terça-feira, 18 de maio de 2021

CPI ouve Araújo de olho em Eduardo Bolsonaro

 A CPI da Pandemia tem hoje um depoimento que promete polêmica. O depoente é o ex-chanceler Ernesto Araújo, mas um dos focos da oitiva serão os eventuais danos causados por declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contra a China, principal fornecedora de vacinas e insumos. Entre outras coisas, o filho Zero Três do presidente já acusou o país asiático de ser culpado pela pandemia. Os senadores querem apurar também o papel assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, tido como um dos integrantes do “ministério paralelo” que aconselharia o presidente à revelia do ministro da Saúde. (Folha)

Araújo, claro, terá sua parcela de cobrança, principalmente sobre as negociações com a China para a compra de vacinas. Logo no início das investigações, o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta disse aos senadores que a atuação do então chanceler, representante da “ala olavista” no governo, criava dificuldades com o país asiático. Outro foco será a mobilização do Itamaraty para obter cloroquina, medicamento ineficaz contra Covid, comprovada por telegramas oficiais. O depoimento inquieta o Planalto, já que Araújo tem fama de inábil politicamente e de temperamento explosivo. (Globo)

Mas Jair Bolsonaro tinha ontem outra preocupação. Ele ameaçou publicar um já falado decreto para usar as Forças Armadas contra medidas de isolamento social caso seu filho Carlos seja convocado a depor na CPI. O movimento para convocação do Zero Dois, que é vereador pelo Rio de Janeiro, veio após o executivo da Pfizer Carlos Murillo confirmar que ele participou de reuniões com representantes do laboratório para tratar da compra de vacinas. (O Bastidor)

Pode ser só coincidência. Mas o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) disse não ver necessidade de um depoimento do vereador carioca. (CNN Brasil)

E Bolsonaro mais uma vez foi na contramão do que recomendam os especialistas e debochou de quem está em isolamento na pandemia, a despeito dos mais de 430 mil mortos. Em conversa com apoiadores, ele disse “tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa”. (Poder360)




Fracassou, ou pelo menos tornou-se muito improvável, a ida de Jair Bolsonaro para o PRTB. O presidente queria controle total sobre o partido, mas a família de Levy Fidelix, recém-falecido dono da legenda, não aceitou. (Estadão)

Coluna do Estadão: “A demora de Bolsonaro em encontrar um partido começa a preocupar os mais fiéis correligionários e aliados do presidente. O motivo da preocupação? Lula está soltinho na pista, procurando parceiros para alianças, enquanto Bolsonaro ainda não tem uma legenda para chamar de sua. Aliados do petista e também do presidente no Centrão acham que o tempo joga contra Bolsonaro agora.” (Estadão)




E por falar em Eduardo Bolsonaro, o Zero Três admitiu ontem que não existem provas que sustentem as constantes acusações de fraude eleitoral em 2018 feitas pelo pai. Como conta o Radar, a admissão aconteceu em sessão da comissão que analisa a PEC do voto impresso — na verdade, ele lamentava não haver cópias dos votos para que a “fraude” fosse comprovada. (Veja)




Meio em vídeo. Este é um Ponto de Partida diferente. É o de número 100. Então, ao invés de um passeio pelo momento da política, vamos dar um mergulho nas causas do problema. Um olhar sobre o que aconteceu para o Brasil perder o rumo e terminar neste governo. Confira no YouTube.




Candidatos sem filiação partidária, ligados principalmente a pautas identitárias ficaram com 65 das 155 vagas na Assembleia Constituinte do Chile, eleita no fim de semana. Isso representa 42% dos assentos e mostra, segundo analistas, um profundo desejo de mudança da população e o repúdio à Constituição herdada da ditadura militar. A direita governista sofreu uma derrota avassaladora, obtendo 37 cadeiras (24%), contra 53 cadeiras da esquerda (34%), que tende a compor com os independentes e obter os dois terços necessários para incluir na Carta temas da agenda progressista. (Folha)

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