Uma ação desastrosa da Polícia Civil, no Rio de Janeiro, se tornou ontem a mais letal da história no estado. Nada menos do que 25 pessoas — um policial e 24 civis — morreram na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte da cidade. Segundo a polícia, como já é praxe nos discursos em situações do tipo, todos os 24 civis mortos eram suspeitos. Dez pessoas foram presas e cinco, ao que se sabe, se feriram: dois policiais, um morador dentro de casa e dois homens dentro de uma composição do metrô que passava perto no horário do conflito. A operação, também de acordo com as autoridades, foi resultado de dez meses de investigações sobre a ação de traficantes que aliciavam crianças para o crime. (Globo)
Ainda durante a operação, moradores começaram a publicar em redes sociais vídeos com granadas no meio da rua, explosões em vielas e policiais armados em helicópteros. Sim: a polícia jogava granadas no meio da rua. Mais tarde, integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB ouviram relatos de execuções de homens desarmados ou já rendidos. (UOL)
A Polícia Civil negou que tenha havido excessos e disse que a única execução no Jacarezinho foi a do policial civil André Farias, baleado na cabeça quando retirava uma barricada. A polícia agiu possivelmente violando ordem direta do STF, que proibiu incursões deste tipo durante a pandemia, a não ser sob uma série de condições, incluindo comunicação ao Ministério Público. O MP confirmou que recebeu o aviso, mas quando a operação já estava em andamento. Para o sociólogo ex-comandante das UPPs Robson Rodrigues, uma única palavra define a operação: “desastre”. (G1)
Raul Jungmann, ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública: “Essa operação foi um desastre em termos de inteligência. Não sei se existia coordenação e comando. O número de homens não era adequado e você teve no início da ação a morte de um policial, infelizmente. Em seguida isso se transformou em guerra, e a guerra se tornou uma chacina. Vinte e cinco vidas perdidas e nenhuma melhora na segurança do Rio de Janeiro.” (CNN Brasil)
Após a ação da polícia no Jacarezinho, o ministro do STF Edson Fachin pautou para o dia 21 o julgamento de um processo que exige do governo do estado um plano para reduzir a letalidade em operações policiais. A ação, impetrada pelo PSB, pede ainda o fim do sigilo dos protocolos de atuação da polícia e que se priorize investigar quando as vítimas forem adolescentes. (Estadão)
A Secretaria de Saúde do Estado do Rio anunciou ontem ter identificado uma nova variante do Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19. Ainda não é possível dizer se a P1.2 (chamada assim por ser derivada da P1 amazonense) é mais transmissível ou letal. (Globo)
Após um breve período de queda, as médias de casos e mortes por Covid-19 voltaram a se estabilizar no Brasil. Ontem foram diagnosticadas 72.559 nova infecções, com o total desde o início da pandemia indo a 15.009.023. Já os óbitos foram 2.531, totalizando 417.176. As médias móveis foram de 59.448 casos e 2.251 mortes. Em relação ao período anterior foram 3% a mais de infecções e 10% a menos de óbitos, indicando estabilidade nas suas situações. (G1)
Ainda motivo de discórdia no Brasil, a vacina russa Sputnik V ganhou uma nova versão, a Sputnik Light, que requer somente uma dose. A rigor, é a primeira dose do imunizante original, que, segundo o governo russo, tem eficácia de 79,4%. (UOL)
Meio em vídeo. O Censo Demográfico do IBGE funciona como uma radiografia detalhada do país. No Meio Explica desta semana, entenda como o Censo é feito, de que forma os agentes do IBGE conseguem mapear e visitar a residência de cada brasileiro e por que a não realização do levantamento poderia gerar prejuízos significativos em várias áreas essenciais, como saúde e educação. Confira no YouTube.
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