sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Estouro do teto causa debandada na equipe de Guedes

 O estouro no teto de gastos admitido por Paulo Guedes para pagar o Auxílio Brasil de R$ 400, nova bandeira eleitoral de Jair Bolsonaro, cobrou seu preço na Equipe Econômica e, claro, no mercado financeiro. E não foi barato. Bruno Funchal, secretário do Tesouro e Orçamento e mais três auxiliares da pasta pediram demissão nesta quinta-feira: Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional; Gildenora Dantas, secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento; e Rafael Araujo, secretário-adjunto do Tesouro Nacional. O Ministério da Economia disse que as demissões eram por “motivos pessoais”, mas antes do anúncio, Funchal reuniu a equipe e disse que, após o estouro do teto, não tinha condições de continuar no cargo. “Foi uma questão de princípio”, disse ele a interlocutores. O acordo fechado nesta quinta no governo prevê uma mudança no teto de gastos que abre um espaço de R$ 83,6 bilhões para despesas adicionais em 2022. Horas depois, a medida foi aprovada dentro do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios votada pela comissão especial da Câmara dos Deputados. (Estadão)

Então... Na linha dos gastos sem fonte definidas, Bolsonaro resolveu atacar outra fonte de críticas, a alta do diesel, também com um benefício de R$ 400, mas para os caminhoneiros. O valor deve ser pago de dezembro de 2021 a dezembro de 2022, coincidentemente o ano eleitoral. Mas o “auxílio diesel” não deve impedir as paralisações da categoria marcadas para 1º de novembro. Carlos Alberto Litti, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), disse que o valor anunciado por Bolsonaro não paga 100 litros do combustível. (Poder360)

Pode ser coincidência, mas José Mauro Coelho, secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, também pediu demissão ontem. A pasta informou que, após a quarentena obrigatória, ele vai para o setor de combustíveis na iniciativa privada. (Globo)

“Waiver Day”. O temor de descontrole fiscal disparou um forte movimento de aversão ao risco no mercado brasileiro. O Ibovespa fechou em queda de -2,94%, aos 107.527 pontos, um dos menores níveis de fechamento do ano. Já o dólar voltou a ganhar força, subindo 1,92%, cotado a R$ 5,66. E a sexta-feira tende a ser ainda mais turbulenta, já que debandada no Ministério da Economia foi divulgada após o fechamento do pregão, e seus efeitos só vão ser sentidos hoje. (Valor)

Em sua live semanal, Bolsonaro desdenhou a reação do mercado que, segundo ele, está “nervosinho” e poderá sair prejudicado caso “exploda a economia do Brasil”. Ele admitiu que mais aumentos dos combustíveis vêm aí. (Poder360)




Meio em vídeo. Muitos economistas se classificam como liberais. Poucos, dentre essa turma, mantiveram um discurso radicalizado por tanto tempo quanto Paulo Guedes. Pois foi sob a guarda dele que o teto de gastos foi rompido. E para algo muito pior do que o Bolsa Família. Porque o Auxílio parece bom, mas quebra uma das melhores políticas que o Estado brasileiro tem. Veja no Ponto de Partida. (YouTube)




Apesar da leitura na quarta-feira, o relatório da CPI da Pandemia, o texto ainda vai mudar até a votação na próxima terça. Os senadores querem incluir dez nomes nos pedidos de indiciamento. Na lista estão funcionários dos ministérios da Fazenda e da Defesa e o reverendo Amilton Gomes de Paula, envolvido numa tentativa suspeita de venda da vacina da AstraZeneca à margem da Fiocruz. (Globo)

Acusado de nove crimes no relatório, Jair Bolsonaro não se fez de rogado e voltou a criticar as vacinas, comprovadamente eficazes, dizendo que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pegou covid-19 mesmo com duas doses da vacina. “Eu não tomei a vacina, quem quiser seguir meu exemplo que siga, quem não quiser que não siga, isso é liberdade”, disse ele na Paraíba. (Folha)




Escaldado pela PEC da Vingança, que só não passou por 11 votos, o Conselho Nacional do MP prevê uma reação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e tenta se antecipar, como conta o Painel. Os procuradores acham que após caçar traidores, Lira vai tentar votar uma versão anterior da PEC, que aumenta a ingerência política no CNMP. Eles cobram do procurador-geral Augusto Aras pressa na proposta de um código de ética da categoria, o que poderia aliviar a pressão pela PEC. (Folha)




O ministro do STF Alexandre Moraes determinou que a Polícia Federal acione a Interpol para prender o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que foi para os Estados Unidos em agosto do ano passado com autorização de permanência até em fevereiro deste ano. Moraes também acionou o Ministério da Justiça e a embaixada brasileira nos EUA para que ele seja extraditado. Santos, um dos influenciadores mais próximos da família Bolsonaro, é investigado por propagação de notícia falsas e ataque a integrantes da Corte a às instituições democráticas. O ministro ordenou ainda que as contas do blogueiro sejam bloqueadas e proibiu o repasse a ele de verbas públicas. (g1)

A ordem de prisão contra Santos foi comemorada por oposicionistas e classificada como arbitrária por aliados do governo, especialmente por contrariar parecer da Procuradoria-Geral da República. (Poder360)




Os diretórios do PSDB de RS, MG e BA, que apoiam o governador gaúcho Eduardo Leite nas prévias do partido, apresentaram à Comissão Executiva Nacional uma denúncia contra o diretório paulista, fechado com João Doria. Segundo eles, foram fraudadas as datas de filiações de 51 prefeitos e 41 vice-prefeitos paulistas para que eles tenham direito a voto nas prévias. Só podem votar os filiados até 31 de maio deste ano. Os aliados de Leite afirmam que o diretório paulista enviou ao TSE documentos com datas anteriores às filiações de fato. Os aliados de Doria negam. (Estadão)

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