MIDIALTERNATIVA FREE PRESS: Deu na Imprensa

Jornais com notícias quentes nas manchetes. Enquanto a mídia brasileira destaca o avanço da CPI sobre o Palácio do Planalto, com indícios fortes de que Bolsonaro foi negligente quanto à oferta da Pfizer, o noticiário internacional coloca foco no conflito em Israel e na ofensiva armada à Faixa de Gaza, com dezenas de mortos.

A Folha publica em manchete que CPI avança e expõe indícios de negligência com vacinas, enquanto Estadão coloca como destaque central que depoimento da Pfizer na CPI reforça suspeita de 'gabinete paralelo'. O Globo dá chamada principal na primeira página: País deixou de receber, até março, 4,5 milhões de doses.

Valor noticia que Supremo encerra disputa bilionária sobre o ICMS e a edição brasileira do El País noticia que Israel faz ofensiva aérea contra Gaza na maior escalada do conflito em 7 anos. UOL destaca nesta manhã que Brasil teria evitado pelo menos 5 mil mortes com oferta inicial da Pfizer.

O depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, complicou a situação do governo. Ele afirmou à CPI que a empresa fez em 2020 ao Brasil ao menos cinco ofertas de doses de vacinas contra o coronavírus e que o governo federal ignorou proposta para comprar 70 milhões de unidades do imunizante. Murillo disse à comissão que, se o contrato com a empresa tivesse sido assinado pelo governo de Jair Bolsonaro em agosto do ano passado, o Brasil teria disponíveis 18,5 milhões de doses da vacina até o segundo trimestre (abril, maio e junho) deste ano.

Folha destaca que Brasil teria evitado pelo menos 5 mil mortes com oferta inicial da Pfizer. Jornais destacam que o governo está de fato preocupado com o andamento da CPI e tenta blindar o ex-ministro General Eduardo Pazuello. A AGU pediu ao Supremo para Pazuello poder ficar em silêncio em depoimento à CPI da Covid, marcado para a próxima semana.

Em situação frágil do ponto de vista eleitoral – com avanço de Lula na pesquisa do Datafolha e acuado pela CPI, Bolsonaro se desesperou ontem em Maceió. Repetiu o filho, chamou o relator Renan Calheiros de vagabundo e declarou que vê crime na investigação do Senado. "Sempre tem algum picareta, vagabundo, querendo atrapalhar. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no nosso país. É um crime o que vem acontecendo com essa CPI", disse o presidente.

Até Fernando Henrique Cardoso parece se render ao petista. Em entrevista ao Valor Econômico, o ex-presidente afirma: "Quem não tem cão caça com gato". Ele anunciou que vota em Lula se não houver terceira via. "Difícil que Lula seja representante da terceira via, embora ele, na alma, seja isso. Ele simboliza e tem eco", diz. "Não tenho medo do PT. Não sei se representa o futuro do Brasil, mas Bolsonaro representa um futuro que não tem meu entusiasmo. Se não houver uma terceira via significativa, vou de Lula". Leia a íntegra ao final deste briefing.

Segundo a Folha, Lula herda maioria de votos da 'terceira via' em segundo turno contra Bolsonaro. Em outra reportagem, o jornal destaca que o PT celebra com cautela a ampla vantagem de Lula sobre Bolsonaro no Datafolha. O centro mantém aposta na 3ª via. Outra boa nova para Lula é que o petista empata com Bolsonaro no voto evangélico. Segundo a Folha, este é recado para quem vê rebanho em vez de gente.

Folha destaca novos dados da pesquisa divulgada ontem, mostrando que a aprovação a Bolsonaro recuou seis pontos e chega a 24%, a pior marca do mandato, segundo o Datafolha. A desaprovação de Bolsonaro é de 51. A rejeição ao presidente chega a 45%. Mulheres, negros, jovens de 16 a 24 anos e moradores do Nordeste puxam a avaliação negativa da gestão do presidente. Nove em cada 10 criticam novo auxílio e maioria diz faltar dinheiro para sobreviver. A pesquisa ainda mostra a alta rejeição a atuação de Saúde enquanto governadores estão em situação melhor.

Mauro Paulino escreve que a vulnerabilidade do presidente se agravou, com queda de prestígio e popularidade, e resgatou Lula. "Presidente vê sua popularidade cair para o pior patamar já registrado desde sua posse, em janeiro de 2019", sublinha. "O quadro negativo supera o desgaste já detectado há dois meses, em pesquisa Datafolha feita em março, antes do recorde diário de óbitos no país, alcançado em abril".

No Globo, Bernardo Mello Franco comenta: "O Datafolha trouxe duas notícias preocupantes para Jair Bolsonaro. A ruim: seu governo nunca foi tão mal avaliado pelos brasileiros. A péssima: Lula largou bem na frente na corrida presidencial de 2022". E resume: Bolsonaro derrete.

Painel da Folha informa que a campanha Fora Bolsonaro marcou para 26 de maio a próxima grande mobilização. O movimento é integrado pelos maiores partidos de oposição (PT, PDT, PCdoB, PSOL, entre outros), centrais sindicais, movimentos populares. A manifestação acontecerá em Brasília, devido à CPI, e em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. Foi retomada a discussão sobre mobilizações de rua durante a pandemia, mas ainda sem consenso entre os grupos.

Em meio às notícias ruins, uma boa para o presidente. O ministro Marco Aurélio de Mello, do STF, arquivou pedido de investigação contra Bolsonaro por cheques de Queiroz a Michelle. Ministro atende a pedido da Procuradoria-Geral da República, que não viu 'indícios de cometimento de crime'.

Nas revistas semanais, a Focus Brasil traz na capa os desdobramentos da chacina do Jacarezinho: Mais uma chacina... "Em meio à crise sanitária, com 430 mil mortes, o país é sacudido pela violenta ação da polícia — elogiada por Bolsonaro — na favela do Jacarezinho, no Rio, que resultou no assassinato de 28 pessoas. O mundo pergunta até quando seguiremos mergulhados na barbárie?", diz a publicação da revista Perseu Abramo, que também traz outras duas reportagens sobre os cortes no orçamento da União dos programas sociais – que vêm caindo ano a ano desde a saída de Dilma Rousseff do governo – e que a CPI da Covid já tem provas de negligência e omissão do governo Bolsonaro.

Outra revista a abordar a ação violenta da polícia no Rio é Carta Capital: Ninguém chora pelo Jacarezinho – diz o título da matéria de capa. "No mês da abolição e na semana de mais uma chacina de pretos pobres, nova e ampla pesquisa revela que os brasileiros minimizam o racismo", ressalta a revista. Época trata da explosão da violência na Terra Santa: Oriente médio em chamas. "Como conflitos nas ruas de Jerusalém fizeram eclodir a guerra entre Israel e Hamas – e por que isso preocupa a comunidade internacional", informa.

Já a revista IstoÉ coloca como tema central de sua edição Jair Bolsonaro. A loucura do presidente, diz a matéria de capa. "Um governante insano? Juristas e parlamentares questionam as condições psicológicas do mandatário. Gestão errática. Bolsonaro reage com xingamentos à CPI e volta a ameaçar as instituições. 430 mil mortos. Presidente não mostra empatia com vítimas e dobra a aposta no negacionismo", resume.

Veja coloca na berlinda o personagem da semana: Fábio Wajngartner, o ex-secretário de Comunicação que detonou o governo na CPI. Flagrante contradição – diz a matéria de capa. "Para preservar Bolsonaro, Fábio Wajngarten tentou negar o que havia dito e comprometeu ainda mais o governo. Trechos da gravação da entrevista à Veja, que podem ser ouvidos no nosso site, mostram que ele se omitiu e distorceu informações na CPI", destaca a revista.

MEIO AMBIENTE

Atenção à entrevista de John Kerry à Folha em que diz que o Brasil tem responsabilidade de liderar solução para crise climática, sob um esquema de fiscalização e cobrança desenhado pela equipe de Joe Biden. Para enviado especial do presidente dos EUA, "palavras devem ser apoiadas pela ação concreta a curto prazo". Kerry se diz disposto a negociar com Bolsonaro, sem discutir sanções, mas reforça que a credibilidade do líder brasileiro, conhecido por sua política ambiental negligente, vai ser pavimentada sobre ações e resultados imediatos, além da exigência de uma "redução significativa" do desmatamento ainda em 2021. "O Brasil é uma das dez maiores economias do mundo e líder regional, o país tem a responsabilidade de liderar", diz Kerry.

DILMA

Na Folha, Nelson Barbosa escreve que há cada vez mais evidências de que o golpe de 2016 atrasou a recuperação da economia. "Queda no PIB pode ser, em parte, atribuída à Operação Lava Jato e às pautas-bomba de 2015", diz o ex-ministro em sua coluna. "Será que a economia teria se recuperado mais rápido com Dilma? Acho que sim, mas nunca saberemos. Sabemos, apenas, que a recessão voltou depois do golpe. Houve novo mergulho do PIB no segundo semestre de 2016 e, quando o crescimento novamente voltou, ele ficou abaixo dos 3% anuais alardeados pelos golpistas. A expansão média do PIB foi de 1,4% em 2017-19, antes da Covid".

TOFFOLI

Folha informa que um grupo de parlamentares está organizando uma carta manifestando "preocupação" com a iniciativa da Polícia Federal de pedir autorização ao STF para investigar o ministro Dias Toffoli. A requisição tem como base citação feita ao magistrado pelo ex-governador Sérgio Cabral em delação premiada. Ele está condenado a mais de 300 anos de prisão e o acordo de colaboração que firmou com a PF é criticado pelo Ministério Público Federal. A carta de apoio a Toffoli já teve a adesão de deputados de 12 diferentes partidos. Endossam o documento parlamentares do DEM, Republicanos, PSD, Rede, PT, PSOL, MDB, PSDB, PL, PCdoB, Progressistas e SDD.

PETROBRAS

Jornais fazem alarido com a notícia de que a Petrobras sai de prejuízo e lucra R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre. Resultado reflete alta dos combustíveis, mas tem impacto negativo do câmbio. Desconsiderando efeitos não recorrentes, como o efeito do dólar caro sobre sua dívida, o lucro teria sido de R$ 1,6 bilhão, informou a empresa. No primeiro trimestre de 2020, com revisões contábeis no valor dos ativos após a pandemia, a empresa teve prejuízo de R$ 48,5 bilhões.

Ainda sobre energia, Estadão destaca que o governo pretende retomar obras de Angra 3 e investimentos totais podem chegar a R$ 15 bilhões. No total, dezoito grupos já visitaram o local das futuras obras, que deverão ser realizadas em duas fases, a partir de junho.

BRASIL NA GRINGA

O francês Le Monde destaca os protestos contra o racismo e a violência a negros nas ruas brasileiras. Milhares de manifestantes marcham contra o racismo e a violência policial – diz o título da reportagem. "Os manifestantes na quinta-feira pediram o fim da discriminação contra negros e mestiços, dia em que o país comemora o fim da escravidão em 1888", relata.

A Reuters também distribui reportagem – com fotos – sobre as manifestações. Negros brasileiros protestam contra racismo e violência policial – diz o título. "Os negros brasileiros manifestaram-se nas duas maiores cidades do país na quinta-feira para protestar contra o racismo e a violência policial contra suas comunidades em uma versão local do movimento Black Lives Matter nos Estados Unidos, com alguns acusando o presidente do país de genocídio", relata. O material foi replicado em 7,5 mil sites e veículos noticiosos ao redor do mundo.

O inglês The Guardian noticia a ofensiva do governo contra ativistas indígenas. Polícia brasileira almeja lideranças indígenas após críticas do governo – diz a reportagem. "As investigações sobre os líderes foram encerradas depois que os juízes não encontraram fundamento para os casos e descrevem a situação como um 'constrangimento ilegal'", informa.

Sobre a CPI, Reuters relata que a Pfizer não obteve resposta a ofertas de fornecimento de vacina para o Brasil no ano passado. "A empresa se ofereceu repetidamente para vender sua vacina contra a Covid-19 ao Ministério da Saúde do Brasil entre agosto e novembro do ano passado, mas não obteve resposta do governo, disse o presidente-executivo da Pfizer para a América Latina a legisladores na quinta-feira", relata.

INTERNACIONAL

New York Times destaca em manchete de capa que a força terrestre de Israel derruba Gaza enquanto combate se intensifica. O aumento dos combates deixou Israel em uma posição sem precedentes – lutando contra militantes palestinos em seu flanco sul, enquanto tentava evitar sua pior agitação civil em décadas. Washington Post informa que as forças israelenses atingiram os túneis do Hamas em Gaza, enquanto a guerra total se aproxima: região tem chuvas de foguetes.

Ainda sobre o conflito em Israel, The Guardian reforça que as forças aéreas e terrestres de Israel atingiram alvos na Faixa de Gaza enquanto aumenta o número de mortos. Militares dizem que forças terrestres estão realizando ataques na Faixa de Gaza - mas não estão operando dentro do território - em meio à escalada da crise. O francês Le Monde diz que milhares de soldados israelenses se reúnem na fronteira de Gaza. Os bombardeios israelenses e ataques de foguetes do Hamas continuam, enquanto o número de mortos já mostra mais de 100 palestinos e sete israelenses mortos.

Sobre a crise sanitária, o NYTimes relata que os americanos vacinados podem ficar sem máscaras na maioria dos lugares, dizem autoridades federais. Pessoas totalmente vacinadas não precisam usar máscaras ou manter distância social em ambientes internos ou externos, com algumas exceções, aconselhou o CDC.

O britânico Financial Times destaca que Cuba avança na vacinação usando imunizantes caseiros contra a Covid antes que os reguladores dêem luz verde. As vacinas Abdala e Soberana 2 foram lançadas assim que Havana declarou emergência sanitária. O governo diz que pretende vacinar toda a população adulta com as vacinas. O programa começou em Havana na quarta-feira para residentes com 60 anos ou mais, com funcionários da linha de frente em outras províncias também recebendo as vacinas.

O jornal Financial Times ainda informa que os cientistas estão preocupados com relatos de pessoas totalmente vacinadas na Índia que foram infectadas com Covid. Embora um virologista indiano diga ao FTque os casos graves após a vacinação permanecem "muito, muito raros".

AS MANCHETES DO DIA

Carta Capital: Ninguém chora pelo Jacarezinho. No mês da abolição e na semana de mais uma chacina de pretos pobres, nova e ampla pesquisa revela que os brasileiros minimizam o racismo

Época: Oriente médio em chamas. Como conflitos nas ruas de Jerusalém fizeram eclodir a guerra entre Israel e Hamas – e por que isso preocupa a comunidade internacional

Focus Brasil: Mais uma chacina... Em meio à crise sanitária, com 430 mil mortes, o país é sacudido pela violenta ação da polícia — elogiada por Bolsonaro — na favela do Jacarezinho, no Rio, que resultou no assassinato de 28 pessoas. O mundo pergunta até quando seguiremos mergulhados na barbárie?

IstoÉ: A loucura do presidente. Um governante insano? Juristas e parlamentares questionam as condições psicológicas do mandatário. Gestão errática. Bolsonaro reage com xingamentos à CPI e volta a ameaçar as instituições. 430 mil mortos. Presidente não mostra empatia com vítimas e dobra a aposta no negacionismo

Veja: Flagrante contradição. Para preservar Bolsonaro, Fábio Wajngarten tentou negar o que havia dito e comprometeu ainda mais o governo. Trechos da gravação da entrevista à Veja, que podem ser ouvidos no nosso site, mostram que ele se omitiu e distorceu informações na CPI

Folha: CPI avança e expõe indícios de negligência com vacinas

Estadão: Depoimento da Pfizer na CPI reforça suspeita de 'gabinete paralelo'

O Globo: País deixou de receber, até março, 4,5 milhões de doses

Valor: Supremo encerra disputa bilionária sobre o ICMS

El País (Brasil): Israel faz ofensiva aérea contra Gaza na maior escalada do conflito em 7 anos

BBC Brasil: Médico pode ser processado se receitar tratamento ineficaz contra covid-19, alertam especialistas

UOL: Brasil teria evitado pelo menos 5 mil mortes com oferta inicial da Pfizer

G1: AGU aciona o Supremo para que Pazuello possa ficar em silêncio na CPI

R7: Caixa libera saque do auxílio emergencial para 2,3 milhões de pessoas nascidas em novembro

Luis Nassif: AGU protocola segundo HC preventivo para proteger Pazuello; Lewandowski será relator

Tijolaço: Quem a Globo choca escondendo favoritismo de Lula?

Brasil 247: Capitã cloroquina concluiu em 24 horas que problema de Manaus era falta de "tratamento precoce"