Noticiário quente nesta quarta-feira, com dois assuntos quentes permanecendo nas capas: o orçamento secreto e a CPI da Covid. Estadão destaca em manchete que Senadores atribuem orçamento secreto a razões de segurança e se negam a prestar informações ao jornal. São todos da base governista e a lista inclui até mesmo o líder Fernando Bezerra (MDB-PE). Valor informa que aliado de Bolsonaro propõe CPI para investigar 'orçamento paralelo'. Senador Roberto Rocha (PSDB-MA) é da ala governista do partido. Já O Globo dá destaque na manchete de capa à participação do chefe da Anvisa na CPI que divergiu de Bolsonaro sobre vacina e cloroquina. A Folha coloca como assunto principal o pedido da PF ao Supremo para investigar decisões do ministro Dias Toffoli. Já edição brasileira do El País ressalta a investigação sobre a chacina no Rio: Pressionado, MP do Rio cria grupo para apurar ação no Jacarezinho. Sobre as novas denúncias do Orçamento Secreto, segundo o Estadão, 20 gabinetes de senadores enviaram respostas idênticas ou semelhantes tentando escapar sobre sua atuação. Acionados via Lei de Acesso à Informação, parlamentares alegam razões de segurança para não fornecer detalhes sobre orçamento secreto revelado pelo jornal. Contemplado com a segunda maior "cota" do orçamento secreto, R$ 135 milhões, o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) recorreu à Advocacia do Senado para ver como poderia escapar da resposta. Valor diz que o orçamento 'paralelo' está na mira do TCU. "Maior parte de obras questionadas pela área técnica da corte são derivadas de emendas parlamentares", diz o jornal. O Globo revela que aliados de Bolsonaro indicaram 90% das verbas de 'emendas do relator' na Codevasf em 2020. Estadão traz editorial duro contra o presidente: Orçamento para os amigos. "O presidente Bolsonaro ofereceu às raposas do Congresso não somente as galinhas, como os ovos e as chaves do galinheiro", diz. A Folha publica editorial mais contido apontando que a fragilidade política do governo Bolsonaro leva a aviltamento da política pública. No Estadão, Rosângela Bittar escreve sobre o novo escândalo. "A Câmara se entregou. Achou uma pechincha a imposição da velha escola, a domiciliar", aponta. "Essas transações produzem um escândalo atrás do outro. Quem se importa ou se envergonha?" A denúncia contra Toffoli coloca pressão no STF e mostra um jogo bruto da Polícia Federal, que pediu a abertura de inquérito para investigar supostos repasses ilegais ao ministro com base no acordo de colaboração premiada de Sérgio Cabral. "Segundo informações obtidas pelo Painel, o ex-governador do Rio afirma que Toffoli recebeu R$ 4 milhões para favorecer dois prefeitos fluminenses em processos no Tribunal Superior Eleitoral", aponta o jornal. Outra notícia quente na Folha é a investigação pela PF de que os alvos de inquéritos que miram bolsonaristas teriam hackeado o site do Supremo. O ministro Alexandre Moraes foi designado relator do caso por haver indícios de que um suposto ataque teria relação com investigações de fake news e atos antidemocráticos. Outra notícia sobre a ala ideológica do bolsonarismo está no Valor, que reporta que o assessor especial Filipe Martins perdeu espaço no Itamaraty, mas se mantém no cargo no Ministério das Relações Exteriores. Sobre a CPI, todos os jornais destacam a participação do presidente da Anvisa na CPI da Covid, criticando o uso de cloroquina e falas negacionistas de Bolsonaro. Antônio Barra Torres diz que posição do presidente sobre vacinas vai contra tudo o que a agência preconiza. Folha e Valor dizem que as declarações de Torres surpreenderam integrantes da CPI. A médica Nise Yamagushi surge no jornal dizendo que Torres não falou a verdade ao dizer que ela teria apoiado a proposta de mudança da bula da cloroquina para que o remédio pudesse ser usado no tratamento da Covid-19. No Globo, Míriam Leitão diz que este foi o depoimento mais duro para o presidente Jair Bolsonaro na CPI da pandemia. "Ninguém esperava que o presidente da Anvisa fosse estabelecer uma distância tão grande entre o seu comportamento e o do presidente", aponta. Na Folha, Bruno Boghossian avalia que o depoimento de Torres "escancara na CPI conduta destrutiva de Bolsonaro" e mostra que presidente não consegue controlar estragos da investigação. "Antônio Barra Torres se diz amigo de Jair Bolsonaro. Nos primeiros meses da pandemia, o presidente da Anvisa frequentava o Palácio da Alvorada e aconselhava um presidente que já fazia questão de minimizar os riscos daquela crise. Agora, com o país mergulhado na tragédia, ele reconheceu que o governo levou o país pelo caminho errado", observa. Hoje a CPI toma o depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten. Folha diz que o Planalto teme a audiência e considera o depoimento dele imprevisível. "Após presidente da Anvisa constranger governo, fala de ex-chefe da Secom prevista para esta quarta é vista com apreensão", destaca o jornal. "Há o receio, porém, de que ele culpe o governo pela demora na compra e entrega de vacinas". Painel informa que os senadores da oposição enxergam o depoimento do ex-secretário como o caminho para angariar provas sobre as falhas do governo nas negociações para compra de imunizantes, em especial o fabricado pela Pfizer. DOMÍNIO Ainda na política, O Globo informa que a Câmara dos Deputados acelerou na terça-feira a tramitação de um projeto que altera o regimento interno da Casa e limita o alcance da atividade legislativa da oposição. A proposta, encampada pelo Centrão e pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), diminui as ferramentas disponíveis para que deputados possam obstruir votações. Por 336 votos a favor e 135 contra, parlamentares aprovaram a urgência do projeto, que pode ser analisado a qualquer momento. Os mecanismos que são alvo do projeto são usados em diversas ocasiões pela oposição, seja para marcar posição, tentar impedir a análise de um tema ou atrasar a deliberação de matérias. ENERGIA Na economia, a notícia ruim é de que a pior seca da história encarecerá conta de luz o ano todo. "Mercado teme que energia seja entrave à retomada caso reservatórios não se recuperem", diz a Folha. Os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste terminam o período de chuvas no menor nível desde 2015 e a expectativa é que, como naquele ano, o consumidor seja chamado a cobrir o custo adicional de geração por térmicas até o fim do ano. A situação é tão crítica que executivos do setor avaliam que, não fosse a queda de demanda provocada pela pandemia, o país correria o risco de racionamento já em 2020. E alertam para o risco de que a oferta de energia se torne gargalo à retomada econômica caso a seca persista no próximo verão. IMPOSTO SOBRE RICOS A boa nova na economia é que a OCDE propõe taxar mais as heranças para cobrir rombo fiscal da covid-19. Entidade diz que tributação de herança, quando existe, costuma ser muito baixa e arrecadar pouco, E que elevá-la é uma opção para reduzir a desigualdade e lidar com déficit adicionais gerados pela pandemia. ELEIÇÕES 2022 Sobre a sucessão presidencial, o candidato do PDT Ciro Gomes acena a mercado e inclui economista liberal em equipe de pré-campanha para 2022. Ex-presidente do BNDES, o economista Paulo Rabello de Castro vai ajudar em programa econômico. Ciro conversa com outros liberais. A Folha fala em "guinada de Ciro rumo ao centro". Estadão noticia que Ciro tenta emplacar 'versão light' em vídeos produzidos por João Santana, que quer desconstruir imagem de temperamental e 'traduzir' ex-ministro. Em menos de um mês, o publicitário já produziu e publicou 13 vídeos curtos para apresentar Ciro como o nome de centro capaz de romper a polarização e atrair votos tanto de petistas como de antipetistas nas eleições de 2022. BRASIL NA GRINGA A agência de notícias EFE distribuiu despacho informando que a ex-presidente Dilma Rousseff chegou à capital mexicana na terça, 11, para participar como convidado de honra da cerimônia "Sete séculos de história da Cidade do México", com a qual os governos federal e local comemoram a fundação de Tenochtitlán em 1521. Dilma será eleita nesta quarta-feira como convidada ilustre da metrópole pela chefe de governo da capital, Claudia Sheinbaum. O despacho foi replicado em jornais mexicanos, como El Comércio. Em artigo no Le Monde, o eterno craque Rai Oliveira fala sobre a crise política brasileira. "Temos que resistir a essa praga brasileira que usa uma fantasia escura", diz o título do artigo do ex-capitão da Seleção Brasileira e do PSG. "Conhecido por seus compromissos no campo social, ataca, sem nunca nomeá-lo, o presidente Jair Bolsonaro e o regime que impõe ao seu país desde janeiro de 2019", reporta o diário francês. "O brasileiro que sou, como tantos outros, encontra-se assediado, nestes tempos sombrios, por um duplo flagelo cujas devastações são apenas o acréscimo de nossos próprios erros coletivos. Além da 'praga' biológica, essa epidemia tão mal administrada que causou a mais grave crise de saúde da história do meu país, estamos sofrendo de outro mal, muito mais mortal no longo prazo", escreve Raí. "Um mal que nos isola diplomaticamente, um mal que atormenta insidiosamente a Amazônia e persegue quem a protege. Um mal que permite a mineração em reservas indígenas, e prefere toras serradas a toras vivas... Um mal castrador das liberdades, que ameaça a democracia e reaviva a censura odiosa, promove a intolerância, a homofobia, o machismo, a violência. Ao aprisionar nossa razão e nosso bom senso, ele nos destrói" Despacho da agência Reuters informa que o chefe do órgão regulador de saúde do Brasil discorda do presidente Jair Bolsonaro sobre vacinas e máscaras. O presidente da Anvisa disse que o ceticismo anterior de Bolsonaro sobre as vacinas contra a Covid-19 contradiz a posição da agência e declarações públicas, enfatizando a necessidade de imunizar a população para conter a pandemia. Em outra reportagem, a agência relata que o Brasil vai comprar mais 100 milhões de doses da vacina da Pfizer. "O Ministério da Saúde do Brasil anunciou na terça-feira que assinou um acordo para a Pfizer entregar 100 milhões de doses adicionais de sua vacina contra a Covid-19, dobrando o número de vacinas da empresa", reporta. New York Times noticia que o mundo terá de aprender a viver com o coronavírus. "No início da pandemia, alguns especialistas esperavam que o mundo chegasse um dia a um ponto em que o coronavírus não teria hospedeiros suficientes para se espalhar facilmente. Mas entre as variantes que se infiltram nas fronteiras e o ritmo lento da vacinação, esse mundo parece cada vez mais fora de alcance", destaca o jornal, no briefing distribuído ontem de noite aos seus 8 milhões de assinantes. "Em vez disso, se o vírus continuar a se espalhar, ele estará a caminho de se tornar endêmico. E embora os surtos futuros não sejam na escala daqueles que agora devastam a Índia e o Brasil, uma ameaça constante deve ser esperada, de acordo com o Dr. David Heymann, epidemiologista da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres". Segundo o NYT, há um vislumbre de esperança: embora os novos casos diários permaneçam altos em todo o mundo, o número de mortes está caindo. "Se essa linha de tendência continuar, o vírus pode se tornar uma ameaça menos letal, talvez semelhante à doença semelhante ao frio observada em crianças mais novas, que poderia ser tratada com vacinas que são atualizadas periodicamente para proteger contra variantes", noticia. El País diz que relatório encomendado pela OMS pede para agir agora em face da próxima pandemia: "A catástrofe do covid poderia ter sido evitada". O painel de especialistas internacionais critica a ação lenta dos governos e pede a liberação de patentes para impedir a disseminação do coronavírus. O documento também é alvo de longa reportagem do New York Times: Especialistas pedem reformas radicais para prevenir a próxima pandemia. "Mandatos de máscaras rápidas e restrições a viagens, um tratado internacional e a criação de novas burocracias estão entre as recomendações apresentadas à OMS", reporta. INTERNACIONAL No noticiário internacional, a escalada dos ataques entre Israel e o Hamas ganham as manchetes dos principais jornais, como o New York Times, Washington Post e Le Monde e ganha as capas de veículos influentes como El País e Wall Street Journal. Mais de 30 mortos em Gaza e Israel enquanto o combate aumenta rapidamente. A France Presse destaca a declaração de Vladimir Putin pedindo a redução da escalada nos confrontos entre israelenses e palestinos. O Hamas disparou foguetes contra cidades israelenses. Israel atingiu Gaza com ataques aéreos. Os civis sofrem o maior número de baixas, mas os líderes de cada lado podem colher benefícios políticos – diz o mais influente jornal dos Estados Unidos. O francês Le Monde fala em "escalada assassina". O argentino Página 12 destaca que ao bombardear a Faixa de Gaza, Israel matou 10 crianças. O português Diário de Notícias fala em "terceira intifada". |
AS MANCHETES DO DIA |
Folha: PF pede ao Supremo aval para investigar decisões de Toffoli Estadão: Senadores atribuem orçamento secreto a razões de segurança O Globo: Chefe da Anvisa diverge de Bolsonaro sobre vacina e cloroquina Valor: Varejo on-line corre atrás de carrinho virtual abandonado El País (Brasil): Alta histórica da soja e do cobre dá oxigênio à América do Sul, mas não deve repetir 'boom' dos anos 2000 BBC Brasil: Após 3 semanas de queda, covid volta a avançar no Brasil puxada por 9 Estados UOL: Pior seca da história vai encarecer conta de energia durante todo o ano G1: CPI ouve hoje Wajngarten sobre 'incompetência' do Ministério da Saúde R7: Caixa libera saque do auxílio emergencial para 2,4 milhões de beneficiários nascidos em setembro Luis Nassif: Auditorias apontam que governos ignoraram alertas e OMS Tijolaço: UFRJ, estrangulada, diz hoje se fecha no 2° semestre Brasil 247: CPI deve quebrar sigilos de Luciano Hang para investigar se ele financiou fake news sobre a Covid-19 DCM: CPI do Genocídio quer quebra de sigilo bancário de Luciano Hang Rede Brasil Atual: CPI da Covid ouve hoje Fabio Wajngarten, ex-secretário de comunicação Brasil de Fato: CPI ouve Wajngarten, ex-secretário que criticou atraso na compra de vacina Ópera Mundi: CPI: Presidente da Anvisa poupa Bolsonaro, mas revela discordâncias em temas centrais Fórum: AGU prepara habeas corpus para garantir silêncio de Pazuello na CPI Poder 360: Marinho promete mais transparência para emendas do Orçamento New York Times: Israel e Hamas escalam ataques; os piores em 7 anos Washington Post: Israel e Gaza trocam fogo crescente WSJ: À medida que os ataques de ransomware aumentam, as consequências ficam mais graves Financial Times: Cameron inundou Whitehall na oferta de lobby de Greensill, mostram os arquivos The Guardian: Aviso: o plano de identificação de Johnson corre o risco de congelar mais de 2 milhões de eleitores The Times: Novas leis para proteger a liberdade de expressão na universidade Le Monde: De Jerusalém a Gaza, a escalada assassina Libération: Uberização. As novas redes de prostituição El País: O Ministério Público apóia os fechamentos localizados, mas questiona os toques de recolher El Mundo: Sánchez se desentende do caos e empurra os municípios a penalizar as hostelerias Clarín: A oposição qualifica de inconstitucional o projeto de superpoderes Página 12: Chuva de vacinas Granma: Meu direito de responder Diário de Notícias: Novas variantes. Vacinar crianças é essencial para travar pandemia Público: Gabinetes de políticos ficam fora do regime de prevenção da corrupção Frankfurter Allgemeine Zeitung: Cem anos de Joseph Beuys Süddeutsche Zeitung: Investigações contra o chanceler da Áustria Kurz The Moscow Times: Putin pede redução da escalada em confrontos entre israelenses e palestinos Diário do Povo: Último censo reflete as mudanças no cenário demográfico da China |
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