Fracassaram as pressões para que o general Eduardo Pazuello passe imediatamente para a reserva. Segundo militares envolvidos na tentativa de persuasão, o ex-ministro da Saúde avisou que só deixa o Exército depois de concluída a CPI da Pandemia, da qual é um dos principais alvos, revela a repórter Carla Araújo. Pazuello teme que, sem a proteção da farda, os senadores se sintam tentados a prendê-lo em função das sucessivas mentiras em seu primeiro depoimento. O problema é que ele responde a um processo interno por ter participado de um ato político com o presidente Jair Bolsonaro, o que viola as regras das Forças Armadas. O Comando do Exército esperava que a ida para a reserva atenuasse uma eventual punição. (UOL)
O ministro da Defesa, Braga Netto, e o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, se encontram hoje com Bolsonaro no Amazonas. Vão tentar convencê-lo a aceitar que Pazuello seja punido. Tanto a impunidade do general indisciplinado quanto um eventual veto do presidente a uma punição seriam mortíferos para a hierarquia no Exército. (Globo)
Sem depoimentos ontem, a CPI da Pandemia aprovou a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual, Marcelo Queiroga, e a convocação de nove governadores. Não foi uma decisão pacífica. Mesmo com uma reunião secreta para chegar a um acordo, a convocação provocou divisão dentro da comissão. Segundo Gerson Camarotti, a maioria independente e oposicionista aprovou as convocações para se livrar da acusação de parcialidade, mas espera que o STF anule a decisão, já que investigar governadores é atribuição das Assembleias Legislativas. (G1)
E a CPI ouve hoje o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Ele vai falar sobre as negociações com o governo federal para a venda da CoronaVac. (UOL)
Enquanto isso... Queiroga descobriu um novo “culpado” pela crise da Covid-19 no Brasil: o SUS. Falando à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, contou de UTIs lotadas e unidades sucateadas para afirmar que parte dos resultados negativos “decorre das carências do nosso sistema de saúde”. Queiroga não mencionou o fato de o governo ter cortado em março deste ano 72% da verba destinada à manutenção de UTIs. Especialistas classificaram a opinião do ministro como “absurda” e “inconcebível” e afirmaram que, sem o SUS, a Covid-19 já teria matado um milhão de pessoas no país. (UOL)
Então...Queiroga Queiroga admitiu que a infectologista Luana Araújo ficou apenas dez dias na chefia da recém-criada Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 por ter sido vetada pelo Planalto. (CNN Brasil)
A reprovação do governo Bolsonaro subiu 5 pontos em duas semanas e voltou ao recorde de 59%, registrado pela primeira vez em junho do ano passado, segundo pesquisa do PoderData. A aprovação, porém, se manteve estável, recuando de 36% para 35%, dentro da margem de erro. A variação se deu entre os “indiferentes”, que recuaram de 10% para 6%. (Poder360)
Oficialmente indefinido quanto à sucessão presidencial, o PSB deve receber uma enxurrada de aliados do ex-presidente Lula (PT). Três nomes de peso vêm do PCdoB: o governador maranhense Flávio Dino, o deputado Orlando Silva (SP) e a ex-deputada Manuela D’Ávila (RS). Outro é a estrela do PSOL carioca Marcelo Freixo. (Globo)
E o senador Flávio Bolsonaro (RJ) anunciou ontem sua desfiliação do Republicanos, partido para o qual havia migrado após se eleger pelo PSL em 2018. O destino do Zero Um vai depender dos movimentos do pai presidente, que ainda não escolheu uma legenda para concorrer à reeleição no ano que vem. Flávio vai acompanhá-lo. (CNN Brasil)
O procurador-geral da República, Augusto Aras, recorreu ao presidente do STF, Luiz Fux, para afastar o ministro Alexandre Moraes da relatoria do inquérito que investiga o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Aras, ignorado na operação da PF contra Salles autorizada por Moraes, argumenta que o caso deveria estar com Cármen Lúcia, que julga outra ação semelhante. Já Moraes, que recusou o primeiro pedido do PGR, diz que sua ação é mais antiga e foi reaberta por fatos novos. (Veja)
Então... Não se pode afirmar que foi represália, mas ontem Moraes retirou o sigilo da investigação sobre Salles. (Poder360)
Aliás... Salles faltou à reunião ontem do Conselho da Amazônia Legal, presidido pelo vice-presidente Hamilton Mourão. “Lamento profundamente a ausência do ministério mais importante, que não compareceu nem mandou representante. Considero isso falta de educação”, reclamou Mourão. (Folha)
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