MIDIALTERNATIVA FREE PRESS: Deu na Imprensa

A semana começa quente, com o noticiário repleto de reportagens sobre a conjuntura política e clima de pré-campanha. Nas manchetes, assuntos diversos. Folha destaca declaração do ministro da Economia: "Vem a eleição? Vamos para o ataque", diz Guedes. A edição brasileira do El País traz entrevista com o relator da CPI: Renan Calheiros: "No processo político de 2022, não teremos dois extremos, só um.

Estadão vem de pandemia: Países ricos detêm 45% das doses de vacinas disponíveis. E O Globo, coloca os militares como assunto principal: Reestruturação de militares já custou 17% acima do previsto. Já o UOL traz entrevista do ministro Luiz Edson Fachin, que se diz preocupado com o populismo e declara que é um atentado contra a democracia a fala de Bolsonaro de que não aceitará qualquer resultado nas urnas que não seja sua vitória.

Na política, jornais destacam a nova manifestação promovida por Bolsonaro, desta vez no Rio de Janeiro, acompanhado por motociclistas com comício ao final do passeio pela orla carioca, com ataques a opositores, aglomerações e desrespeito às recomendações de autoridades sanitárias. O ato ganha repercussão no exterior, com o jornal britânico The Guardian classificando de "obscena" a carreata, no momento em que o país atinge 450 mil mortos.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, sem máscara, participa de ato em que presidente volta a criticar medidas restritivas para frear pandemia. Jornais destacam que integrantes da cúpula do Exército consideram descabida a ida de Pazuello a ato com Bolsonaro e esperam punição, enquanto a CPI da Covid vê afronta na participação do general. O Globo destaca que cúpula do Exército pressiona para mandar Pazuello para a reserva após ato com Bolsonaro, o que seria um prêmio e não uma punição. Estadão diz que Pazuello deve ser punido pelo Exército.

Folha reporta que o presidente fez um post por semana em defesa do 'tratamento precoce' desde o início da pandemia. Sete publicações do presidente já foram excluídas, e ele pode ter conta eliminada pelo YouTube. O Globo revela que a presidente da CCJ, Bia Kicis (PSL-DF), autora do projeto de lei que pretende instituir a volta do voto impresso nas eleições, contratou duas empresas para ajudar na divulgação de conteúdo sobre o projeto, muitas vezes com desinformação.

Monica Bergamo informa na Folha que a apresentadora Xuxa Meneghel, a atriz Julia Lemmertz, o youtuber Felipe Neto, o ex-futebolista Walter Casagrande e o escritor Raduan Nassar são algumas das personalidades que assinam um pedido de impeachment de Bolsonaro que será protocolado hoje pelo Movimento Vidas Brasileiras. A solicitação é baseada na "condução desastrosa" da epidemia de Covid-19.

Sobre a sucessão eleitoral, atenção à entrevista de Jaques Wagner ao Valor em que aposta que o antibolsonarismo é o que vai marcar as eleições presidenciais e que Lula é o centro da política nacional. Em meio à reaproximação de Lula e Fernando Henrique, ele classifica como um "azar histórico" que PT e PSDB, as duas grandes "novidades" pós-regime militar, não tenham caminhado juntos em algum momento na história eleitoral.

"Não acredito em terceira via, porque no mundo inteiro as eleições acontecem desse jeito. No fundo, a eleição de 2018 também foi uma polarização. Porque quem saiu da cena política em 2018 não foi o PT. Quem saiu de cena foi quem deu o golpe [o processo legal de impeachment, por pedaladas fiscais], e que ao estigmatizar o PT, acabou se estigmatizando junto como classe política. Quem votou no atual presidente, votou na negação da política, não foi só na negação do PT". A íntegra da entrevista de Wagner está ao final deste briefing, assim como a de Paulo Guedes.

Valor traz ainda notícia de que Lula lidera a sucessão presidencial no Ceará. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) está em terceiro lugar no estado em que foi governador. Lula domina a cena com 50,8%, de acordo com pesquisa da consultoria Atlas. Atrás de Lula, Ciro e o presidente Jair Bolsonaro disputam a segunda posição, numa situação de empate técnico. No levantamento com margem de erro de três pontos feito entre 14 e 21 de maio, o ex-ministro alcança 23,2%, o atual presidente marca 22,1%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem 2%.

O jornal ainda traz entrevista com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, declarando que a "economia vai reeleger Bolsonaro". Para o parlamentar, país viverá em 2022 euforia por alta de commodities semelhante à de 2010. Na avaliação de Bezerra, a economia está sendo "relançada" a partir de uma melhora nos índices econômicos e isso deve ganhar mais tração com a entrega de um novo programa social, previsto para o segundo semestre. Por isso, a estratégia é evitar que a comissão de inquérito seja prorrogada e, simultaneamente, avançar com projetos como o "passaporte tributário.

E o Estadão traz denúncia de que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) é alvo de investigação por lavagem de dinheiro. Empresa dele recebeu dois depósitos em espécie no valor total de R$ 150 mil, operações que deflagraram fiscalização da Polícia Civil.

BRASIL NA GRINGA

O inglês The Guardian publica reportagem sobre a carreata "obscena" de Bolsonaro no Rio de Janeiro. "Após 450.000 mortes de Covid, o presidente desfila pelo Rio em um esforço para reenergizar a extrema direita", escreve o correspondente Tom Phillips no Rio de Janeiro. "Bolsonaro liderou uma coluna ruidosa de entusiastas de motocicletas pelas ruas do Rio em uma tentativa de reenergizar seu movimento de extrema direita em declínio, enquanto a ira pública cresce sobre sua forma de lidar com o surto de Covid no país", aponta.

O argentino Clarín também dá destaque à marcha de Bolsonaro no Rio. "Após meia hora de viagem, as motocicletas pararam por alguns minutos e o presidente, de capacete, mas sem máscara, postou-se em frente ao seu veículo para cumprimentar a multidão", diz o jornal. O português Diário de Notícias reporta que Bolsonaro desfilou de moto no Rio contra confinamento. "O presidente brasileiro liderou uma manifestação de milhares de motociclistas nas ruas do Rio de Janeiro em apoio ao seu governo, ignorando mais uma vez as recomendações sanitárias relativas à pandemia", publica.

Em reportagem de capa, o francês Le Monde destaca que, de acordo com a OMS, o número de vítimas da Covid-19 é amplamente subestimado e a epidemia já matou mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo. "O excesso de mortalidade real ligado ao novo coronavírus seria de duas a três vezes maior do que os dados fornecidos pelos países, estima a Organização Mundial da Saúde. Em alguns países, a expectativa de vida pode cair de dois a três anos", informa.

"Ao fechar o balanço em 13 de maio, os Estados Unidos são o país com o maior número de mortes ligadas à doença: cerca de 912 mil mortes, contra apenas 578 mil declaradas oficialmente. Eles são seguidos pela Índia (736.000, contra 248.000 funcionários), México (621.000 contra 423.000 funcionários), Brasil (617.000, não 423.000), Federação Russa (607.000 em vez de 111.000), Reino Unido (210.000 em vez de 150.000), Irã (180.000 em vez de 75.500). A França está em décimo quarto lugar (134.400 mortes reais contra 106.900 oficiais), mas pode se orgulhar de um dos melhores sistemas de vigilância sanitária, com o peso real da doença muito próximo do número oficial. É seguido pela Espanha (124.500 em vez de 85.800) e Alemanha (123.000 contra 84.800)", diz o jornal.

O britânico Financial Times noticia que o ministro de infraestrutura prevê boom de investimentos de US$ 50 bilhões. "O governo está leiloando concessões em ativos, incluindo aeroportos, portos, rodovias e ferrovias", aponta o jornal. "O Brasil vai se tornar um imenso canteiro de obras", disse Tarcísio de Freitas. "Com as concessões planejadas, até o final de 2022, serão contratados US$ 50 bilhões em investimentos para modernização de aeroportos, portos, rodovias e ferrovias. Ou seja, o equivalente a mais de 30 anos do orçamento público para infraestrutura", disse.

O espanhol El País repercute o encontro de Lula e Fernando Henrique Cardoso, reproduzindo foto de Ricardo Stuckert e relatando que os dois ex-presidentes ensaiam aliança contra o Bolsonaro em encontro inédito. "O ex-presidente Luiz Inácio da Silva e Fernando Henrique Cardoso mostraram nesta sexta-feira uma harmonia política sem precedentes desde o fim da ditadura em 1985", diz o jornal. "Uma foto divulgada nas redes sociais os mostrou lado a lado, usando máscaras, se enfrentando. anos de rancores, confrontos e diálogos quase pontuais. Eles foram unidos por um inimigo comum: o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro".

AS MANCHETES DO DIA

Folha: "Vem a eleição? Vamos para o ataque", diz Guedes

Estadão: Países ricos detêm 45% das doses de vacinas disponíveis

O Globo: Reestruturação de militares já custou 17% acima do previsto

Valor: Marfrig gasta R$ 4,4 bi com BRF e diz que foco não muda

El País (Brasil): Renan Calheiros: "No processo político de 2022, não teremos dois extremos, só um

BBC Brasil: Brasil teve mais de 20 mil registros de doença e acidente de trabalho por covid em 2020

UOL: 'No mínimo, lamentável', diz Fachin sobre ação de Bolsonaro contra o STF

G1: Prazo do IR acaba em uma semana; entregue incompleto e retifique depois

R7: Receita Federal libera hoje consulta ao 1º lote de restituição do Imposto de Renda 2021

Luis Nassif: Pazuello, o falso esperto que foi engolido pela própria esperteza

Tijolaço: Bolsonaro usa Pazuello para testar 'seu' Exército