terça-feira, 29 de março de 2022

Bolsonaro demite ministro e presidente da Petrobras, aí sai internado

 

Foi um dia de troca de cadeiras, em Brasília. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou o cargo. Sua exoneração foi publicada numa edição extra do Diário Oficial, que saiu à tarde na própria segunda-feira. Ribeiro foi acusado por prefeitos de implantar um balcão de negócios no MEC em que verbas do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação eram liberadas, município a município, por intermédio dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Em um dos casos, a propina chegou a ser cobrada em ouro. Aproveitando-se do dia confuso, o presidente Jair Bolsonaro fez ainda outra demissão surpresa — a do presidente da Petrobras, o almirante Joaquim Silva e Luna. (Folha)

O economista Adriano Pires, especialista no setor de óleo e gás, substituirá Silva e Luna no comando da empresa. Ele já havia se reunido com Bolsonaro no domingo. Assessores do presidente afirmam que o executivo ganhou sua simpatia por defender em público que a volatilidade dos preços do petróleo não deve ser repassada ao consumidor final — defende criação de fundos e o subsídio ao transporte urbano, o botijão de gás e os caminhoneiros. Estas, porém, não são atribuições do presidente da Petrobras. (Globo)

Pois é… Pires também defende a política de preços da companhia. “O que não podemos, e não devemos, é ceder à tentação de intervir nos preços da Petrobras, algo que só trouxe prejuízos para toda a sociedade brasileira e que significa o atraso do atraso. Precisamos respeitar a legislação de preços livres em toda a cadeia da refinaria até o posto de revenda.” (Poder 360)




O dia agitado na capital terminou com o presidente dando entrada no Hospital da Forças Armadas. Ele reclamou de desconforto abdominal ainda no Palácio do Planalto e foi levado para fazer exames. Passou a noite por lá. Os médicos suspeitam de uma nova obstrução intestinal e vão reavaliar seu estado nesta manhã. (Metrópoles)




É tarde, o Lollapalooza já acabou, mas o PL desistiu da representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral que acusava os artistas de estarem fazendo propaganda eleitoral antecipada. O presidente Jair Bolsonaro ficou enfurecido, pelo que ouviram os repórteres Victor Fuzeira e Mayara Oliveira, com o desgaste sofrido nas redes sociais com a acusação de estar pedindo censura. (Metrópoles)

Bem… Não tivesse retirado o pedido, perigava ver uma derrota ainda maior. O presidente do TSE, ministro Edson Fachin, tinha planos de levar o caso ao plenário da Corte ainda hoje, conta Ana Flor. “A posição do tribunal será a decisão majoritária da Corte, cujo histórico é o da defesa intransigente da liberdade de expressão”, ele afirmou. A ordem monocrática, baixada pelo ministro Raul Araújo, vetava quaisquer manifestações. (g1)




O ex-presidente Lula garantiu a um grupo de empresários, numa conversa fechada, que se eleito fará um governo com previsibilidade, segurança jurídica e sem revanchismo, conta Lauro Jardim. O ex-presidente falou a Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho do Bradesco, Claudio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, Eduardo Sirotsky, fundador da empresa de investimentos EB Capital, e ao anfitrião José Seripieri Junior, da QSaúde!, que fará “o que for preciso para gerar confiança” (Globo)

Malu Gaspar ouviu coisa similar, o que indica que a campanha petista está se movendo para passar este recado. Num outro encontro, este envolvendo o ex-ministro José Dirceu com investidores da Faria Lima, foi sugerido que um dos favoritos para ocupar o ministério da Fazenda é Rui Costa, governador baiano do PT e cuja administração foi elogiada pelo rigor fiscal. “Economistas da Unicamp não teriam espaço num próximo governo Lula”, diz Malu citando Dirceu. “O ex-presidente não confia neles.” (Globo)




Para Gilberto Kassab, presidente do PSD, a notícia chegou no domingo à noite. Mas o anúncio formal foi ontem: o governador gaúcho, Eduardo Leite, avisou que permanecerá no PSDB. Mas não foi só. Ele anunciou, também, que renunciará ao cargo. “Não estou saindo”, ele afirmou. “Estou me apresentando.” (Poder 360)

Andreia Sadi: “Leite, que perdeu as prévias no PSDB para João Doria, quer ser candidato à Presidência da República. Para isso, no entanto, precisa esperar Doria abrir mão da candidatura — o que o governador de São Paulo já disse que não fará. Nas tratativas para ficar no PSDB, Leite ouviu de adversários de Doria, do grupo do deputado Aécio Neves, que Doria vai abrir mão da candidatura. Doria tem repetido que, para retirar a sua candidatura, só se for um ‘golpe’ da ala aecista do PSDB. No domingo (27), ele afirmou que a articulação de parte minoritária de integrantes do PSDB que querem tirá-lo da disputa presidencial na eleição de 2022 é uma ‘tentativa torpe, vil, de corroer a democracia e fragilizar’ o partido.” (G1)

Então… O ex-presidente Fernando Henrique foi ao Twitter nesta segunda. “As prévias do PSDB foram realizadas democraticamente. Assim sendo, penso que devem ser respeitadas.” (Twitter)

Eduardo Leite amarrou suas apostas. Se deseja sair candidato à presidência, precisa deixar até 4 de abril o cargo de governador. Pode também sair ao Senado. E ele já pôs um vídeo de campanha no ar. “Vou renunciar ao poder para não renunciar à política”, afirma. “O mundo vive hoje com Macron ,na França, Trudeau, no Canadá, com Jacinda Arden, na Nova Zelândia, com Zelenski, na Ucrânia, uma mudança geracional na política.” O tucano, que deseja a vaga de Doria, promete “uma nova agenda ambiental e social”.

Vera Magalhães: “PSDB, DEM e União Brasil vão tentar chegar a um consenso para lançar apenas um candidato para tentar quebrar a até aqui consolidadíssima polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. E quais as apostas para o desenvolvimento desse enredo? Cada um tem a sua. Leite ficou no partido na esperança de ser ungido candidato por um apelo dos demais partidos. E o que dizem os aliados do governador de São Paulo? Que ele não está mais tão inflexível quanto antes a respeito da possibilidade de não ser candidato. Mas também que ele pode ‘desistir para apoiar qualquer um, menos o Leite’. E Simone Tebet? A senadora do MDB corre por fora na disputa tucana. E Sérgio Moro? Se há hoje um só consenso entre os grupos de Doria, Tebet e Leite é que o ex-juiz não vai manter a candidatura até o fim. Falta apoio político, inclusive da direção do Podemos, dinheiro e espaço para crescer, dada a rejeição que tem. Segundo um cacique do MDB, a própria presidente do Podemos, Renata Abreu, já estaria disposta a caminhar com uma candidatura única de centro. Faltaria apenas convencer Moro a sair de cena. Não deverá ser tão fácil.” (Globo)




Meio em vídeo. O Ponto de Partida de hoje é um pouco diferente; é para quem tem 16 e 17 anos. Um endosso da campanha puxada pela Anitta. Um apelo e, principalmente, um argumento para que tirem o título de eleitor. Para que votem. O país só terá uma chance se os eleitores mais jovens se engajarem desde já. (YouTube)




O presidente americano Joe Biden afirmou que seus comentários a respeito de seu par russo, Vladimir Putin, eram estritamente pessoais. “O que quis foi esprimir a indignação que sinto a respeito deste homem”, ele disse. Na semana passada, em discurso na Polônia, havia dito que Putin não podia continuar no poder. (New York Times)

O bilionário russo Roman Abramovich e dois negociadores ucranianos podem ter sido vítimas de envenenamento. Ambos estiveram juntos em Kiev, no início do mês, em conversações de paz. Abramovich chegou a perder a visão por várias horas e teve descamações na pele. Os três foram tratados em uma clínica na Turquia. O envenenamento de adversários políticos tem sido uma prática russa nas últimas décadas. (Guardian)

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