O Brasil inaugurou nesta quarta-feira uma batalha para apontar e punir os culpados por facilitar a disseminação da covid-19 durante a pandemia para acelerar uma imunidade de rebanho e retomar a atividade econômica a qualquer preço, conta Carla Jiménez. A lista é grande, encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro, acusado de cometer nove delitos graves que ajudaram a espalhar o vírus, resultando em mais de 600.000 mortos, como detalha Afonso Benites, direto de Brasília. Confrontada com o relatório final da CPI, que será votado na próxima semana, a família Bolsonaro reagiu com deboche. "Você conhece aquela gargalhada dele? Hahahaha [imita a risada]. Por que não tem o que fazer diferente disso!", resumiu o senador Flávio Bolsonaro ao ser questionado sobre como seu pai recebeu o parecer de Renan Calheiros. São 68 as sugestões de indiciamento do relatório final, que levam em conta atores políticos, membros do Governo federal, profissionais da saúde, blogueiros, empresários, servidores e empresas que, segundo o relator da comissão, "contribuíram para o descontrole da pandemia de covid-19 no Brasil". Todos combinados em um perverso ecossistema que viabilizou a política de morte de Bolsonaro na pandemia, como descreve Regiane Oliveira. A maioria das acusações diz respeito a incitação ao crime, no caso dos disseminadores de fake news, e epidemia com morte como resultado aos defensores de tratamento precoce e de outras medidas sanitárias comprovadamente ineficazes, explica Diogo Magri. “O que ficará para a história é que durante a pandemia a sociedade foi vítima de uma sucessão de crimes”, escreve Juan Arias, que destrincha os efeitos do relatório da CPI da Pandemia. Segundo o colunista, seja qual for a definição jurídica e o desfecho de Bolsonaro após as revelações do novo documento, os crimes cometidos seriam suficientes pra incriminar o mandatário. Já Jamil Chade explora a repercussão internacional do relatório. Para ele, trata-se de um “documento histórico”, dos mais importantes já trazidos à luz desde o início da crise sanitária, o que “deixa claro que as urnas não são respostas suficientes diante das mortes e que uma responsabilização precisa ser estabelecida”. Longe da CPI e da China, o bilionário Jack Ma, cofundador do gigante virtual Alibaba, reapareceu após um ano afastado da vida pública. Ele está nas Ilhas Baleares com um grupo de empresários asiáticos e segurança que viajaram com ele, como confirmou o EL PAÍS. Lucía Bohórquez conta que é a primeira viagem do empresário ao exterior desde que começaram seus problemas com as autoridades regulatórias chinesas. Em outubro de 2020, Ma fez um polêmico discurso em um fórum, no qual criticou os reguladores chineses por reprimir a inovação financeira.Desde então, ele se viu obrigado a reestruturar o negócio para cumprir as regras de concorrência exigidas por Pequim. | |||||
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário