cooperação com outras esferas de governo e do imperativo de transmitir segurança à sociedade. Deixá-lo falando sozinho é a melhor opção.
PAINEL - *”Sem aulas, alunos da rede pública vão receber cota de alimentos da merenda, diz governo”*: A ministra Tereza Cristina (Agricultura) foi informada pelo colega do MEC, Abraham Weintraub, que o governo decidiu continuar bancando a compra de alimentos de pequenos produtores para a merenda escolar, mesmo com os colégios fechados pelo coronavírus. A ideia é que as escolas distribuam, uma ou duas vezes por semana, a cota de alimentos aos pais das crianças, atendendo principalmente à população de baixa renda. Ao mesmo tempo, fica garantida a renda dos produtores. O acordo foi selado pelos dois ministros na última quinta (19), segundo Tereza Cristina. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) repassa cerca de R$ 4 bilhões por ano a estados e municípios para ajudar a pagar a merenda das escolas. Neste ano, já foram repassados R$ 900 milhões, segundo o MEC.
PAINEL - *”Mourão teve reunião com Huawei por 5G antes de Eduardo Bolsonaro abrir crise diplomática”*: Não foi à toa que o vice-presidente Hamilton Mourão se posicionou sobre a crise diplomática com a China criada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ele costura a relação com empresários e políticos chineses há mais de um ano, especialmente com a Huawei, tendo em vista o leilão de frequência para o 5G no Brasil, esperado como um dos maiores do planeta. Na sexta (13), Mourão recebeu os principais executivos da Huawei no Planalto. Para não ver seu trabalho ir por água abaixo, reagiu. O leilão estava previsto para ocorrer no fim deste ano. À Folha, Mourão disse que as opiniões de Eduardo não representam as do governo federal. Como mostrou o Painel, o vice-presidente vinha sendo preterido no Planalto e não foi ao menos incluído no comitê de combate ao coronavírus que conta com 15 ministros. Ele decidiu quebrar esse silêncio para conter a tensão diplomática. Os executivos da Huawei têm tentado se assegurar de que poderão participar do leilão e temem uma interferência do governo federal que os impeça de concorrer. O próprio Eduardo Bolsonaro já disse, em mais de uma ocasião, que a cooperação militar do Brasil com os Estados Unidos poderia ser comprometida caso a Huawei viesse a operar a tecnologia 5G no Brasil. Os executivos da gigante chinesa veem em Mourão um interlocutor mais técnico, sem influência política na negociação.
PAINEL - *”Postura de Bolsonaro na crise do coronavírus gera perda de apoio de policiais militares“*: Em mais um sinal de que as falhas ao tratar da crise do coronavírus têm custado a Jair Bolsonaro parte do apoio dos grupos que lhe são mais leais, figuras importantes das polícias militares têm manifestado duras críticas ao presidente e recomendado distanciamento do governo. "Tenho dó do Brasil por tê-lo como presidente. Ele envergonhou a farda do Exército nos anos 1980 e envergonha a todos militares neste momento", escreveu a seus pares o coronel Glauco Carvalho, ex-comandante da PM-SP e vice-presidente da associação da categoria. "Não acreditem em nada que venha desse cidadão. Aliás, desse governo. Como militar, sinto-me envergonhado por tantas ações atabalhoadas, extravagantes, ridículas e mesquinhas", completou. O senador Major Olímpio (PSL-SP) disse, em entrevista ao site Congresso em Foco, que Bolsonaro está isolado e pode sofrer impeachment.
PAINEL - *”Políticos questionam presença de filho de Bolsonaro em reunião com empresários sobre coronavírus”*: Dirigentes e políticos disseram não ter entendido a razão de o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) ter participado de uma teleconferência entre o governo e empresários nesta sexta (20) para discutir a crise do novo coronavírus.
*”Crise do coronavírus provoca embate de Bolsonaro com Doria e Witzel, rivais para 2022”*
*”Bolsonaro se nega a mostrar exames que, segundo ele, deram negativo para coronavírus”* - O presidente Jair Bolsonaro não divulgou cópia dos dois exames clínicos que realizou e que, segundo ele, deram negativo para o novo coronavírus. Ele fez dois testes, um no dia 12 e outro no dia 17. Nas redes sociais, Bolsonaro informou que ambos deram negativo, mas não mostrou documento formal das análises. Quando realizou seu exame, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou um memorando oficial assinado por seu médico atestando que a análise não havia detectado o Covid-19. A Folha solicitou à Secom (Secretaria Especial de Comunicação) da Presidência da República cópia do exame em duas oportunidades, mas não obteve resposta. Até o momento, pelo menos 23 pessoas ligadas à comitiva presidencial que viajou aos Estados Unidos no início deste mês receberam o diagnóstico da doença. Entre elas estão dois ministros: o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). Bolsonaro lamentou nesta sexta-feira (20) estar afastado de Heleno, isolado por causa da doença. "Estou chateado, o maior conselheiro meu, general Heleno está em casa. Mas a gente supera isso aí. É melhor estar do meu lado do que falar pelo telefone. Estamos fazendo nossa parte." Em entrevista na frente do Palácio da Alvorada nesta sexta, Bolsonaro confirmou que apresentaram resultado positivo para Covid-19 os exames de seu ajudante de ordens, major Mauro Cid, do assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, do diretor do Departamento de Segurança Presidencial, coronel Suarez, e do chefe do Cerimonial, Carlos França. Na quarta-feira (18), o presidente disse a jornalistas que poderia realizar um novo teste. A expectativa é de que ele seja feito na próxima segunda-feira (23). Também receberam diagnóstico de Covid-19 o chefe da Secom, Fabio Wajngarten, e o número 2 do órgão, Samy Liberman. Ele compareceu ao Planalto na última semana, ao regressar da viagem aos Estados Unidos, o que gerou reclamação e desconforto de funcionários da Presidência. Questionada formalmente, a Secom não quis comentar o resultado do exame de Liberman. Outros integrantes da comitiva que depois apresentaram resultado positivo para coronavírus foram o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Flávio Roscoe, e o secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, bem como o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência havia informado no dia 15 que quatro membros da equipe que serviu de apoio à viagem de Bolsonaro a Miami estão infectadas. No mesmo dia, o publicitário Sérgio Lima, responsável pela comunicação da Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro quer criar, informou que está com o coronavírus. A Folha confirmou que ele esteve com a comitiva presidencial nos EUA. Divulgaram ainda resultados positivos para o coronavírus o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o diplomata Nestor Forster, indicado para o cargo de embaixador do Brasil em Washington, a advogada Karina Kufa, tesoureira da Aliança, e o deputado federal Daniel Freiras (PSL-SC).
*”'Não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar', diz Bolsonaro sobre coronavírus”* - O presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar nesta sexta-feira (20) a gravidade do coronavírus e afirmou que só fará um novo exame para saber se foi contaminado caso haja recomendação do médico da Presidência da República. Em entrevista à imprensa, na qual vestia uma máscara cirúrgica, o presidente lembrou que sobreviveu a uma facada na campanha eleitoral de 2018 e disse que não vai ser uma "gripezinha" que irá derrubá-lo. "Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, não. Se o médico ou o ministro me recomendar um novo exame, eu farei. Caso contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes", afirmou. Bolsonaro não divulgou até o momento a cópia dos dois exames clínicos que deram negativo para o novo coronavírus. O presidente realizou dois testes, um no dia 12 e o outro no dia 17. Nas redes sociais, ele informou que ambos deram negativo, mas não mostrou documento formal das análises. A Folha solicitou à Secom (Secretaria Especial de Comunicação) da Presidência da República cópia do exame em duas oportunidades, mas não obteve resposta. Até o momento, mais de 20 integrantes da comitiva presidencial que viajaram aos Estados Unidos no início deste mês foram diagnosticados com a doença. Nesta sexta-feira (20), o presidente ressaltou que é uma pessoa especial pela função pública que ocupa e destacou que os exames de seus familiares também deram negativo. "Eu sou uma pessoa especial pela função que eu ocupo, obviamente. Mas fiz dois exames, minha família fez também e deu negativo. Se o medico da Presidência da República e até o ministro da Saúde, a quem eu sou subordinado a essa questão, achar que eu devo fazer um novo [exame], sem problema nenhum", afirmou. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também presente na entrevista, disse que o resultado de um exame médico é uma questão íntima e que interessa apenas ao paciente. "Os exames do paciente são do paciente. O seu exame e o seu prontuário são da sua intimidade. A gente não faz divulgação do exame nem seu, nem meu, nem de ninguém", disse. "Se tiver positivo ou negativo, cabe a ele, presidente, ou ao seu medico comunicar", emendou. Ele ressaltou que teve a informação de pessoas que tem invadido a rede de laboratórios que testam o coronavírus para tentar acessar o prontuário de autoridades e famosos. O ministro classificou a iniciativa como "meio mórbida". "Tem gente procurando saber, parece uma coisa meio mórbida, entrando dentro de sistemas de computador de laboratórios para saber nomes de pessoas públicas que eventualmente tenham feito exames. Isso tem de ter limite", ressaltou. RATINHO Em entrevista ao apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, gravada na quinta (19) e exibida na noite desta sexta (20), Bolsonaro voltou a defender sua participação no dia 15 de março em protestos pró-governo em Brasília. O presidente foi criticado por ir aos atos, porque em meio à pandemia do Covid-19 uma das principais recomendações é evitar aglomerações. Na entrevista veiculada no SBT, ele voltou a dizer que as manifestações eram espontâneas e que ele não as convocou —embora tenha estimulado a mobilização com publicações em redes sociais. Ainda sobre o dia 15, o presidente disse que, quando estava na rampa do Palácio do Planalto, "não resistiu à tentação" e desceu para apertar a mão dos seus apoiadores. Ao comentar a suspensão de campeonatos de futebol no Brasil por conta do Covid-19, o mandatário disse que a decisão ocorreu por pressão dos jogadores. Ele disse que falou com dirigentes e com um técnico de um clube, que lhe relataram que o fechamento era necessário para evitar uma greve dos atletas. O presidente disse ainda que o Congresso está em plena colaboração com o governo durante a crise do coronavírus —os parlamentares deram o aval para a decretação do estado de calamidade pública. No entanto, em outros temas, ele disse que o "Legislativo poderia colaborar um pouco mais". "Sempre existe por parte de alguns no Parlamento a briga ainda por cargos", declarou. "Se chegarmos a um bom entendimento, em um ano nós mudamos o destino do Brasil", declarou.
*”Não estou preocupado com panelaço, diz Bolsonaro após três dias seguidos de protestos”* - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (20) que não está preocupado com os seguidos panelaços promovidos contra ele nos últimos dias em diferentes regiões do país. "Eu não estou preocupado com o panelaço. Eu estou preocupado com o vírus, com a saúde, com o emprego do povo brasileiro", afirmou, em entrevista na frente do Palácio da Alvorada. "Qualquer panelaço, qualquer coisa que venha a acontecer é manifestação democrática. Toca o barco", disse. "Se alguém marcar um panelaço contra a Globo, vocês vão ver que vai ser ensurdecedor nas cidades. Eu não vou marcar um panelaço contra a Globo. Não é essa a minha preocupação. Mas, se marcarem contra a Globo e contra algumas autoridades que temos por aí, certo, vai ter um som ensurdecedor. Eu não quero entrar nessa briga. A minha briga é outra. É a saúde, é a vida, é o emprego, é a segurança do povo brasileiro", completou Bolsonaro. Na noite desta sexta-feira, Bolsonaro foi alvo de mais um panelaço em diversas cidades do país. Foi o quarto ato seguido do tipo contra o presidente. Os protestos nas janelas foram convocados em redes sociais e impulsionados pela reação de Bolsonaro à crise do coronavírus, que afetou a rotina de milhões de brasileiros e deve ter duro impacto na economia. Nesta sexta, houve esse tipo de manifestação em bairros como Tijuca e Laranjeiras no Rio. Em São Paulo, o panelaço ocorreu em Santa Cecília, na região central. Também houve uma sequência de aplausos em homenagem aos profissionais de saúde. Bolsonaro, que já se referiu à dimensão da doença como "fantasia", dizendo haver "histeria" da população, tentou reagir na quarta, após perder apoio inclusive entre alas conservadoras. Durante o ato de domingo (15), o presidente apertou a mão e cumprimentou uma série de apoiadores, além de ter tirado selfies e segurado telefones celulares e devolvido a seus donos. O presidente tem cobrado o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) a adotar um discurso mais afinado ao do Palácio do Planalto no combate à pandemia. Para ele, o tom adotado pela saúde tem gerado histeria. Modulando seu discurso público, o presidente passou a reconhecer que a situação é grave, embora não tenha demonstrado arrependimento de ter participado de ato no último domingo, contrariando recomendação do Ministério da Saúde. Reportagem da Folha desta sexta-feira (20) mostrou que, se eleitores de esquerda e de centro se uniram nas redes e no panelaço contra Bolsonaro, os partidos que representam esses segmentos também estão na mesma página hoje —focados no combate ao coronavírus—, mas divergem sobre o futuro do governo. Enquanto líderes de siglas de esquerda veem o suporte popular a Bolsonaro minguar por ter desdenhado do coronavírus a ponto de mobilizar a sociedade e criar condições de impeachment quando a pandemia passar, os caciques do centro evitam o exercício de futurologia e preferem o apoio crítico ao presidente do que migrar de vez para a oposição. Na semana em que Bolsonaro incentivou aglomerações em atos contra o Congresso e o Judiciário e a favor de seu governo, além de quebrar ele próprio as recomendações de isolamento para apertar a mão de apoiadores, o bolsonarismo viveu fissuras. Janaina Paschoal (PSL) e parte dos conservadores abandonaram o barco de vez. Coroando a mais grave crise política de Bolsonaro até aqui, na quarta, o panelaço contra o governo atraiu a classe média e foi mais intenso do que o convocado a favor do presidente. Líderes partidários, no entanto, não pretendem explorar a crise política em meio à crise de saúde pública e econômica a que o mundo está submetido. Eventual impeachment foi engavetado por ora até por setores da esquerda. +++ Jair Bolsonaro está tentando “sair das cordas”, pra isso ele diz estar preocupado com a saúde e a segurança do povo. Além disso, em sua retórica, o presidente não dá valor algum aos panelaços e à pressão da Rede Globo. Como sempre, ele tenta se fazer de louco e mudar o tom da conversa sem mais nem menos. Acontece que apesar da pequena mudança, ele continua a cometer gafes e mais, o que está embutido na retórica de que a “economia não pode parar” é a falta de preocupação com a saúde do povo. Afinal, a circulação de pessoas significa a expansão da epidemia.
*”Bolsonaro diz que 'ainda' não considera decretar estado de sítio por coronavírus”* DEMÉTRIO MAGNOLI - *”Nós, esclarecidos, precisamos pensar fora da bolha da alta classe média”*
ENTREVISTA - *”Desprezo à ciência é grave e pode ser desastroso, diz dom Odilo Scherer sobre coronavírus”*: Diante da crise provocada pela pandemia do coronavírus, o arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, 70, critica o que chama de desprezo à ciência e afirma que a igreja vem atuando para evitar a proliferação de notícias falsas sobre a emergência sanitária. Ao longo das últimas semanas, ganhou corpo uma corrente que considera exagerados os receios sobre a pandemia e as medidas das autoridades para contê-la. O líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, gravou um vídeo no qual disse que a população está "apavorada por algo que não condiz com a realidade". À Folha dom Odilo disse por email: "É importante ser realista e não desprezar a realidade e a verdade dos fatos". Em relação às notícias falsas, em mensagem a bispos auxiliares, padres e diáconos no início da semana, o arcebispo metropolitano recomendou que se evite "de toda forma repassar 'fake news' para não desorientar o povo". Na carta, também pediu calma, bom senso e que se evite "toda forma de pânico". À reportagem o cardeal também defendeu a decisão da igreja de manter os templos abertos em meio ao risco de disseminação da doença —posicionamento também compartilhado pelas denominações evangélicas. Nesta sexta-feira (20), após o arcebispo responder à reportagem, a Justiça proibiu a realização de missas e cultos no estado de São Paulo, atendendo a um pedido do Ministério Público. Dom Odilo afirmou que segue orientação do papa Francisco, que mandou reabrir igrejas de Roma. "Foi o que a igreja sempre fez no passado, em momentos de crise e angústia", diz o cardeal. No último domingo (15), a paróquia Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins (zona oeste de São Paulo), celebrou missa ao ar livre, em uma praça ao lado da igreja, para evitar a transmissão da moléstia. REAÇÃO DA POPULAÇÃO COM A CRISE SANITÁRIA - A sociedade está acolhendo as recomendações relativas à prevenção contra a pandemia do coronavírus. A cidade já se esvaziou bastante e rapidamente. Ainda deverá acontecer mais, porém tenho a impressão de que, nos primeiros dias, [a reação] às medidas tomadas pelas autoridades está sendo positiva, o que revela uma tomada de consciência sobre a seriedade da pandemia.
DESDOBRAMENTOS SOCIAIS - Está claro que esta crise sanitária terá efeitos graves sobre a economia e outros setores da vida social, mas teremos que enfrentar esses efeitos por causa de um bem maior, que é a saúde e a vida. No momento, o importante é unir esforços para enfrentar a emergência sanitária e evitar que o pior aconteça para muitas pessoas. As crises são ocasião para criatividade e inventividade, mesmo no campo social e das relações humanas. Esta é uma boa ocasião para revalorizar a vida, as relações humanas simples e essenciais, as coisas que não têm preço, como o amor, a família, a solidariedade e a sensibilidade diante do sofrimento do próximo.
IGREJAS ABERTAS NA PANDEMIA - Manter as igrejas abertas não obriga ninguém a entrar nelas ou a participar das celebrações comunitárias. Estamos orientando que as pessoas idosas e outras, pertencentes aos grupos mais vulneráveis, permaneçam em suas casas e assistam às celebrações religiosas pelos meios de comunicação. Mas é importante que as pessoas possam ter igrejas abertas para seu momento de oração, de conforto espiritual e de esperança. Nisso seguimos as orientações do papa Francisco, que mandou reabrir as igrejas de Roma depois de terem sido fechadas por uns dias. E também foi o que a igreja sempre fez no passado, em momentos de crise e angústia. As portas abertas das igrejas são um sinal de acolhida e de refúgio na angústia. Nelas há sempre alguém esperando para acolher, confortar e orientar.
COMBATE ÀS NOTÍCIAS FALSAS - É lamentável que se espalhem fake news sobre questões tão sérias. A igreja vem orientando a usar todas as formas de comunicação de forma positiva e para a edificação das relações humanas e sociais. As diversas mídias sociais, quando bem usadas, podem ser aliados valiosos no combate aos males que afligem a comunidade humana, inclusive as doenças.
MOVIMENTO ANTICIÊNCIA E GRUPOS QUE CONTESTAM A GRAVIDADE DA PANDEMIA - É importante sermos realistas e não desprezarmos a realidade e a verdade dos fatos. Por esse mesmo motivo também devemos usar de cautela e avaliar criticamente as coisas. Mas o desprezo à ciência é grave e pode levar a consequências desastrosas.
CRISE SANITÁRIA EM MEIO À POLARIZAÇÃO DA SOCIEDADE - Minha esperança é que saiamos todos mais humildes e mais unidos dessa crise sanitária. Quem imaginava que um pequeno vírus pudesse causar tanto pavor e problemas de todo tipo? Achávamos que éramos muito poderosos e acabamos todos condicionados e ameaçados por uma criaturinha aparentemente insignificante... As polarizações deveriam ceder espaço a maior respeito, humildade e solidariedade. E se assim fosse, o vírus nos ensinaria uma boa lição de vida.
*”Mudanças no funcionamento da Justiça com coronavírus confundem juízes e criam conflitos”* *”PGR quer que multas pagas por delatores sejam usadas em ações contra coronavírus”* *”Congresso já acumula 110 projetos contra crise do coronavírus”* *”Repórter da Folha processa deputado por danos morais após ofensa com insinuação sexual”*
*”Terceiro em número de mortes, Irã enfrenta acusações de omissão frente ao coronavírus”* *”EUA e México entram em acordo e vão fechar parcialmente a fronteira”* *”Bolsonaro diz que pode ligar para Xi Jinping após crise com China”*
*”Funcionários e prestadores de serviço temem contaminação e querem parar”* - Entre o risco de contaminação e o medo de perder o emprego, muitos trabalhadores seguem na ativa, esperando a decisão vir de cima. Bancários, trabalhadores da construção civil, atendentes em call centers e metalúrgicos são algumas categorias que tentam negociar férias coletivas, home office ou simplesmente ir para casa por um tempo com a garantia de que não vão perder a proteção trabalhista. No setor de telemarketing, o sindicato dos trabalhadores relata não ter havido redução nas equipes nem a criação de escalas para reduzir o número de pessoas nos espaços. Assustados com o risco de contaminação, os trabalhadores do setor foram às ruas. O protesto de um grupo de operadores de telemarketing em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (20), ecoou reivindicações vistas em outras cidades. Os gritos pediam para “parar de uma vez pela saúde”. Os cartazes traziam frases como “fechem os call center”; “não podemos morrer na PA (posto de atendimento)”, “cadê a humanização”. Vídeos gravados por trabalhadores da Mundiale, na capital mineira, mostram que, mesmo em meio à pandemia, o local de trabalho e refeição segue lotado e falta álcool em gel para ser utilizado na higienização, como é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Na tarde de quinta-feira (19), a empresa, que não respondeu ao contato da Folha, avisou que seriam liberados para home office —trabalho remoto em casa— funcionários com mais vendas e que o uso de álcool em gel seria livre. Segundo uma funcionária que pediu anonimato, por medo de ser demitida, mesmo pessoas em grupo de risco —como idosos, pessoas com problemas respiratórios e grávidas— seguem trabalhando. Belo Horizonte tem 20 casos confirmados. “Temos um caso confirmado dentro da empresa, de uma supervisora. A equipe dela está toda com suspeita, e mesmo assim não querem nos liberar. O álcool em gel acaba antes da jornada de trabalho e está complicado”, diz ela. O protesto de operadores se repetiu em outras cidades do país, como Recife, Curitiba, Goiânia e São Paulo. Também nesta sexta (20), cerca de 50 funcionários da Almaviva do Brasil se manifestaram no centro da capital paulista. Entre os funcionários há pelo menos dois casos confirmados de infecção pelo coronavírus, que foram afastados. A empresa tem fornecido apenas um desinfetante para ser passado nas mesas de trabalho, dizem os relatos. A Folha fez várias tentativas de contato com a empresa, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem. Os operadores têm média de jornada diária de 6 horas e 20 minutos e, em geral, recebem um salário mínimo. Em Recife, funcionários da Liq reivindicam que seja feito rodízio, mantendo 50% no local de trabalho por turno, para garantir a distância segura. A empresa diz que tomou todas as providências de limpeza, seguindo recomendações, e que liberou pessoas de grupos de risco e 20% do contingente. Operadores da Atento Brasil se manifestaram em Goiânia reclamando que o álcool disponibilizado é usado para limpeza e que foram proibidos de usar máscaras. Eles pedem a suspensão das atividades, para evitar aglomerações. “Passamos de 6 a 8 horas por dia em um ambiente fechado, com ar-condicionado e inúmeras pessoas. Sem contar que a grande maioria depende do transporte público, que ainda hoje está lotado e nos obriga a ter contato físico direto com várias pessoas”, diz uma operadora. O presidente da Atento, Dimitrius Oliveira, gravou um vídeo dizendo aos funcionários que a empresa segue todos os protocolos e que traz melhores ambientes, para que operadores estejam confortáveis. Por meio de nota, a empresa diz que prioriza atuação em home office e afastamento remunerado de colaboradores com mais de 60 anos e gestantes. Mas, segundo relatos, trabalhadores com problemas respiratórios estão trabalhando normalmente. Em Curitiba, operadores da BTCC também reclamaram da falta de álcool em gel, ar-condicionado ligado e janelas fechadas e aglomerações em elevadores e locais de refeição, o que vai contra as recomendações de prevenção. “A gente chega e a gente tem que limpar nossa PA. Usamos álcool em gel da empresa, quando tem, mas temos que pegar com copo descartável para limpar. Eles estão comunicando que está havendo roubo do álcool e por isso falta”, diz uma trabalhadora. Os trabalhadores querem que a empresa pare as atividades, já que nem todos possuem internet ou computador para trabalhar em casa. “Não é essencial fazer uma venda em um momento destes. O cliente não depende disso”, afirma ela. Após o protesto, janelas foram abertas, mas outras medidas não foram implementadas, segundo trabalhadores. Na página oficial da empresa no Facebook, a BTCC respondeu a um comentário dizendo que em breve compartilharia o plano de ação e que a limpeza era feita no turno da noite. A ABT (Associação Brasileira de Telesserviços), que representa 18 empresas de contact center, diz que é essencial que o setor siga em operação, já que tem serviços de emergências médias, energia e comunicações. Os trabalhadores e empresas da construção civil avançam no campo da negociação. Nesta sexta, na capital paulista, conseguiram alterar a convenção coletiva prevendo a redução das jornadas de trabalho para evitar horário de pico no transporte público e turnos diferenciados. Até que a crise gerada pela pandemia se estabilize, as empresas poderão dar férias coletivas e individuais sem a necessidade de comunicação 30 dias antes. O novo prazo passa a ser de dois dias, e as férias poderão ter início a qualquer dia da semana. O acordo antecipa a apresentação da medida que vai flexibilizar a redução de salário e jornada e prevê a possibilidade de redução de até 25% dos salários caso as empresas tenham que paralisar obras para garantir a segurança. Se o governo mandar a proposta anunciada na quarta-feira (18), a redução poderá ser 50%. O trabalhador incluído nesse corte terá direito à estabilidade no emprego. O Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo) encaminhou às empresas uma série de recomendações para reduzir os risco de contaminação, mas isso não inclui suspensão do trabalho. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes encaminhou nesta semana às empresas um documento falando da necessidade de preservar a saúde dos trabalhadores. Miguel Torres, presidente do sindicato e da Força Sindical, diz que o ofício informou também da disposição dos trabalhadores em discutir medidas de garantia de emprego, mas que a prioridade é a saúde e o enfrentamento da pandemia. Nos bares e restaurantes, por determinação da prefeitura, o atendimento ao público será interrompido, e a recomendação da Abrasel-SP (Associação de Bares e Restaurantes em São Paulo) é para que os empresários reorganizem as operações e aguardem a consolidação das medidas anunciadas pelo governo. No início da noite desta sexta, o presidente nacional da Abrasel, Paulo Solmucci, enviou uma mensagem aos associados pedindo paciência aos donos de bares e restaurantes. “Peço a todos que não se precipitem com férias coletivas ou demissões”, diz. Entre os bancários, a briga agora é pela liberação da obrigação de cumprir metas de vendas de produtos (como seguros) durante a crise. Eles brigam também pela ampliação do teletrabalho hoje somente pessoas dos grupos de risco ou que tiveram contato com casos suspeitos estão trabalhando em casa.
PAINEL S.A. - *”Uberização do trabalho aprofunda crise, diz presidente de banco”*: As mudanças estruturais na forma de ocupação nos últimos anos, traduzidas na figura do empreendedorismo do pequeno comércio ou do motorista de aplicativo, vão acentuar a gravidade da crise sem precedentes que o Brasil enfrentará. A avaliação é do presidente do banco Fator, Gabriel Galípolo, para quem "não adianta mais estatizar o passivo de bancos e empresas". Segundo o executivo, um dos caminhos possíveis é mesmo "estatizar a renda mensal das pessoas". O empreendedor ou o autônomo, que proliferou no Brasil, não tem receita e renda se fica doente ou tira férias, afirma Galípolo. O executivo compara como seria se a crise atual tivesse ocorrido no passado. “As empresas pediriam socorro aos bancos para ter fôlego e pagar seus funcionários no período de queda de receita. Os bancos, se precisassem, poderiam se socorrer no Banco Central e no governo em uma situação extrema. Hoje não basta. Uma parcela significativa da economia não será irrigada por esse canal”, diz. “Faz vários anos que poderíamos estar indignados pelas pessoas morrendo em fila de hospital e sem saneamento. Mas foi preciso uma doença que não tem localização geográfica, que não afeta só a periferia, que é contagiosa pelo ar, para nos indignarmos a ponto de dizer: esquece teto, lei de responsabilidade fiscal e vamos fazer o que importa, que é transferir recurso a quem precisa no momento”, afirma Galípolo. Ele pondera a eficácia da queda do juro. “Não estou dizendo que não tem de reduzir. Tem. Muito e rápido. Só não vai resolver. O problema é renda.”
*”Pipoca, música e até peixinho beta entram na rotina do home office”* *”Mais de 100 mil empregados de montadoras entram em férias”*
*”Setores intensivos em mão de obra param em quatro estados”* - A pandemia do novo coronavírus já provocou queda na demanda de carne, férias coletivas em frigoríficos e indústrias calçadistas de dois estados —que não descartam demissões— e paralisou o setor de confecções no agreste pernambucano e em Santa Catarina. As férias coletivas são a medida mais tomada neste momento por empresas e entidades ouvidas pela Folha como forma de amenizar os impactos do coronavírus, por preservarem a economia de escala das operações industriais. O setor de frigoríficos aponta que a queda na demanda interna será de 20%, motivo pelo qual está orientando as empresas a diminuir a escala de abate nessa proporção, segundo Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos). A entidade afirma que há superoferta de carne em razão de as pessoas terem ido para casa, o que reduziu compras de setores como restaurantes. Assim, com a redução no abate —o que deve gerar queda no preço do boi—, o setor consegue permanecer em atividade e sem risco de desabastecimento, em sua avaliação. O Minerva dará férias coletivas a partir de segunda-feira (23) aos empregados de quatro unidades de abate, em Janaúba (MG), José Bonifácio (SP), Mirassol D’Oeste e Paranatinga (ambas MT). Segundo a empresa, a decisão “está alinhada à piora dos cenários doméstico e global, que inclui queda da demanda no segmento de food service e limitações logísticas em diversas partes do mundo”. Já o JBS informou que concede férias coletivas em 5 de suas 37 unidades por 20 dias devido à menor demanda de exportação e que “essas suspensões temporárias são comuns em resposta às dinâmicas do mercado”. Já no setor de confecções, o polo do agreste pernambucano, que movimenta R$ 6 bilhões por ano e ocupa 250 mil pessoas entre empregos formais e informais, parou em razão do avanço do coronavírus. São mais de 15 cidades envolvidas na produção de artigos têxteis, com informalidade de cerca de 80%. “Não sei o que será de nós. Vivemos disso aqui. Falei com o pessoal e expliquei que não vamos mais continuar a produção. Não tem mais feira para escoar o que a gente produz”, disse Rodrigo Silva, 40, que comanda uma produção de 500 peças por dia, que emprega informalmente 20 pessoas. Ele diz que esta sexta-feira (20) foi o último dia de trabalho. Por ano, o polo produz 225 milhões de peças de vestuário, representando 3,1% do total nacional. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, disse que é preciso a ajuda do governo federal para que o impacto seja minimizado. Outro polo têxtil do país, Santa Catarina também está com as indústrias fechadas, em férias coletivas, em razão do decreto do governador Carlos Moisés (PSL) para conter o avanço do coronavírus. São 9.042 indústrias dos setores têxtil e confecção no estado, com 159.591 empregados e receita de R$ 31,8 bilhões em 2018, representando 18% do total nacional, segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). No Rio Grande do Sul, o polo calçadista é afetado especialmente pela queda do consumo. Com shoppings fechados em diversos estados e comércio de rua funcionando restritamente ou completamente parado, a demanda diminui. Segundo Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), 49% das indústrias tiveram cancelamentos ou adiamentos de pedidos. O ramo tem 2.000 indústrias no estado, incluindo ateliês, representando 33% do total do país. São cerca de 90 mil empregos diretos no estado, com parte significativa em férias coletivas. “A primeira medida é a de férias coletivas. É um paliativo neste momento enquanto esperamos o que vai acontecer. A máquina está parando. Depois desses primeiros 15 dias é que vamos poder analisar como será o giro da economia.” Demissões já ocorrem na indústria calçadista gaúcha, mas a Abicalçados ainda não tem estimativa. A Grendene é uma das indústrias que concederão férias coletivas por 21 dias, a partir de segunda-feira. Já no polo calçadista de Franca (SP), todas as fábricas paralisaram a produção por sete dias e os funcionários entraram em férias coletivas. O Sindifranca (sindicato da indústria) e outras entidades pediram à prefeitura a interrupção nas atividades. O sindicato não descarta demissões nas indústrias, que fecharam 2019 empregando 17 mil trabalhadores. “Não é a nossa recomendação [demitir], mas isso pode ocorrer, vai depender da decisão de cada empresa, do momento econômico que cada uma vive”, disse José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindifranca. A cidade fabricou 24 milhões de pares de sapatos em 2019. A produção de carnes foi a exceção positiva do mercado de agronegócio brasileiro com a pandemia do coronavírus. Nos dois primeiros meses do ano, as exportações do Paraná para a China, por exemplo, aumentaram 78% em relação ao mesmo período de 2019. O estado é o maior produtor de aves do país e vice-líder em suínos. Na avaliação do diretor da Frimesa, Elias Zydek, o Brasil deve, além de manter, fortalecer a produção de alimentos, como ocorreu em outros países atingidos pela pandemia. Para ele, é essencial que o país monte um plano para manter o fluxo de entrada e saída de proteínas. “O desafio de todos é manter viva a cadeia produtiva desde o produtor até o consumidor”, disse. Francisco Turra, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), aponta que deve haver o mínimo de regularidade em relação a produção, como ocorre em países como EUA e Itália, mesmo no auge da crise. Ele receia que decisões judiciais sobre o trabalho de funcionários das indústrias atrapalhem as empresas.
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