quinta-feira, 28 de outubro de 2021

CPI quer força-tarefa para manter pressão sobre Aras

 O relatório CPI da Pandemia foi entregue ontem ao procurador-geral da República, Augusto Aras, em meio a uma troca de elogios, mas os senadores estão longe de considerar encerrado seu trabalho. Eles pretendem criar um observatório, uma força-tarefa que mantenha a pressão para que Aras não arquive ou deixe em banho-maria as investigações e, paralelamente, acompanhe o andamento dos 17 projetos de lei sugeridos no relatório. A Frente Parlamentar Observatório da Pandemia de Covid-19, nome formal da força-tarefa, deverá ter a criação pedida pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). (Folha)

Aras recebeu o relatório pela manhã e soltou uma nota dizendo que a “CPI já produziu resultados” e que o material apresentado permitirá “avançar na apuração” de acusações contra políticos com foro privilegiado. Horas depois do encontro, Omar Aziz cobrou ação do procurador-geral: “Esperamos, como eu disse ao Dr. Aras, que ele tenha compromisso com a nação: 600 mil vidas não podem ser engavetadas.” Aliás, só o presidente Jair Bolsonaro já é alvo de 92 “investigações preliminares” da PGR, sem qualquer resultado. (Globo)

E por falar em Bolsonaro… Ele ingressou ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança contra a quebra de seus sigilos nas redes sociais pedida pela CPI. A Advocacia-Geral da União, que o representa, diz que uma CPI não tem o poder de quebrar os sigilos do presidente. O mandado já tem relator, Alexandre Moraes, que chegou a ter seu impeachment pedido ao Senado pelo presidente. (CNN Brasil)

Quem também reclamou, e muito, foi o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que teve “grande indignação” com o pedido de indiciamento de seis deputados, entre eles o filho Zero Três, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “É inaceitável a proposta de indiciamento dos deputados desta casa no relatório daquela comissão instituída com a finalidade de apurar as ações e omissões do governo federal”, disse. Assim como Bolsonaro, as investigações sobre deputados ficam à cargo da PGR. (g1)

Nos bastidores, os ministros do STF avaliam como pequena a chance de Bolsonaro vir a ser condenado pelos crimes que lhe são atribuídos no relatório da CPI, revela Carolina Brígido. Eles consideram que o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) é fraco, sem elementos suficientes para punição. Segundo um dos ministros, crime com indícios mais consistentes é o de omissão na compra de vacinas, mas seria necessário demonstrar que o Brasil ficou muito atrasado na imunização, em comparação com outros países. (UOL)




A vantagem do ex-presidente Lula (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) num eventual segundo turno caiu 10 pontos em dois meses, segundo pesquisa do PoderData. Hoje o petista venceria por 52% a 37%, enquanto há 60 dias os números eram 55% a 30%. Na projeção de primeiro turno, Lula lideraria com 35%, seguido de Bolsonaro com 28%. Em terceiro aparece o ex-ministro Sérgio Moro (sem partido), aumentando a fragmentação da chamada terceira via. O PoderData também avaliou o desempenho dos dois postulantes tucanos contra Lula num segundo turno. Eduardo Leite perderia por 48% a 18% e Doria por 51% a 16%. Os confrontos, porém, parecem improváveis. Na simulação do primeiro turno, Doria tem 4% e Leite 3%. (Poder360)




O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, mandou retirar provisoriamente da lista de filiados aptos a votar nas prévias do partido os nomes de 92 prefeitos e vices paulistas por suspeita de fraude na data de filiação e determinou análise caso a caso. A decisão terá de ser confirmada hoje pela Executiva Nacional. Aliados do governador gaúcho Eduardo Leite acusam o diretório paulista de fraudar as filiações em busca de votos para o governador João Doria nas prévias. Há pelo menos dois casos comprovados de prefeitos que se filiaram depois da data-limite de 31 de maio, mas cujas fichas foram enviadas ao TSE com datas anteriores. (Globo)

Mais cedo, Doria criticou Leite, sem citá-lo diretamente, por conta dessas denúncias. “Por que ter medo do voto? Em vez de ficar reclamando, chorando, acusando, estamos trabalhando. Prefiro assim”, disse o governador de São Paulo. (Folha)




O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), assinou ontem a tão esperada ficha de filiação ao PSD de Gilberto Kassab, que passa a ter a segunda maior bancada do Senado, com 12 parlamentares. Embora tenha feito um discurso de campanha, criticando duramente a economia do país, Pacheco evitou falar numa eventual candidatura ao Planalto. “Tudo tem seu tempo”, disse. (g1)




Terminou em confusão entrevista ao vivo de Jair Bolsonaro para o Pânico, na estreia da TV Jovem Pan ontem. Entre os entrevistadores estava o humorista André Marinho, filho do empresário Paulo Marinho, ex-aliado do presidente. Falando de esquemas de rachadinhas no Rio, André perguntou se Bolsonaro achava que “‘rachador’ tinha que ir para a cadeia”. “Ô Marinho, você sabe que eu sou presidente da República. Então, não vou aceitar provocação tua. O teu pai quer a cadeira do Flávio Bolsonaro”, reagiu o presidente, dizendo que não responderia mais a Marinho. Este emendou “só vai responder a bajulador?”, iniciando um bate-boca com seu colega de bancada, o bolsonarista Adrilles Jorge. No meio da confusão, Bolsonaro abandonou a entrevista. (Metrópoles)

Mais tarde, Paulo Marinho, que é suplente do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), publicou um vídeo defendendo o filho. “Quem quer o mandato do Flávio é o Ministério Público, capitão”, disse o empresário, que ainda fez referências cifradas ao ex-ministro Gustavo Bebianno, que também rompeu com Bolsonaro e morreu no ano passado. (Instagram)

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