terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Só há vacina no momento para 4% dos prioritários. O que fazer?

 


Com a vacinação iniciada em ao menos dez Estados, o Brasil se depara com o grande desafio de conseguir ampliar o quantitativo de doses necessário para viabilizar, de fato, uma imunização em massa. As doses hoje no país só são suficientes para vacinar, com duas doses como manda o protocolo, 4% dos grupos prioritários. Os gargalos dos planos do Governo federal são múltiplos e, no momento, o problema imediato, explica a repórter Beatriz Jucá, é a importação da China da matéria prima para a produção local das duas vacinas já aprovadas pela Anvisa. Especialistas também seguem urgindo o Governo a negociar a compra de outras vacinas, como a da Pfizer. O clamor pelos imunizantes vai conviver com mais colapsos como o de Manaus, prevê o colunista Miguel Nicolelis, caso algumas cidades não endureçam as regras de isolamento social. O caos do Amazonas já ameaça, por exemplo, a pequena Faro, no oeste do Pará, conta Heloísa Mendonça. Dependente do Estado vizinho, a cidade sofre com a falta de leitos e oxigênio para atender pacientes, em meio ao avanço de casos de coronavírus. “Nossa reserva de oxigênio está zerada. Temos 37 pacientes internados dividindo 11 balas de oxigênio para que nenhuma vida seja perdida”, afirma o secretário de Governo da Prefeitura.

Além dos desafios logísticos, a  batalha contra a desinformação sobre as vacinas ganha ares épicos no Brasil de Jair Bolsonaro. Felipe Betim conta que pesquisadores e outros formadores de opinião combatem as notícias falsas para driblar a falta de iniciativa do Governo federal e criar uma onda pró-vacinação.

Já os Estados Unidos —que estão em contagem regressiva para posse de Joe Biden, nesta quarta-feira—, seguem imersos nas histórias dos detidos depois do ataque de 6 de janeiro ao Capitólio. Os invasores refletem o caráter multifacetado desse mundo radical que lançou a maior potência mundial numa crise institucional sem precedentes. De Washington, os correspondentes Amanda Mars e Pablo Guimón traçam o perfil dos "patriotas" que invadiram o Congresso e contam quais crimes lhes foram imputados. O ataque, fomentado abertamente por grupos supremacistas em plataformas marginais e redes tradicionais, expõe o perigo do fenômeno da radicalização, alimentado por Trump e seus aliados. “O Congresso precisa escutar as vidraças quebrando, as portas sendo chutadas e o sangue de seus soldados escravos do Black Lives Matter e dos antifascistas sendo derramado”, dizia uma das publicações obtidas por agentes do FBI.

Também nesta edição, a rotina de dor das famílias de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, que buscam por Lucas Mateus, Alexandre e Fernando Henrique, três meninos que desapareceram em 27 de dezembro. Mariana Assis e Felipe Betim contam o drama que povoa a vida dos familiares, que lidam com pistas falsas e a falta de respostas por parte da polícia. “Eu não consigo olhar para a minha filha porque a vejo chorando”, diz Silvia Regina, avó de duas das crianças desaparecidas.


Brasil enfrenta desafio múltiplo para ampliar estoque de vacinas
Brasil enfrenta desafio múltiplo para ampliar estoque de vacinas
Além de gargalo na importação, especialistas recomendam negociação com outros fabricantes de imunizantes

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