terça-feira, 16 de novembro de 2021

Deu na Imprensa - 16/11

 

A semana começa com um noticiário crítico para o governo, com pelo menos uma informação relevante que confirma a desastrosa política econômica do governo Bolsonaro: Folha destaca na manchete principal que o Desemprego deve permanecer alto no Brasil até 2026. Outra notícia ruim para o presidente está na prisão de Steve Bannon nos Estados Unidos, por desacato e obstrução ao pedido de informações sobre a participação dele na invasão do Capitólio em 6 de janeiro. Os jornais brasileiros lembram da estreita ligação de Bannon com Bolsonaro. A Folha coloca a foto do ex-assessor de Donald Trump no alto da capa.

As manchetes dos outros jornais tratam de temas distintos. EstadãoEnergia solar gerada no país já equivale a quase uma ItaipuO GloboApós crise, Bolsonaro diz que Enem terá ‘a cara do governo’ValorPandemia altera hábitos e acelera comércio on-line. E a edição brasileira do El País explora as diferenças entre o ex-presidente e o atual mandatário: Bolsonaro pede investimentos no Oriente Médio, enquanto Lula faz giro pela Europa. Os jornais brasileiros escondem o impacto do discurso de Lula no Parlamento Europeu e dão um tratamento morno à agenda do ex-presidente pelo Velho Mundo — o que rende manchete do Brasil 247Mídia corporativa omite de seus leitores discurso histórico de Lula no Parlamento Europeu, em que foi aplaudido de pé. A viagem de Lula mereceu reportagens de jornais europeus e destaque na cobertura das agências de notícias — leia em Brasil na Gringa.

Ainda sobre LulaFolha e Estadão destacam o lançamento da biografia do ex-presidente, escrita por Fernando Morais, em que criticam a obra criticam biografia por não comprar versão fraudulenta da Lava Jato. Jornais não destacam que Sergio Moro foi declarado suspeito pela mais alta corte do país. Limitam-se a insistir que a Lava Jato foi deixada em segundo plano pelo jornalista, numa crítica que mostra que a velha mídia continua a tratar Lula como adversário. 

Folha traz reportagem limitando a viagem de Lula às declarações dele na entrevista coletiva em Bruxelas sobre a eventual aliança com o ex-governador Geraldo AlckminLula elogia Alckmin, fala em reconciliação, mas diz ainda não discutir vice de 2022. “Petista afirma que não há nada do passado que não possa ser reconciliado para eventual aliança”, sublinha o jornal. “Tenho uma extraordinária relação de respeito com o Alckmin. Fui presidente quando ele foi governador. Conversamos muito. Não há nada que aconteceu entre mim e o Alckmin que não possa, sabe, ser reconciliado. Não há”, afirmou Lula.

E, ainda sobre Moro, Painel informa que o ex-juiz reagiu às críticas de Gleisi Hoffmann sobre o seu papel na destruição da Petrobrás. Ele disse que a estatal foi saqueada no governo PT  e que transformar bandidos em heróis é estratégia para enganar o povo. Moro respondeu, nas redes sociais, à provocação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que o culpou por problemas na Petrobrás e atribuiu a ele culpa pela alta nos combustíveis. Cristina Serra escreve na Folha um artigo demolidor sobre o ex-ministro da Justiça: Moro, a fraude“Ex-juiz e Bolsonaro se igualam na mesma inclinação totalitária”, aponta. 

Sobre a sucessão presidencial, Folha revela que Bolsonaro enfrenta debandada de aliados em estados onde é rejeitado“Estimativas da Quaest Consultoria apontam que avaliação negativa do governo federal supera 50% na maioria do estados”, diz o jornal.

COP26

O francês Libération alardeia: Aquecimento global: de 1,5 a 4°C, apocalipse agora ou depois“E descreve um cenário aterrorizante: Aumento nas inundações, na melhor das hipóteses, nas ondas de calor extremas e regulares, na pior... Visão geral dos cenários de desastre”. O jornal diz que os países reconhecem hoje que “os impactos das mudanças climáticas serão muito menores com um aquecimento de 1,5°C, em comparação com 2°C”. Mas de quais impactos estamos falando exatamente?

“O cenário menos pessimista, com um aumento de temperatura limitado duramente a 1,5°C, ocorrerá se as nações conseguirem limitar drasticamente as emissões globais de gases de efeito estufa. As chances de fazer isso são quase nulas e as consequências que se seguem são quase garantidas. ‘O limiar de +1,5°C será ultrapassado no curto prazo, antes de 2040’, aponta o climatologista Christophe Cassou, coautor do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o primeiro deles veneziana revelado neste verão”, destaca o jornal.

BRASIL NA GRINGA

O espanhol El País destaca a declaração do ex-presidente Lula ao parlamento europeu. Lula exige em Bruxelas medidas contra a pobreza e que os ricos paguem impostos.  “Políticas de inclusão social nunca foram aceitas pela elite brasileira”, critica o ex-presidente em visita ao parlamento. A reportagem aponta que embora ainda não seja candidato à Presidência do Brasil, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas, aproveitou a visita à capital da comunidade europeia para traçar uma proposta de eleição presidencial do gigante latino-americano no outono de 2022.

“Queremos que os pobres estejam no orçamento e os ricos paguem impostos”, declarou no Parlamento Europeu, em aparição conjunta com Iratxe García, presidente do grupo socialista europeu. “Ele tampouco perdeu a oportunidade de atacar o atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. ‘Representa um pedaço da extrema direita fascista’, atacou sem panos quentes”, escreve o correspondente Manuel Gomez.

A agência France Presse distribuiu reportagem apontando que Brasil: Lula está “pronto” para ser candidato presidencial. “Estou pronto, estou motivado, estou com boa saúde”, disse Lula, 76, em entrevista coletiva em Bruxelas, ao mesmo tempo em que reiterou que só tomará sua decisão final no início do ano que vem.

Em declarações à mídia no Parlamento Europeu, Lula criticou duramente seu sucessor de extrema direita: “O Bolsonaro é uma cópia pobre do (ex-presidente dos Estados Unidos) Trump. Mas ele não pensa, não faz”, resume. “O anúncio oficial da candidatura de Lula é aguardado com ansiedade desde que ele se tornou elegível novamente após uma decisão da Suprema Corte que anulou suas condenações por suborno por erros formais em março”, diz a reportagem, reproduzida em centenas de sites e veículos noticiosos na Europa e América Latina

A agência Bloomberg distribuiu texto noticioso informando que Lula recebeu calorosas boas-vindas da UE, ao contrário de Bolsonaro“O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva está liderando as pesquisas antes da eleição do próximo ano. Ele também está recebendo uma recepção calorosa em suas viagens pela Europa, em total contraste com o atual líder do país, Jair Bolsonaro”, aponta o correspondente Samy Adghirni. A agência Lusa noticia, com material replicado em jornais como o Diário de Notícias e Público, que Lula só decide em 2022 se é candidato a presidente do Brasil“Em Bruxelas, o antigo presidente brasileiro afirmou que deverá fazer o anúncio em fevereiro ou março”, informa.

Financial Times desta a alta da inflação brasileira. A cada semana há preços diferentes — destaca o título da reportagem. “Custos crescentes se propagam por toda a economia enquanto o governo de Bolsonaro luta contra as consequências políticas”, aponta.

“Há um mal-estar que está atingindo o bolso de muitas pessoas no país mais populoso da América Latina, depois que os custos crescentes de tudo, de petróleo a carne, empurraram a taxa de inflação para dois dígitos pela primeira vez em mais de cinco anos”, escreve o correspondente Michael Pooler“Desde o início de 2020, o real perdeu um quarto de seu valor em relação ao dólar, e caiu 5% até agora neste ano”.

No inglês The Guardian, artigo de David Adler e Guillaume Long defende um novo observatório da democracia nas Américas“A Organização dos Estados Americanos não tem mais credibilidade. Precisamos de um novo corpo se quisermos proteger a democracia”, escrevem o coordenador geral da Progressive International e o ex-ministro das Relações Exteriores do Equador. 

“Em 20 de outubro, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, viajou ao Equador para apresentar uma visão para a democracia nas Américas. Nos últimos cinco anos, o hemisfério sofreu um ataque às suas instituições democráticas, à medida que líderes políticos de Donald Trump a Jair Bolsonaro adotaram um novo manual autoritário: mentiras, violência, repressão e mais mentiras”, pontuam. “Dois terços dos cidadãos americanos agora acreditam que a democracia está ameaçada, enquanto a maioria dos brasileiros teme que uma ditadura militar retorne ao país”.

O português Público repercute as declarações do presidente do Brasil na viagem a Dubai: Bolsonaro diz que Amazônia, “por ser uma floresta húmida, não pega fogo”. Ele discursou para uma plateia de empresários e investidores no Dubai e garantiu que as críticas ao seu governo sobre desmatamento são injustas, porque “mais de 90%” está preservada e ‘exatamente igual’ ao que era quando chegou Pedro Álvares Cabral.

INTERNACIONAL

New York Times destaca na manchete principal que Biden assinou o projeto de lei de infraestrutura, promovendo benefícios para os americanos“Bilhões de dólares irão agora para as comunidades americanas, embora o pacote final fique aquém das ambições do presidente”, resume o jornal. O projeto de infraestrutura de US$ 1 trilhão despejará bilhões nas estradas, portos e linhas de transmissão do país.

O inglês The Guardian noticia o ataque ao hospital de Liverpool, declarado um ato de terror enquanto homem morto na explosão é apontado como responsável. “Ameaça de terrorismo nacional levantada quando a polícia de contraterrorismo 'acredita fortemente' que o agressor morto seja Emad al-Swealmeen”, informa. Os funcionários do NHS aconselharam todos os hospitais na noite passada a reverem suas medidas de segurança“Em um comunicado divulgado na noite de segunda-feira, o investigador Andrew Meeks instou qualquer pessoa com informações sobre o morto a se apresentar imediatamente”. O britânico Times também dá manchete ao ataque: Homem bomba foi refugiado que se converteu ao cristianismo. Segundo o jornal, uma maternidade ou catedral eram os possíveis alvos de Wmad Jamil Al Swealmen, de 32 anos.

Washington Post colocou no alto da capa que a China anunciou o pico do uso de carvão, enquanto a Índia prepara bloqueio de poluição dias após a cúpula do clima da ONU“As autoridades chinesas informaram na segunda-feira que sua produção de carvão atingiu seu nível mais alto em anos, no mesmo dia em que as autoridades na capital da Índia prepararam uma paralisação devido à poluição do ar, um golpe duplo do mundo em desenvolvimento que mostrou a dificuldade de combater o aquecimento global apenas após o fim de uma conferência histórica da ONU”, relata.

Na manchete do Wall Street Journal, a informação de que o aumento da inflação empurra o ouro para a maior alta em cinco meses“A alta no ativo porto-seguro acompanha outros sinais de que os investidores estão começando a buscar mais proteção contra o aumento dos preços ao consumidor e das taxas de juros”, reporta.

Outro destaque na manchete do NYT e outros jornais é a notícia de que Steve Bannon se entregou por desacato às acusações do Congresso. O ex-assessor do presidente Donald J. Trump se recusava a cumprir exigência do comitê da Câmara que investigava o motim de 6 de janeiro no Capitólio. “As acusações contra Bannon serviram como um alerta para aqueles que optaram por desafiar os pedidos de informações do comitê”, aponta o NYT“Mas Bannon também mostrou que pretende usar a atenção no caso criminal para levar suas próprias opiniões a um público amplo”.

O site do Financial Times reporta que a Alemanha suspendeu a certificação do gasoduto Nord Stream 2“Os preços do gás saltam à medida que a decisão do regulador de energia desfere outro golpe no projeto apoiado pelo Kremlin”, informa. Ainda de acordo com o FTBoris Johnson avisa UE para escolher entre Ucrânia e Nord Stream 2. O jornal ainda noticia que os preços do gás aumentam com poucas evidências da ampliação dos fluxos russos.

 

AS MANCHETES DO DIA

Focus Brasil: A direita apresenta sua nova cara velhaDiante do fortalecimento da candidatura de Lula, o establishment aposta no ex-juiz Sérgio Moro como um trunfo para a disputa presidencial de 2022. Depois de perseguir o PT, a Lava Jato enfim assume que sempre teve viés político e é mais um projeto dos entreguistas do Brasil

Carta Capital: O crime compensaO partido da Lava Jato agora é oficial

IstoÉ: Os mensaleiros da nova eraGoverno investe contra a democracia ao comprar o apoio político de parlamentares com emendas secretas bilionárias, uma versão aprimorada do escândalo do Mensalão. Líder do Centrão, Arthur Lira é o operador dessa manobra, que felizmente foi barrada pelo STF. IstoÉ mostra alguns dos principais beneficiados nesse esquema obscuro de distribuição de verbas públicas

Veja: O partido da Lava JatoAs estrelas da maior operação de combate à corrupção da história trocam os tribunais pelos palanques e reacendem o debate sobre os limites entre a Justiça e a política

Folha: Desemprego deve permanecer alto no Brasil até 2026

Estadão: Energia solar gerada no país já equivale a quase uma Itaipu

O Globo: Após crise, Bolsonaro diz que Enem terá ‘a cara do governo’   

Valor: Pandemia altera hábitos e acelera comércio on-line  

El País (Brasil): Bolsonaro pede investimentos no Oriente Médio, enquanto Lula faz giro pela Europa

BBC Brasil: Câncer por HPV despenca com vacina: descubra sintomas e onde se imunizar

UOL: Brasil ultrapassa EUA em taxa de vacinação completa contra a covid

G1: MPF cobra plano do governo após denúncia de abandono do povo Yanomami

R7: Caixa retoma saques da última semana do auxílio emergencial; confira o calendário

Luís Nassif: Comércio está 4% abaixo do ano de 2014

Tijolaço: Moro e Bolsonaro: criador e criatura

Brasil 247: Mídia corporativa omite de seus leitores discurso histórico de Lula no Parlamento Europeu, em que foi aplaudido de pé

Congresso em Foco: Congresso busca saída para manter emendas do relator

DCM: MDB resiste À PEC dos Precatórios no Senado e pode melar Auxílio Brasil

Rede Brasil Atual: Mais de 80 cidades do mundo realizam atos em solidariedade a Cuba

Brasil de Fato: Especial | Mortes, sequelas e trabalho exaustivo: o rastro da covid-19 em grandes frigoríficos

Ópera Mundi: Lula: "Acredito que o Brasil tem jeito, acredito que o mundo tem jeito" 

Vi o Mundo: Lula, em entrevista no Parlamento Europeu: “Não temos outra coisa a fazer a não ser reconquistar a democracia”

Fórum: Dubai: Desembargador responsável por caso de Flávio Bolsonaro integra comitiva

Poder 360: Para 48%, trabalho do governo na preservação ambiental é ruim ou péssimo

New York Times: Biden assina projeto de lei de infraestrutura, promovendo benefícios para os americanos

Washington Post:  China ampliando uso de carvão

WSJ: A ansiedade da inflação leva o ouro perto do nível mais alto em meses

Financial Times: Shell mudará base tributária para o Reino Unido e abandonará estrutura de dupla participação

The Guardian: Ameaça de terror levantada após ataque suicida em Liverpool

The Times: Bombardeiro foi refugiado que se converteu ao cristianismo

Le Monde: COP26: depois de Glasgow, progresso e arrependimentos

Libération: Entrega expressa. As corridas contra o relógio

El País: Aposentadorias truncam dois anos de pactos entre governo e sindicatos patronais

El Mundo: Escrivá castiga às empresas com seu plano de aposentadorias  

Clarín: Depois da derrota do governo, o FMI pede um plano com amplo apoio político

Página 12: Operação dólar blue

Granma: Cuba vive e renasce em suas escolas

Diário de Notícias: Covid-19. Vacinas da segunda geração já vão bloquear transmissão do vírus e devem chegar em 2022

Público: Regresso ao teletrabalho generalizado só é possível com estado de emergência

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Feliz Natal

Süddeutsche Zeitung: Ditadores só entendem um idioma

Moskovskij Komsomolets: Armênia pediu proteção à Rússia contra o Azerbaijão

The Moscow Times: Alemanha suspende certificação Nord Stream 2

Global Times: O encontro virtual longo de Xi-Biden acaba e 'injeta certeza nos laços bilaterais'

Diário do Povo: Xi enfatiza o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação ganha-ganha nas relações China-EUA

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