Nunca antes na história um ministro do Meio Ambiente brasileiro foi investigado por supostas violações ambientais. O ineditismo foi quebrado nesta quarta-feira, quando Ricardo Salles apareceu entre os investigados na Operação Akuanduba, da Polícia Federal, sob acusação de envolvimento num “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”. As 35 ordens de busca e apreensão que vasculharam propriedades de Salles e de servidores apontados por ele para a pasta acontecem enquanto o Governo brasileiro tenta se livrar da imagem de “vilão ambiental” e se aproximar do Governo Biden. E foram justamente autoridades norte-americanas que ajudaram a deflagrar a operação da PF, ao denunciar irregularidades em carregamentos de madeira exportados para os Estados Unidos, conta o repórter Diogo Magri. Não foi o único revés do dia para o Planalto. Nesta quarta, começou o mais controverso e esperado depoimento da CPI da Pandemia no Senado: o do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Em um dos testemunhos mais tensos até agora, o general da ativa abraçou contradições e mentiras sem constrangimentos, se contrapôs a ações da própria pasta que comandou e atuou forte para blindar o presidente Jair Bolsonaro. “O senhor já mentiu demais. Eu não tenho nem tempo para elencar todas elas”, reclamou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). A repórter Beatriz Jucá traz detalhes sobre a sessão que alcançou temperatura máxima e acabou suspensa após Pazuello passar mal. Nesta quinta, o general volta para um novo round e o desafio dos senadores será o de contrastar as contradições em seu depoimento. Também nesta edição, o filósofo e colunista do EL PAÍS, Vladimir Safatle, analisa a revolta popular na Colômbia e o resultado da Constituinte no Chile. Em A revolução molecular que assombra a América Latina, ele diz que a região está às voltas com movimentos que questionam todos os níveis das estruturas de reprodução da vida social e que tal dinâmica chegará ao Brasil, mas em um cenário muito mais dramático. "O cenário tendencial entre nós é o de uma insurreição contra outra insurreição. Uma revolução fascista contra uma revolução molecular dissipada”, escreve. “Meu pai reclamava que uma das coisas que mais odiava na morte era o fato de ser a única faceta de sua vida sobre a qual não poderia escrever”, diz Rodrigo García, filho de Gabriel García Márquez e Mercedes Barcha, que acaba de publicar Gabo y Mercedes: Una despedida. A obra é um doce adeus a seu pai, que faleceu em 2014, e à mãe, que morreu em agosto do ano passado. Quem conta a história da despedida do casal García Márquez é a setorista de Cultura da edição América, Camila Osorio, que é o destaque da seção o EL PAÍS que fazemos desta edição. “Fazemos um esforço para garantir aos leitores que haverá sempre uma diversidade de vozes e que essa diversidade de vozes sempre tentará trazer um olhar crítico”, diz. | |||||
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário