sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Nova cepa do coronavírus pode tomar o país em um mês

 Em cerca de um mês a nova variante do Sars-Cov-2 surgida em Manaus, mais transmissível, pode ser o tipo dominante em todo o país, alerta o infectologista Marcus Lacerda, da Fiocruz-AM. Muito afetada no início da pandemia, a capital amazonense viveu, com o surgimento da nova cepa e sua rápida expansão, uma “segunda primeira onda”, que levou ao colapso o sistema de saúde local. (Globo)

Em entrevista, o médico e ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta previu uma “megaepidemia” em 60 dias com a expansão da variante. (Globo)

Painel: “Recém-nomeado assessor especial do Ministério da Saúde, o general da reserva Ridauto Fernandes disse nesta quinta que Manaus tem quase 600 pacientes de Covid-19 na fila de atendimento e que, caso evoluam para quadros graves, ‘vão morrer na rua’. Fernandes enfatiza que o gargalo está na falta de oxigênio.” (Folha)

Ontem, o Brasil teve o terceiro maior número de mortos em 24 horas desde o início da pandemia: 1.439. Os recordes anteriores foram em 29 de julho (1.554) e 4 de junho (1.470).

E o Brasil foi apontado por um estudo elaborado na Austrália como o pior país na gestão da pandemia, entre 98 nações pesquisadas. A Nova Zelândia foi a melhor.

Correndo contra o tempo, pesquisadores da UFRJ esperam aval da Anvisa para testar em humanos um soro contra a Covid-19 produzido a partir de plasma de cavalos. Se tudo der certo, o remédio pode chegar aos pacientes até a metade do ano. (Estadão)

Depois da má repercussão da ameaça de exportar 54 milhões de doses da CoronaVac caso o Ministério da Saúde não antecipasse a compra, o Instituto Butantan mudou o discurso. Segundo Dimas Covas, diretor da instituição, o lote está “reservado para o Brasil” e poderá ser negociado diretamente com estados e municípios, caso o Ministério da Saúde não confirme logo a compra.

O ministério também respondeu à consulta do governo de São Paulo sobre o adiamento da segunda dose das vacinas. Segundo a pasta, os estados devem dar a segunda dose ao grupo prioritário.

E o Rio de Janeiro vive uma situação que beira o surrealismo. Doses da vacina de Oxford/AstraZeneca estariam sendo descartadas por falta de público. Uma vez aberto, o frasco de dez doses precisa ser usado em até seis horas, sob o risco de perder a validade. Como nesta fase somente profissionais de saúde acima de 60 estão sendo imunizados, sobram doses. (O Dia)

Também no Rio, o diretor do Hospital de Bonsucesso, Edson Joaquim Santana, foi exonerado após uma queda de energia no domingo ter comprometido a utilização de 720 doses da CoronaVac. As vacinas, que ficaram sem refrigeração, foram levadas para análise a fim de apurar se ainda estão em condições de uso.

Falando em AstraZeneca, a Alemanha recomendou que essa vacina não seja aplicada em maiores de 65 anos. Segundo as autoridades sanitárias, faltam dados sobre a eficácia nessa faixa etária.

E a União Europeia ameaça bloquear exportações da unidade belga da AstraZeneca se os atrasos na entrega de vacinas para o bloco continuarem.




Com a eleição para as presidências da Câmara e do Senado acontecendo na segunda-feira, o Planalto liberou R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores aplicarem em obras nas suas bases eleitorais. A liberação teria sido articulada pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, cujo gabinete virou o QG das candidaturas do deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) e do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). (Estadão)

Em Sergipe, o presidente Jair Bolsonaro, defendeu abertamente a candidatura de Lira. “O deputado Arthur Lira. Se Deus quiser, (será) o nosso presidente”, disse.

Painel: “O deputado Baleia Rossi (MDB-SP) afirma que não há a menor chance de desistir de sua candidatura à presidência da Câmara. "A fábrica de mentiras do Arthur passou dos limites. Querem vencer no grito”, disse. (Folha)

Enquanto isso, no Senado, abandonada pelo próprio partido, Simone Tebet (MDB-MS) se declarou candidata independente. (Globo)

Meio em vídeo. Tudo indica que os candidatos bolsonaristas vão ganhar as presidências de Câmara e do Senado. O deputado Arthur Lira, do PP, e o senador Rodrigo Pacheco, do DEM, deverão comandar o Congresso Nacional. Isso quer dizer que o impeachment não tem chance? De forma alguma. Na verdade, a vitória de seus candidatos faz de Jair Bolsonaro um presidente mais fraco que passará os próximos dois anos pagando ao Centrão para continuar no Planalto, explica o editor Pedro Doria no Ponto de Partida. Confira no Youtube.




 

O assunto era a compra de vacinas pelo setor privado (o que ele é contra), mas o ex-presidente do BC Armínio Fraga aproveitou uma live para criticar o teto de gastos, que vê como insustentável, e cobrar o empresariado uma autocrítica quanto ao apoio ao impeachment de Dilma Rousseff. Sócio da Gávea Investimentos, Fraga afirma que parte do setor empresarial já abandonou Jair Bolsonaro e é favorável a seu afastamento. (Valor)

A opinião de Fraga não é compartilhada por Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco. Para ele, o impeachment não é a melhor resposta, sendo preferível que o governo “faça o dever de casa” e construa um diálogo com o Legislativo para destravar as reformas. (Estadão)

Diante da ação ostensiva do Planalto contra seu candidato na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ameaça, segundo aliados, dar andamento a um processo de impeachment contra Bolsonaro nos poucos dias de mandato que lhe restam. Publicamente, Maia nega. (Folha)

Coluna do Estadão: “Na prática, o clima de impeachment já se instalou no Congresso, ao menos para o centrão e outros oportunistas que estão turbinando suas listas de desejos para apoiar Arthur Lira, o candidato do presidente na Câmara.” (Estadão)

Enquanto o vice-presidente Hamilton Mourão dava entrevistas e especulava quedas de ministros, o chefe da Assessoria Parlamentar da Vice-Presidência da República, Ricardo Roesch Morato Filho, trocava mensagens com assessores de deputados tentando marcar conversas entre o vice e os parlamentares. Nas mensagens, Morato dizia que “o capitão (Bolsonaro) está errando muito na pandemia” e que o “general Mourão é mais preparado e político”. Mourão negou enfaticamente que a conversa tivesse existido, até a publicação de imagens das telas de celular com o diálogo. Morato então alegou que seu aparelho poderia “ter sido hackeado” e depois disse que talvez tivesse “emitido uma opinião pessoal”. Não colou, ele acabou demitido pelo vice-presidente. (Antagonista)

Já Bolsonaro respondeu aos comentários de Mourão sobre mudanças no Ministério de forma curta e grossa: “Quer nomear ministros, candidate-se em 2022.” (Folha)




A despeito do furor causado nas redes sociais e na oposição, os gastos com alimentos do governo federal em 2020 caíram em média 25% na comparação com o ano anterior, segundo o Painel de Compras da União. Os dados do Painel de Compras mostram o quanto foi efetivamente gasto, não orçamento previsto para a compra. Centro da polêmica, a despesa com leite condensado, por exemplo, teve queda de R$ 31,1 milhões para R$ 20,2 milhões – os R$ 15 milhões divulgados pelo site Metrópoles eram pagamentos em 2020 relativos a despesas de 2019.





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