terça-feira, 16 de novembro de 2021

Inseguro, Bolsonaro se afasta do PL e filiação é dúvida

 

Dada como certa na semana passada, com direito a data marcada, a filiação de Jair Bolsonaro ao PL foi adiada por três semanas, prazo para, nas palavras do presidente, “casar ou terminar o noivado”. Um dos motivos do atrito é que Valdemar Costa Neto, presidente do partido, já havia firmado um acordo para apoiar o tucano Rodrigo Garcia para o governo de São Paulo. Garcia é vice de João Doria, que disputa nas prévias do PSDB a chance de concorrer à presidência. Bolsonaro não admite o apoio a um afilhado do adversário. (Poder360)

Mas esse não é o único problema. Em pelo menos cinco estados do Norte e Nordeste — Amazonas, Ceará, Piauí, Alagoas e Pará — o PL tem alianças locais com adversários do governo, como o governador petista do Piauí, Wellington Dias. Esses grupos querem autonomia para montar suas coligações independentemente da eleição presidencial. (Globo)

Painel: “O presidente do PL chamou os presidentes dos 27 diretórios estaduais do partido para uma reunião amanhã. O dirigente quer discutir com todas as bancadas a filiação de Bolsonaro. O encontro, segundo pessoas próximas de Valdemar, tem por objetivo azeitar a entrada do presidente da República na sigla.” (Folha)

E há um terceiro fator, que não é tratado abertamente. Como conta Andréia Sadi, Bolsonaro pisou no freio diante da repercussão negativa entre sua base da filiação ao PL, especialmente por Costa Neto ter a própria imagem associada ao mensalão do PT. Na semana passada, ao se filiar ao Podemos, o ex-ministro Sérgio Moro fez um discurso atacando duramente a corrupção, citando tanto o mensalão quanto as denúncias de rachadinhas. Há o temor de que a filiação ao PL dê mais munição ao ex-juiz-futuro-candidato. (g1)

Sempre ligado ao pulso das redes sociais, foi o filho Zero Dois, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, que enviou o alerta ao pai, que já estava em Dubai, conta Juliana Dal Piva. A ação de Carlos teria irritado o Zero Um, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), para quem os problemas com o PL são “contornáveis”. (UOL)

O que talvez não seja contornável é o nível da troca de mensagens entre Bolsonaro e Costa Neto no sábado. Diante das exigências do futuro filiado, o presidente do partido teria respondido: “Você pode ser presidente da República, mas quem manda no PL sou eu”, ouvindo palavrões. Costa Neto encerrou a conversa no mesmo tom: “VTNC você e seus filhos”. (Antagonista)

Coluna do Estadão: “Se Paulo Guedes não produzir um milagre, restará ao presidente apostar na realidade paralela e na guerra cultural para chegar ao segundo turno. As afirmações sobre a prova do Enem ‘ter a cara do governo’ não surpreenderam quem acompanha os monólogos de Bolsonaro país afora, especialmente para audiências evangélicas.” (Estadão)




Enquanto Bolsonaro enfrenta uma crise em seu futuro partido, as outras peças se movem no tabuleiro das eleições. Um rumor que ganhou fôlego no fim de semana foi o de uma possível chapa unindo o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin, que ainda está no PSDB, mas em vias de se filiar ao PSD de Gilberto Kassab. Os dois se enfrentaram no segundo turno, em 2006. Após discursar no Parlamento Europeu, Lula disse que tem uma “extraordinária relação de respeito” com o tucano, mas desconversou. “Já tenho 22 vices, 8 ministros da Economia, quando ainda nem decidi ser candidato”, disse. O ex-governador paulista, por sua vez, lembrou que já teve o nome especulado para o Senado e o governo estadual, declarou-se “muito honrado com a lembrança” e afirmou que Lula tem “apreço pela democracia”. (Poder360)

No campo da centro-direita e direita, o objetivo é afunilar as candidaturas. Segundo Bela Megale, os ex-ministros Sérgio Moro (Podemos) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o ex-governador João Doria (PSDB) teriam um pacto de apoiar o nome do trio que tiver maiores chances de chegar ao segundo turno em 2022. Eles voltam a conversar em dezembro, após as prévias tucanas. (Globo)

Aliás... A consulta do PSDB continua dando dor de cabeça. A equipe de Doria apresentou à direção do partido uma auditoria apontando sete falhas no aplicativo a ser usado na votação, que começa neste domingo. (Veja)

E, após Ciro Gomes retomar a pré-candidatura, a direção do PDT tenta montar uma rede de alianças locais para dar palanques ao ex-ministro. O partido tem acordos regionais que vão da centro-esquerda à direita. (Folha)




Está para chegar às livrarias Lula, uma biografia, de Fernando Morais. Simpatizante declarado do ex-presidente, o escritor pôs no texto minúcias de como foi a prisão, mas omite detalhes e provas das acusações de corrupção. (Estadão)




Meio em vídeo. A eleição presidencial do ano que vem não está definida. Pelo menos metade dos brasileiros diz que não tem ideia de em quem vai votar. E um número muito grande de brasileiros persiste não querendo nem Lula, nem Bolsonaro. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)




O diretor-geral da PF Paulo Maiurino mandou cancelar há quatro meses um encontro de funcionários da Corregedoria-Geral da União (CGU) com delegados do Serviço de Inquéritos (SINQ) que investiga autoridades com foro privilegiado, para falar do “orçamento secreto”, revela Malu Gaspar. De lá para cá, trocou seis dos oito delegados do SINQ. (Globo)




As eleições de domingo na Argentina marcaram uma derrota histórica para o peronismo do presidente Alberto Fernández. Pela primeira vez desde a redemocratização, em 1983, um governo peronista perdeu a maioria do Senado e precisará negociar para aprovar leis. Na Câmara, o governo tem 118 deputados, com estimativa de a coalizão de centro-direita Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança) ter até 117. A derrota só não foi pior porque as eleições renovaram apenas metade da Câmara e um terço do Senado. (g1)




Principal conselheiro de campanha de Donald Trump em 2016 e um dos gurus do clã Bolsonaro, o estrategista de extrema-direita Steve Bannon se entregou ontem ao FBI. A prisão foi decretada na sexta-feira após ele se recusar a depor e a entregar documentos ao comitê da Câmara que investiga a invasão do Capitólio em 6 de janeiro. Ele e Trump são suspeitos de estimular o ataque ao Congresso. (Poder360)




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