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O escândalo de corrupção no Ministério da Educação domina as manchetes em quase todos os jornais e revistas semanais. O assunto continua quente e cria dificuldades para Bolsonaro, que costuma repetir o mantra de que nunca houve corrupção em seu governo. Agora, é o segundo grande escândalo em menos de um ano — o outro era no Ministério da Saúde. O próprio Bolsonaro é acusado de desviar dinheiro no pagamento de funcionária fantasma. Os jornais anunciam que o STF autorizou a investigação do envolvimento do ministro Milton Ribeiro no esquema de propina no MEC. O Globo ainda revela que pastor acusado de cobrar propina no MEC investiu R$ 450 mil na abertura de duas empresas há 15 dias, com sede em sua igreja. Gilmar Santos criou, no mesmo dia, uma faculdade e uma editora registradas em endereços de sua igreja, onde não há sinal de atividades além de cultos. E o Estadão esquenta o caso ao revelar que dez prefeitos denunciaram esquema de pastores no governo. O outro assunto das manchetes é a nova pesquisa Datafolha que indica queda na rejeição ao governo, com Bolsonaro reduzindo a diferença de Lula, que continua líder, com 43%. O presidente tem 26%. A pesquisa mostra ainda que a terceira via definha e divide migalhas. Ainda sobre a eleição, o Datafolha indica que as ações de Bolsonaro e seu pacote de bondades 'pró-pobre' pode minar Lula e armam uma bomba-relógio para 2023. O levantamento mostra que eleitores com renda de até dois salários mínimos alavancam presidente e decidirão a campanha presidencial. As medidas do governo surtiram efeito e o Bolsonaro reduziu em oito pontos (de 40 para 32) sua desvantagem em relação a Lula no maior grupo de eleitores, que representam 53% do eleitorado. Na Folha, Vinícius Torres Freire comenta a conjuntura política e o cenário eleitoral que se abre: Existe um Brasil em que Bolsonaro empata com Lula. “No país em que a renda das famílias é maior do que dois salários mínimos, Bolsonaro empata com Lula no primeiro turno (em 34%) e no segundo também. Entre as famílias que ganham menos de dois salários, Lula ora vence por 51% a 19% no primeiro turno. Na pesquisa de dezembro, Lula vencia nesses dois grandes grupos de renda”, observa. É que Bolsonaro está abrindo os cofres do governo para ganhar fôlego na eleição presidencial. É sobre este tema que Carta Capital dá a manchete principal de sua edição deste final de semana. Quem quer dinheiro? A revista é taxativa: “Bolsonaro arromba o cofre na aventura incerta da reeleição. No Ministério da Educação, a farra dos pastores”. Em editorial, Carta Capital se queixa que Lula esqueceu o papel da revista na denúncia das mazelas da Lava Jato. Lula, tu quoque? Mas, apesar do pacote de bondades, a situação é crítica para o governo. A Unicef aponta que a redução do Auxílio Brasil em 2023 pode agravar pobreza infantil. “Estudo aponta que o problema atinge cerca de o dobro das crianças negras em comparação com as brancas”, informa a Folha. O Unicef traçou os impactos da pandemia sobre as crianças em situação de pobreza — aquelas que vivem com menos de US$ 5,50 por dia, ou cerca de R$ 26,78 —, e pobreza extrema — menos de US$ 1,90 ou R$ 9,25 por dia. O valor do auxílio só está garantido até o fim deste ano. A crise social tende a se tornar aguda. A Folha destaca hoje que a venda de botijão de gás caiu 4,2% em 2021 com queda do isolamento e fim do auxílio emergencial. O cenário continua em 2022, com comércio no primeiro bimestre recuando 3,5%. Com a escalada dos preços em 2022, o mercado teme que o cenário se mantenha, mesmo após a criação do programa Auxílio Gás. E o repasse do petróleo à bomba pode chegar a 66% em 2022. O Banco Central estima que impacto na inflação pode ser maior que 2021. E mantém a estimativa de PIB de 1% em 2022. No Valor, a manchete mostra que o desalento atinge 4,8 milhões de pessoas no país. A incidência maior da desesperança ocorre nos grupos mais vulneráveis, como jovens, pessoas com menor escolaridade, mulheres e negros, segundo levantamento da consultoria IDados. Economistas projetam taxa de desemprego de 11% no ano. De volta às revistas semanais, Veja dá destaque na capa à aliança de Lula com o ex-governador de São Paulo: Casamento de conveniência. “A entrada de Geraldo Alckmin no PSB abre uma nova etapa da corrida presidencial ao aproximar o ex-tucano da vaga de vice de Lula. Mas a parceria entre velhos rivais acumula contradições, divergências regionais e dúvidas sobre o seu real impacto na eleição”, diz a revista. E a Focus Brasil, editada pela Fundação Perseu Abramo, e IstoÉ, focam a cobertura no mais recente escândalo do governo Bolsonaro. Corrupção no MEC — diz a Focus. “Esquema de propina no governo flagra dois pastores evangélicos e o próprio ministro Milton Ribeiro, que admite ter sido alertado. Em Brasília, todos cobram de Bolsonaro explicações sobre o caso”. A semanal da FPA traz Fernando Haddad na entrevista semanal, reforçando as críticas na gestão do MEC: “O governo é uma República de Charlatões. Em 2018, denunciei a fome por dinheiro dessa turma. Agora, pedem propina em ouro”. Ele cobra dos verdadeiros democratas e da direita racional brasileira que se unam em torno de Lula, ainda no primeiro turno, a exemplo do governador Geraldo Alckmin. “A elite brasileira tem que cair na real”. stoÉ também se debruça sobre o esquema de propinas do governo: O Bolsolão do MEC. “Em um flagrante caso de corrupção no governo, Bolsonaro e Milton Ribeiro montam a estrutura paralela no Ministério da Educação com o objetivo de negociar a liberação de recursos públicos em troca de vantagens ilícitas e propinas. No esquema, pastores evangélicos atuam como lobistas há mais de um ano, fazendo proselitismo religioso e intermediando verbas para as prefeituras de todo o Brasil”. LULA O Painel da Folha diz que a pesquisa de hoje põe em xeque efeito de aliança de Lula com Alckmin. Datafolha mostra que rejeição de ex-presidente entre não-petistas segue alta. “ A euforia do início do ano, com projetos de vitória em primeiro turno, deu lugar à mensagem vinda da cúpula de que a corrida será apertada”, diz. Um ponto preocupante é a rejeição de Lula entre eleitores não-petistas, que permanece mais alta do que a média, apesar dos acenos ao centro. Valor destaca a declaração de Lula de que não existe a hipótese de vir a nomear Dilma Rousseff, José Genoino e José Dirceu para o governo, se ganhar a eleição. Ex-presidente elogiou Alckmin e disse que “pessoas com experiência podem ajudar dando palpite, conversando ou às vezes, fazendo nada”. Folha noticia que PT segue Bolsonaro e reavalia evento com Lula para evitar crime eleitoral. Partido deve readaptar a ideia inicial de lançamento da pré-candidatura do ex-presidente da República, que ocorreria no final de abril. Pelas regras eleitorais, uma chapa só pode ser formalizada após convenções partidárias, previstas para o meio do ano. O evento é tido internamente no PT como um anúncio informal da união de Lula e Alckmin. Outra notícia é que o PT aprovou documento para dar aval a alianças de Lula com centro. “Alas majoritárias do partido afirmam que antigos rivais são bem-vindos para derrotar Bolsonaro”, informa a Folha. A proposta foi apoiada por 64,8% do diretório nacional, instância máxima petista. Ainda sobre Lula, Monica Bergamo revela que advogados do petista estudam pedir aumento do valor da indenização paga por Deltan Dallagnol. Doações recebidas pelo ex-procurador provariam que ele tem condições de desembolsar quantia muito maior que os R$ 75 mil determinados pelo STJ. Os advogados estudam recorrer ao Superior Tribunal de Justiça para aumentar o valor da indenização. Dallagnol foi condenado a pagar por causa da entrevista do PowerPoint. PSDB Folha aponta que a terceira via está definhando, conclusão a que chega a partir dos dados colhidos na pesquisa do Datafolha publicada hoje. Segundo o jornal, o levantamento adiciona obstáculos para pelotão que tenta romper dualidade entre Lula e Bolsonaro, mas os resultados são “desanimadores”. Ninguém sequer atinge 10%. O governador de São Paulo, João Doria, que venceu nas prévias do PSDB o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e chegou a ser visto na fase de discussões preliminares sobre a corrida ao Planalto como um rival que daria trabalho aos demais, novamente colheu resultados frustrantes. Ele marcou 2% em todos os cenários em que o instituto testou seu nome. Sérgio Moro está com 8%, empatado tecnicamente com Ciro Gomes (6%). Ainda sobre as eleições, Monica Bergamo anuncia que Rosângela Moro pode concorrer a deputada por São Paulo e bater de frente com Guilherme Boulos e Eduardo Bolsonaro. O Podemos acredita que a mulher de Moro estaria entre os candidatos mais votados no estado caso dispute as eleições legislativas. |
AS MANCHETES DO DIA |
Focus Brasil: Corrupção no MEC. Esquema de propina no governo flagra dois pastores evangélicos e o próprio ministro Milton Ribeiro, que admite ter sido alertado. Em Brasília, todos cobram de Bolsonaro explicações sobre o caso Carta Capital: Quem quer dinheiro? Bolsonaro arromba o cofre na aventura incerta da reeleição. No Ministério da Educação, a farra dos pastores IstoÉ: O Bolsolão do MEC. Em um flagrante caso de corrupção no governo, Bolsonaro e Milton Ribeiro montam a estrutura paralela no Ministério da Educação com o objetivo de negociar a liberação de recursos públicos em troca de vantagens ilícitas e propinas. No esquema, pastores evangélicos atuam como lobistas há mais de um ano, fazendo proselitismo religioso e intermediando verbas para as prefeituras de todo o Brasil Veja: Casamento de conveniência. A entrada de Geraldo Alckmin no PSB abre uma nova etapa da corrida presidencial ao aproximar o ex-tucano da vaga de vice de Lula. Mas a parceria entre velhos rivais acumula contradições, divergências regionais e dúvidas sobre o seu real impacto na eleição Folha: Reprovação ao governo cai, e Bolsonaro reduz desvantagem Estadão: STF autoriza investigação de ministro por propina no MEC O Globo: STF vê ‘fatos gravíssimos’ e dá aval a investigação sobre ministro Valor: Desalento ainda atinge 4,8 milhões de pessoas no país BBC Brasil: 'Não podemos entrar em uma guerra mundial e com armas nucleares', diz ex-secretário geral da Otan UOL: 'Unha cortava por dentro': vítimas de Saul Klein revelam novos detalhes G1: Puxada por alimentos e bebidas, 'prévia da inflação' é a maior para março em 7 anos R7: Abono salarial ainda tem R$ 4,5 bilhões para serem sacados; pagamento do PIS vai até 31 de março Luís Nassif: Exclusivo: “Número 1” das licitações de Comunicação do governo é demitido após reportagem expor irregularidades Tijolaço: ‘3ª Via definha’ e quem diz a ‘terceiraviista’ Folha Brasil 247: "A globalização acabou", diz Larry Fink, presidente da BlackRock, maior gestora de recursos do mundo DCM: Advogados querem aumento em valor da indenização paga por Deltan a Lula Rede Brasil Atual: Boulos prega unidade contra Bolsonaro e o Tucanistão. ‘Mas Alckmin tem simbolismo negativo’ Brasil de Fato: Fundo controlado por princípe "amigo" de Bolsonaro cresce com crise no Brasil Ópera Mundi: Mathias Alencastro: Lula é o maior líder global da atualidade Fórum: Republicanos libera apoio a Lula em meio a racha evangélico Poder 360: Propaganda antecipada é maior receio de Bolsonaro no TSE Congresso em Foco:Carmen Lúcia autoriza abertura de inquérito para investigar Milton Ribeiro |
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