quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Convulsão nos mercados energéticos assusta a economia mundial

 

EL PAÍS


"A verdade é que não me lembro de nenhum precedente para algo assim”. O tom de preocupação é do chefe de matérias-primas do Bank of America, Francisco Blanch, que por telefone resume para Ignacio Fariza e Andrea Rizzi um novo capítulo de tensão que assombra a economia mundial, a nova convulsão nos mercados energéticos. A turbulência no setor, que ao lado dos mercados do planeta ainda vive um momento de retomada após a pandemia, vem alterando os preços das principais commodities e tornando mais complexa a equação para os países diante de uma maior necessidade de fazer energia limpa. Um quadro preocupante em um mundo já sobrecarregado por cadeias de suprimentos estressadas e com mal-estar social acumulado após o drama da crise sanitária.

No capítulo do Pandora Papers desta edição, as investigações sobre o gigante escritório de advocacia Baker McKenzie, dos EUA. Para além de seus milhares de funcionários com atuação em 46 países, a renomada empresa também se revela pioneira no que diz respeito a temas de evasão fiscal de empresas e prestação de serviço para magnatas, fabricantes de armas e regimes autoritários. No Brasil, as investigações trazidas à tona pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) tocaram no ministro da Economia, Paulo Guedes, e no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que terão de dar esclarecimentos diante ao Congresso Nacional, como conta Rodolfo Borges. Os opositores do Governo Bolsonaro falam em conflito de interesse, já que ambos poderiam ter lucrado a partir de informações privilegiadas. 

O Facebook e seus aplicativos não voltaram a falhar nesta terça-feira, mas a via-crúcis de seu fundador continuou. Frances Haugen, ex-funcionária do gigante tecnológico, testemunhou perante os integrantes do subcomitê de Proteção ao Consumidor e Segurança de Dados do Senado norte-americano para denunciar que o algoritmo da rede social é prejudicial a crianças e adolescentes e que, mesmo sabendo disso, a empresa manteve práticas nocivas com um único objetivo: ganhar mais dinheiro.“[A empresa] coloca um lucro astronômico antes do bem-estar das pessoas”, disse, como relata Iker Seisdedos, direto de Washington. A start-up que outrora fascinou o mundo virou um império que todos querem derrubar, analisam Manuel G. Pascual e Cristina Galindo.

A terça-feira foi de glória, por outro lado, para Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Paris, os três cientistas de Japão, Alemanha e Itália (respectivamente) premiados pela Real Academia de Ciências da Suécia com o Nobel de Física. Os especialistas, celebrados por "suas contribuições fundamentais para nossa compreensão dos sistemas físicos complexos", ganharam destaque pelo desenvolvimento de modelos matemáticos para entender a mudança climática e a responsabilidade humana nesse processo global.


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Convulsão nos mercados energéticos assusta a economia mundial
Um segundo inverno muito frio nos Estados Unidos e na Europa agravaria uma tendência que obscurece o caminho para a recuperação pós-pandemia

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