O empresário bilionário Luciano Hang se define como “patriota que luta pelo Brasil” em sua conta no Instagram. Dono de uma fortuna de 14,3 bilhões de reais, segundo a revista Forbes, o apoiador apaixonado do presidente Jair Bolsonaro se orgulha do número de empregos que gera no Brasil por meio de sua rede varejista, a Havan. Também é dono de agência de publicidade, postos de gasolina e até de usina hidrelétrica. Hang adota um guarda-roupa verde e amarelo espalhafatoso para provar seu amor à pátria. Só não mostra amor à bandeira quando o assunto é o retorno que os impostos podem proporcionar ao país, contam Marina Rossi e Regiane Oliveira em mais um capítulo do Pandora Papers. O vazamento de mais de 11,9 milhões de documentos confidenciais segue jogando luz sobre as fortunas secretas de algumas das pessoas mais influentes e conhecidas do mundo. Nas últimas três décadas, uma empresa panamenha se tornou um ímã para os ricos e poderosos que pretendem ocultar suas fortunas no exterior, conforme mostra o material obtido pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). O escritório de advocacia Alemán, Cordero, Galindo & Lee, mais conhecido como Alcogal, serviu de intermediário para mais de 160 políticos e ocupantes de cargos públicos, entre eles a empreiteira brasileira Odebrecht, como detalham Brenda Medina, Jesús Escudero e Emilia Díaz-Struck. O escândalo também toca a fé. As investigações do Pandora Papers mostram que os mais altos escalões da ordem religiosa criaram na última década uma opaca rede de fundos fiduciários e subsidiárias que operam em um paraíso fiscal sem deixar rastros. Os Legionários de Cristo, uma das mais ricas congregações católicas, é ligada a sacerdotes e empresários próximos que criaram entre 2010 e 2011 um intrincado esquema que em poucos anos acumulou mais de 295 milhões de dólares (1,6 bilhão de reais) em ativos com investimentos em setores como imobiliário, de tecnologia e petrolífero, relata Georgina Zerega. A Legião admite ter criado parte da estrutura para “receber donativos”, mas nega ter controle sobre os fundos fiduciários usados para investir em cerca de trinta empresas. Das investigações para um apagão sem precedente na história das redes sociais. Por mais de seis horas Facebook, WhatsApp e Instagram ficaram fora do ar, causando um verdadeiro colapso em vários setores, danos bilionários à fortuna de Mark Zuckerberg e incontáveis piadas no Twitter —uma das únicas grandes redes que seguiu funcionando. A queda geral ocorre em um momento muito delicado para a empresa, que está sob os holofotes após uma investigação jornalística expor documentos internos que revelam como a companhia estava ciente da toxicidade do Instagram para muitos adolescentes, explica Jordi Pérez Colomé. | ||||||
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