Os jornais brasileiros trazem manchetes distintas nesta segunda-feira, 18, da sobra de dinheiro para a compra de vacinas, ao crescimento do PCC pela América Latina, até o adiamento da leitura do relatório final da CPI. Nos onlines nesta manhã, as manchetes trazem a morte de Colin Powell vítima da Covid-19. The New York Times dá break no alto da home page: “Ele desempenhou funções importantes na segurança nacional e ajudou a pavimentar o caminho para a guerra no Iraque”. Outro tema que provoca alarido na imprensa internacional é o anúncio do Financial Times de que China testa nova capacidade espacial com míssil hipersônico. “O lançamento em agosto de um foguete com capacidade nuclear que circulou o globo pegou a inteligência dos EUA de surpresa”, reporta. A China nega. As manchetes dos jornais — Folha: Governo tem R$ 2,3 bi sem uso para comprar vacinas. Estadão: PCC cresce na Bolívia, novo abrigo do ‘Narcosul’, cartel internacional de drogas. O Globo: Relatório da CPI é adiado após divisão entre senadores. Valor: Com juro mais alto, cresce fluxo para crédito privado. El País (Brasil): Sob eco da Lava Jato, Câmara acelera projeto para minar o Ministério Público. No Tijolaço, Fernando Brito comenta o adiamento da leitura do relatório da CPI: “é um perigo político para a CPI”. Segundo o jornalista, a decisão é ruim sob todos os aspectos. “Não só revela que há divisões no bloco majoritário quanto à extensão das acusações que serão formuladas contra Jair Bolsonaro, seu ministros, seus filhos e outros personagens sombrios, como afeta a sua repercussão política das conclusões da Comissão, já fartamente conhecidas da população”, observa. “A falta de formalização dos resultados adia até as investigações que não serão previsivelmente retardadas pelo dócil Procurador Geral da República”. Painel da Folha relata que o presidente da CPI, Omar Aziz, diz que vazamentos da CPI poderiam render problemas na Justiça se não adiasse relatório final. Segundo a Folha, as divergências entre os senadores giram em torno das acusações contra a família Bolsonaro. Em outra reportagem, o jornal informa que as Forças Armadas gastam R$ 5,5 mi de dinheiro da vacina contra Covid. “TCU abre processo para apurar indícios de irregularidades em parceria que destravou R$ 95 mi da Saúde para a Defesa”, relata. O Globo traz o petista Rogério Carvalho (SE) confrontando o senador Marcos Rogério (DEM-RO) sobre a possibilidade de Bolsonaro ser responsabilizado na CPI da Covid. “Ele cometeu crimes sanitários, de propagação da epidemia e crimes contra a humanidade ao propor a ampliação do contágio e colocar em risco a vida de milhões de brasileiros. O presidente cometeu crime de responsabilidade, vários, ao colocar em risco a vida das pessoas, ao desrespeitar a institucionalidade republicana, democrática. O presidente cometeu crimes. E ele tem que responder por esses crimes”, resume. Valor noticia ainda que empresários pedem compromissos claros do governo brasileiro. “Iniciativa privada se encontra com chanceler e agora quer reunião com Agricultura e Meio Ambiente”, registra. “A menos de duas semanas do início da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, líderes de empresas no Brasil iniciaram uma corrida contra o tempo para tentar pressionar o governo brasileiro a assumir posições mais claras sobre temas que vão guiar as discussões na CoP 26”. O jornal diz que os empresários estão preocupados: “Se não mostrar uma postura firme aos demais países, o Brasil corre o risco de não apenas perder investimentos como ver seus produtos cada vez mais alvos de boicote internacional”. Por fim, Na economia, Sérgio Lamucci escreve no Valor sobre a situação difícil do mercado de trabalho: “Taxa de desemprego deve seguir em níveis elevados em 2022”, prevê. LULA Ainda no Globo, Bela Megale escreve que integrantes da ala militar do governo Bolsonaro afirmam que, em um eventual cenário de vitória de Lula em 2022, a chance de as Forças Armadas não respeitarem o resultado das eleições é “nula”. “Ao falar sobre a hipótese de uma ruptura institucional, auxiliares de Bolsonaro rememoram a ditadura militar e falam que o período trouxe ‘muitos prejuízos’ à caserna”, informa. “Questionados se haveria resistência dos mais de 6 mil militares empregados no governo em aceitar uma vitória petista, ministros da ala militar garantem que esse grupo também respeitará os resultados das urnas”. Folha traz entrevista com a presidenta da UNE, Bruna Brelaz, cobrando de Lula e do PT mais gestos pelo impeachment de Jair Bolsonaro e que passem a olhar “o Brasil real”. Ela diz ainda que a esquerda precisa falar sobre sua rede de ódio. O jornal lembra que a líder estudantil é filiada ao PC do B e que “dialogou com FHC e MBL pelo ‘fora, Bolsonaro’”. BOLSONARO Estadão noticia que a extrema-direita no Brasil já não precisa de Bolsonaro para se mobilizar, revela pesquisa. “Estudo mostra o legado radical de 18 meses de manifestações de rua pelo país”, informa. “Para Isabela Kalil, que coordena o trabalho, presidente já pode ser moderado”. Na Folha, Monica Bergamo relata que FHC, Claudia Costin e Celso Amorim falarão sobre erosão democrática. “Debate será realizado pelo Inter-American Dialogue em parceria com a Comissão Arns”, escreve. O debate ocorrerá nesta quinta, 21, no evento realizado pelo think tank americano sediado em Washington (EUA). TUCANOS Ainda na política, Folha noticia que o PSDB entra em pé de guerra após ataque de Eduardo Leite a João Doria. Animosidade entre governadores postulantes à vaga de presidenciável sobe e ameaça racha no partido. Espero que não volte o BolsoDoria, diz Eduardo Leite, ao buscar aliados em SP para prévias do PSDB — como se ele próprio não tivesse feito campanha para Bolsonaro em 2018. O Globo relata que Doria e Leite buscam apoio de Virgílio nas prévias. BRASIL NA GRINGA Na edição dominical, o espanhol El País traz reportagem de página inteira apontando as sucessivas vitórias de Lula na Justiça e a busca de aliados para as eleições presidenciais. “Grande parte dos processos criminais contra o ex-presidente brasileiro foram arquivados nos últimos meses”, escreve a correspondente Naiara Galarraga Gortázar. “Os tribunais e as pesquisas eleitorais deram grande alegria ao ex-presidente Lula da Silva, de 75 anos, nos últimos tempos. Sua sorte mudou drasticamente em 8 de março, quando suas duas condenações por corrupção foram O argentino Página 12 também noticia que Lula voltou firme e forte, lembrando que o segundo aniversário de sua libertação está se aproximando. “Até pouco mais de dois anos, Lula permaneceu preso e condenado, excluído da vida política no Brasil. Havia gente, até de esquerda, que aceitava as acusações contra ele, o considerava fora da vida política brasileira. Quando ele se despediu, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, a maioria não queria que ele se entregasse à polícia. Mas ele havia decidido ir provar ao juiz Sergio Moro a falsidade das acusações contra ele e a farsa Lava Jato”, diz o jornal. O francês Le Monde traz reportagem especial no final de semana apontando que, no Brasil, o Supremo Tribunal Federal está na linha de frente diante dos abusos golpistas de Bolsonaro. “A mais alta corte do Brasil está investigando o presidente e seu clã. Guardião da Constituição de 1988, o Supremo Tribunal Federal tem atribuições consideráveis. Um desafio permanente lançado ao Chefe de Estado que tem como alvo a instituição”, resume. O jornal ainda traz um perfil do juiz Alexandre de Moraes, apontado como “bête noire” de Bolsonaro. “O ex-ministro da Justiça, com um passado polêmico, é no Supremo Tribunal Federal relator das principais investigações dirigidas ao Chefe de Estado e seus familiares”, escreve o correspondente Bruno Meyerfeld. Sobre Bolsonaro, Eric Nepomuceno escreve no Página 12 que, no Brasil, a miséria e a fome estão crescendo. “O Brasil vive uma fase em que o cotidiano mostra duas faces. Uma, o de um presidente sem rumo, um governo que escorrega em promessas não cumpridas e que, ao mesmo tempo, destrói tudo e qualquer aspecto da vida nacional”, critica. “A outra, uma pintura cada vez mais dramática, que se traduz em uma miséria que cresce com uma velocidade assustadora”. Sem citar nominalmente a Petrobrás, o New York Times diz que à medida que gigantes ocidentais do petróleo reduzem a produção, empresas estatais aumentam. “No Oriente Médio, na África e na América Latina, as empresas de energia do governo estão aumentando a produção de petróleo e gás natural, à medida que as empresas dos Estados Unidos e da Europa reduzem o fornecimento devido às preocupações climáticas”, escreve. “As empresas nacionais de petróleo no Brasil, Colômbia e Argentina também estão trabalhando para produzir mais petróleo e gás para aumentar a receita de seus governos antes que a demanda por petróleo caia à medida que os países mais ricos cortam o uso de combustíveis fósseis”. Financial Times destaca em sua edição online o investimento dos EUA para enfrentar a China na América Latina. “A iniciativa financiará a infraestrutura em um esforço para competir com a crescente influência de Pequim na região”, relata. “Os EUA esperam reconquistar o terreno perdido para a China na América Latina com uma nova iniciativa ambiciosa para financiar a infraestrutura”, diz. “O investimento estrangeiro na América Latina foi dominado por muito tempo pelos Estados Unidos e pela Europa, mas nos últimos 15 anos os bancos políticos chineses canalizaram mais de US$ 137 bilhões de investimentos para governos e corporações estatais na região, de acordo com um banco de dados compilado pela Inter-American Diálogo em Washington”. Segundo o jornal, nesse mesmo tempo, a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil, Chile e Peru e está perto de alcançar esse status na Argentina. Reportagem do El País traz na edição dominical a morte de a morte de duas crianças sugadas por uma draga ilegal de mineração. “A tragédia do povo Yanomami”, aponta. “Crianças de 4 e 7 anos se afogaram enquanto brincavam na margem de um rio usado para extração ilegal de ouro, de acordo com relatos em sua comunidade”. INTERNACIONAL A manchete principal do New York Times nesta segunda-feira trata das ameaças, demissões e 100 novas leis: por que a saúde pública está em crise. “Um exame de centenas de departamentos de saúde em todo o país mostra que os EUA podem estar menos preparado para a próxima pandemia do que estava para a atual”, informa. A manchete do Washington Post é sobre o sequestro em massa de missionários dos EUA. O NYTimes também aborda o tema na primeira página: Para onde esse país está indo? “Membros de gangue apreenderam 16 americanos e um canadense, entre eles cinco crianças, enquanto visitavam um orfanato”, informa. Wall Street Journal faz alarde na primeira página que o crescimento econômico da China no terceiro trimestre desacelera acentuadamente para 4,9%. “A economia da China cresceu 4,9% no terceiro trimestre em relação ao ano anterior, desacelerando acentuadamente em relação ao período anterior, à medida que a escassez de energia e os problemas na cadeia de abastecimento aumentaram o impacto dos esforços de Pequim para controlar os setores imobiliário e de tecnologia”, reporta. O recuo do PIB chinês também é manchete do Global Times: O crescimento econômico da China no terceiro trimestre desacelera para 4,9% em meio a crise de energia e gargalo de oferta. O britânico The Times dá chamada na primeira página — mas não a manchete — para a informação de que as escolas de elite inglesas colocaram “comunistas chineses” em seus conselhos. Diz o jornal: “As principais escolas particulares inglesas estão ganhando dezenas de milhões de libras com franquias com laços estreitos com o Partido Comunista Chinês. O conselho da Harrow International School Hong Kong, cujo campus foi construído com um empréstimo de £ 22,5 milhões sem juros do governo de Hong Kong, inclui quatro membros seniores do PC”. O foco principal do inglês The Guardian é para as críticas dos principais patrocinadores corporativos da Cop26, que condenam cúpula “mal administrada”. “NatWest, Microsoft e GSK entre empresas que levantam reclamações sobre planejamento deficiente e ruptura nas relações”, revela. “Os patrocinadores, que incluem algumas das maiores empresas da Grã-Bretanha, levantaram queixas formais culpando funcionários ‘muito inexperientes’ por atrasos nas decisões, má comunicação e um colapso nas relações entre os organizadores e as empresas na preparação para as negociações marcantes”. |
AS MANCHETES DO DIA |
Folha: Governo tem R$ 2,3 bi sem uso para comprar vacinas Estadão: PCC cresce na Bolívia, novo abrigo do ‘Narcosul’, cartel internacional de drogas O Globo: Relatório da CPI é adiado após divisão entre senadores Valor: Com juro mais alto, cresce fluxo para crédito privado El País (Brasil): Sob eco da Lava Jato, Câmara acelera projeto para minar o Ministério Público BBC Brasil: Por que EUA têm congestionamento recorde de navios de contêineres UOL: Presidente do CFM pediu ao órgão uso de cloroquina contra covid G1: SP gastou só 20% da verba para reforma e melhoria estrutural de escolas em 2021 R7: Última parcela do auxílio emergencial começa a ser paga nesta segunda-feira ao Bolsa Família Luís Nassif: Roberto Setubal, e o clube dos bilionários sem projeto de país, por Luis Nassif Tijolaço: Adiamento é um perigo político para a CPI Brasil 247: Militares do governo indicam que vão aceitar resultado das urnas se Lula vencer eleição em 2022 DCM: Sem aval científico, presidente do CFM pediu uso de cloroquina contra Covid Rede Brasil Atual: Famílias de vítimas da pandemia falam na CPI da Covid nesta segunda Brasil de Fato: "CPI parou o genocídio": senadores celebram vitórias e dizem que comissão "não acabou em pizza" Ópera Mundi: Salvadorenhos vão às ruas contra medidas autoritárias de Bukele Fórum: Divergências fazem CPI do Genocídio adiar relatório final Poder 360: PoderData: 45% passam pelo menos uma hora por dia nas redes sociais New York Times: Crise de saúde pública cresce com desconfiança e ameaças Washington Post: Grupo missionário sequestrado no Haiti WSJ: O crescimento econômico da China no terceiro trimestre desacelera acentuadamente para 4,9% Financial Times: Câmeras de reconhecimento facial chegam às cantinas de escolas do Reino Unido The Guardian: Principais patrocinadores corporativos da Cop26 condenam cúpula "mal administrada" The Times: Polícia examina ligação do Catar sobre assassinato de parlamentar Le Monde: As palavras dos sobreviventes sobre o horror no Bataclan Libération: Soberania. A UE tem a flor da bandeira El País: Sánchez anuncia o fim da lei da mordaça e da reforma trabalhista El Mundo: Sánchez apoia Yolanda Díaz e desafia a UE com a reforma trabalhista Clarín: O cristinismo ocupou o ato do 17 de outubro e houve críticas a Fernández Página 12: As praças do 17 Granma: A empresa estatal socialista é nossa principal fonte de riqueza, bem-estar e prosperidade Diário de Notícias: Desafios de Moedas arrancam hoje, sob a sombra da esquerda Público: Um quarto dos trabalhadores é sobre-qualificado para o emprego que têm Frankfurter Allgemeine Zeitung: Política de tênis Süddeutsche Zeitung: Bundestag. Outro homem? Só que não Moskovskij Komsomolets: O ex-secretário de Estado dos EUA Colin Powell morre de coronavírus The Moscow Times: O reconhecimento russo do regime do Taleban 'não está na mesa', diz o embaixador pró-Ocidente do Afeganistão em Moscou Global Times: O crescimento econômico da China no terceiro trimestre desacelera para 4,9% em meio a crise de energia e gargalo de oferta Diário do Povo: 19º Comitê Central do PCC realizará a sexta sessão plenária de 8 a 11 de novembro |
segunda-feira, 18 de outubro de 2021
Deu na Imprensa - 18/10
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