Foram dois longos dias de depoimento na CPI da Pandemia. Entre perguntas diretas, acusações e apresentações de provas pelos senadores que compõem a comissão, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello mostrou um intenso esforço para blindar o presidente Jair Bolsonaro na responsabilização por falhas no combate à crise sanitária. A repórter Beatriz Jucá conta que o general tentou o quanto pode se descolar da obsessão do Planalto pela cloroquina e, questionado sobre o colapso do oxigênio em Manaus (episódio pelo qual já responde a processo), disse que a decisão de não intervir na emergência foi tomada em uma reunião com Jair Bolsonaro. Já Afonso Benites conversou com especialistas que afirmam que o depoimento do ex-ministro dá margem para possíveis processos por prevaricação, falso testemunho, crimes contra a saúde pública e improbidade administrativa. Bolsonaro, no entanto, dificilmente será afetado pelas investigações da CPI. Ao menos enquanto tiver apoio no Congresso. O país que acompanha a CPI também recebeu um alerta: a presença da cepa indiana foi confirmada no Maranhão. O repórter Diogo Magri explica quais os riscos que a confirmação de casos da variante da Índia implicam para o Brasil. Do Oriente Médio vem uma boa notícia. Nesta quinta, após 11 dias de confrontos, Israel e Hamas aprovaram um acordo de cessar-fogo. A proposta de trégua “recíproca, simultânea e incondicional”, mediada pelo Egito, já começou a vigorar na madrugada desta sexta. De Jerusalém, o correspondente Juan Carlos Sanz traz detalhes da negociação do acordo, bem como da pressão internacional para que a paz fosse restabelecida na região após a maior escalada bélica em quase uma década, que causou um banho de sangue na região. Na Nicarágua, o regime de Daniel Ortega voltou a perseguir jornalistas. A polícia fez na manhã desta quinta-feira uma nova operação de busca contra a revista Confidencial, um veículo crítico ao Governo. Foi a terceira vez que o Confidencial teve suas instalações ocupadas por policiais desta maneira. Em dezembro de 2018, as autoridades já haviam feito buscas na redação e apreendido equipamentos. Vários jornalistas foram reprimidos ou detidos enquanto cobriam a ação policial. Não foram poucas as vezes em que o roqueiro Ted Nugent disse que a pandemia não passava de um vírus sazonal importado da China, utilizado pelas elites progressistas para “sequestrar" os cidadãos e destruir a economia dos EUA. Mas, em abril, seu discurso mudou. Contaminado com o coronavírus e sentindo-se “à beira da morte”, o músico reconheceu a gravidade da doença. Miquel Echari escreve sobre a carreira do polêmico músico trumpista, marcada por amostras de incontinências verbais, excessos e um ativismo político ultraconservador. Na seção O EL PAÍS que fazemos desta edição, Manuel Jabois diz que não confia em um jornalismo contemplativo. O jornalista fala da importância de se ir além, de interrogar, questionar e assim dar contexto ao que se quer contar. “Não acredito no leitor que não discute nem critica as notícias”, afirma. | |||||||||
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