Um depoimento para selar a pior semana do Governo Bolsonaro na CPI da Pandemia até agora. Nesta quinta-feira, Carlos Murillo, presidente da Pfizer na América Latina, confirmou que o Planalto negligenciou o combate à covid-19 e o país deixou de receber ao menos 1,5 milhão de doses de vacinas contra o coronavírus da farmacêutica no final do ano passado. O executivo disse que o Ministério da Saúde sequer respondeu às cinco ofertas da Pfizer apresentadas ao longo de 2020 —três delas em agosto, com entregas previstas para dezembro. Enquanto isso, o Planalto tenta blindar o ex-ministro Eduardo Pazuello. A Advocacia Geral da União entrou com um pedido para que o general e ex-ministro da Saúde possa ficar calado em sessão da comissão na próxima semana. No plano internacional, o mundo volta os olhos para a escalada das tensões no Oriente Médio. Na madrugada desta sexta-feira, os conflitos entre o exército israelense e as milícias palestinas —que já deixaram algumas dezenas de mortos— galgaram outro patamar. De Jerusalém, o correspondente Juan Carlos Sanz conta que Israel lançou uma ofensiva área em larga escala na Faixa de Gaza, na mais grave intervenção desde 2014. O EL PAÍS traz os pontos-chave para entender a escalada bélica na região. Uma semana depois da chacina mais sangrenta da história do Rio de Janeiro, com 28 mortos, a correspondente Naiara Galarraga Gortázar reconstrói, com testemunhas, o que aconteceu em 6 de maio no Jacarezinho. “Não vêm prender, vêm matar”, sentencia uma das moradoras, que diz ter visto a polícia tirar a vida de um homem rendido dentro da sua própria casa. "É um retrato do Brasil contemporâneo", escreve Jamil Chade, "morrer de pandemia, de fome ou de bala. Ou dos três, um pouco por dia”. Também nesta edição, a coluna de Vladimir Safatle, que escreve que o Governo parece ter uma pauta preferencial: nunca o Governo falou tanto de sexo, num tom muito similar ao que os alemães ouviam na década de trinta. "Contra essa insubmissão dos corpos nas ruas nada melhor do que ensinar a submissão à norma sexual e a desconfiança perpétua em relação à polimorfia confusa de nossos desejos”, diz o filósofo. Na seção o EL PAÍS que fazemos, Sonia Corona, a chefa de redação da edição mexicana do jornal, enfatiza a importância do contexto para aprofundar as reportagens. “As histórias não são concebidas como ilhas, estão rodeadas por outros fatores”, diz. | ||||||||||
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