segunda-feira, 18 de outubro de 2021

CPI quer mais uma semana para pesar relatório contra Bolsonaro

 Prevista para a próxima terça-feira, a leitura do relatório final de Renan Calheiros (MDB-AL) na CPI da Pandemia foi adiada em pelo menos um dia, e sua votação foi jogada para a terça da semana que vem. A decisão do presidente Omar Aziz (PSD-AM) se deveu à divergência na cúpula da comissão sobre temas como tipificação de crimes do presidente Jair Bolsonaro e a proposta de indiciamento de todos os seus filhos com mandato. “Tem muita divergência ainda, precisamos discutir. Em relação a indiciamento, tipificação de crime. A ideia é uma semana de vista”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE). Mesmo senadores oposicionistas não concordam, por exemplo, com o indiciamento de Bolsonaro por “genocídio de povos indígenas” e na inclusão do também senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no relatório. Eles acham que não há indícios fortes contra ele, diferentemente de seus irmãos, o vereador carioca Carlos (Republicanos) e o deputado Eduardo (PSL-SP). (Folha)

Qualquer que seja a versão final, não há dúvida de que o relatório será duro. O documento vai sustentar que o governo, a começar por Bolsonaro, agiu de forma dolosa ao assumir situações de risco, expôs vidas a perigo concreto e não tomou deliberadamente medidas que estavam a seu alcance para reduzir o impacto da covid-19. (Estadão)

Na reta final, Renan diz ter mudado seu relatório pelo menos dez vezes para aparar arestas. Ao que tudo indica não foi o suficiente. (Globo)

As palavras mais ditas, as interrupções, os bate-bocas. Confira os números da CPI. (Metrópoles)




Auxiliares e aliados de Jair Bolsonaro querem que ele mantenha o tom mais moderado, sem confrontos com o Judiciário e ataques a instituições como forma de reconquistar o eleitorado antipetista não radicalizado que havia se afastado do presidente pelo seu discurso, e que hoje estaria inclinado à terceira via. O aceno aos liberais com declarações sobre privatização da Petrobras também estaria nessa linha de reconquista. (Folha)

Coluna do Estadão: “Porém, integrantes mais lúcidos do Planalto acham que o caminho de Bolsonaro será continuar fidelizando o apoio radical e apostando na incompetência do centro. Senão, vejamos: com o país repleto de problemas urgentes e reais, o que fez Bolsonaro na semana passada? Avisou que não tomará a vacina contra a covid-19 e vetou uma homenagem a Jango. Os radicais foram ao delírio.” (Estadão)




O governador paulista João Doria teve de voltar atrás e anunciar que vai participar de um debate amanhã com os demais candidatos nas prévias do PSDB, o colega gaúcho Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Doria foi alvo de críticas ao anunciar que não iria ao debate, promovido pelo Globo e pelo Valor Econômico, por não concordar com o formato. (Globo)

E não foi só isso a deixar a cúpula tucana irritada com Dória, como revela o Painel. A equipe do governador paulista questiona a lisura do aplicativo de votação eletrônica a ser usado nas prévias. Nos bastidores, eles dizem que o sistema pode ser manipulado e defendem, acredite, o uso de cédulas de papel. (Folha)

Leite aproveitou os dois movimentos para fustigar o rival. Em campanha no ABC paulista, ele afirmou que evitar debates e questionar votação eletrônica eram “coisa de Bolsonaro”. “Eu espero que não volte o BolsoDoria”, numa referência ao slogan informal adotado em São Paulo em 2018. (Poder360)




O PSL entrou na fusão com o DEM tendo como trunfos a maior bancada na Câmara e o maior fundo eleitoral, mas só deve entregar o segundo. A expectativa é de que 40% dos deputados, todos ligados a Bolsonaro, não acompanhem a legenda na criação do União Brasil. Os bolsonaristas querem turbinar outro partido, ainda não escolhido, pelo qual o presidente vai tentar a reeleição. (Globo)

Então... A fusão de PSL e DEM ainda não foi homologada pela Justiça Eleitoral, mas o alinhamento no futuro União Brasil é um fato. Levantamento mostra que as duas legendas ficaram do mesmo lado em 86,4% das votações nominais na Câmara. (g1)




A CNBB cobrou ontem punição ao deputado estadual paulista Frederico D’Ávila (PSL) que fez ofensas pesadas ao Papa Franciso e ao arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes. Reagindo à homilia na qual Brandes disse que “pátria amada não pode ser pátria armada”, o deputado bolsonarista discursou na Alesp chamando o arcebispo e até o Pontífice de “safados”, “vagabundos” e “pedófilos”. A assembleia paulista ainda não se manifestou. (Metrópoles)




O governo não gostou das reclamações públicas do ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, por conta do corte de verbas de sua pasta, que classificou como “falta de consideração”. Na sexta-feira ele foi publicamente repreendido por colegas durante reunião ministerial. (Globo)




A notícia de que a China testou com (relativo) sucesso um míssil hipersônico com capacidade nuclear pegou o setor de Inteligência americano de calça arriada. Eles não imaginavam que o país asiático estivesse tão avançado na pesquisa, feita também pelos próprios EUA, Rússia e Coreia do Norte. Voando baixo e a velocidades de até 6.200 km/h, esses mísseis são virtualmente impossíveis de serem interceptados. (CNN Brasil)

Só lembrando, em 1957 os americanos riram quando o líder soviético Nikita Khrushchov disse que seu país tinha os foguetes mais potentes já fabricados. Meses depois um deles botou no espaço o Sputnik, primeiro satélite artificial. Ninguém mais riu. (OoTH)

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