A guerra na Ucrânia e seus efeitos sobre a economia brasileira continuam centro o foco da cobertura da mídia nativa. O governo acena com a possibilidade de usar a Petrobrás para garantir a estabilidade dos preços dos combustíveis, diante da forte volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional — o barril já está sendo negociado acima de US$ 130 no mercado futuro. Mas as ações da Petrobras caem 7% após Bolsonaro sinalizar controle de preços. O tema é manchete do Estadão e do Valor. Diz o diário paulista: Governo avalia congelar preços da Petrobrás para combustíveis. E o econômico: Governo estuda congelar os combustíveis durante guerra. Bolsonaro e assessores temem que a alta dos combustíveis pressione mais a inflação em pleno ano eleitoral, quando o presidente disputará a reeleição. O presidente da Câmara defende subsídio temporário para gasolina. Mas a reação à guerra ainda envolve ainda a permissão para a mineração em áreas protegidas — um descalabro: Governo faz ofensiva para liberar mineração em terra indígena. Colunistas e comentaristas já vocalizam a oposição à ideia do controle dos preços dos combustíveis. No Globo, Míriam Leitão alerta: Subsídio aos combustíveis pode chegar a R$ 12 bilhões por mês. De volta às manchetes, Folha sai com o ultimato de Putin a Zelensky: Rússia faz exigências para encerrar guerra na Ucrânia. E O Globo: Ucrânia repudia oferta de rota de fuga para a Rússia. O noticiário internacional também centra o foco da cobertura nos desdobramentos do conflito no leste europeu. A Rússia ameaça suspender fornecimento de gás à Europa em retaliação a sanções econômicas. E o preço dispara. A mídia russa, mostra que o presidente Volodymyr Zelensky admitiu pela primeira vez que analisaria as exigências da Rússia de Vladimir Putin — leia mais em Internacional. LULA Na política, a notícia do dia é que o ex-governador Geraldo Alckmin fechou com o PSB para ser o vice de Lula. Ele deve participar do encontro estadual do PSB paulista, previsto para dia 12, e só na próxima semana o anúncio formal será feito. No Globo, Malu Gaspar escreve sobre ofensiva do PT no WhatsApp, com a pré-campanha de Lula em território digital bolsonarista. O ex-presidente inaugurou uma leva de grupos de WhatsApp dedicados a movimentar os seguidores. Ainda sobre o PT, Painel da Folha noticia que pré-candidatura de Reginaldo Lopes ao Senado em MG ameaça aliança de Kalil com Lula. Líder do partido na Câmara, ele quer concorrer, mas PSD conta com atual senador. Segundo a coluna, a possibilidade de o líder ser candidato por Minas Gerais na chapa de Alexandre Kalil (PSD) ao governo ameaça inviabilizar a aliança entre os dois partidos no estado. E Bolsonaro reage à rejeição do eleitorado feminino. O Globo destaca que o presidente usará o mês de março para fazer acenos às mulheres e diminuir a sua rejeição por 60% das mulheres, segundo a última pesquisa Datafolha. Nesta terça-feira, que marca o Dia Internacional da Mulher, Bolsonaro participou do hasteamento da bandeira no Palácio da Alvorada e ainda realizará uma solenidade especial sobre a data no Palácio do Planalto. O governo lança hoje medidas de crédito em série e começa com foco na mulher. O Programa Brasil pra Elas é criado enquanto aliados veem rejeição feminina como obstáculo a Bolsonaro. O governo tem nas mãos um pacote de crédito que prevê de R$ 82 bilhões a R$ 100 bilhões em empréstimos. Planalto pretende movimentar a economia usando a experiência dos programas criados durante a pandemia, que emprestaram R$ 63 bilhões a 850 mil empresas. BRASIL NA GRINGA Reportagem no New York Times nesta terça-feira, 8, informa que a Amazônia é menos capaz de se recuperar de secas e extração de madeira, segundo estudo. “A região está se aproximando de um limiar além do qual suas florestas podem ser substituídas por pastagens, com enormes repercussões para a biodiversidade e as mudanças climáticas”, relata. O Financial Times também repercute o relatório: A floresta amazônica está perdendo sua capacidade de se recuperar da destruição. “Pesquisa de satélite descobre que um 'ponto de inflexão' irreversível pode estar se aproximando”, resume. “Se chegarmos a esse ponto de inflexão, e perder a floresta amazônica, teremos um feedback significativo sobre as mudanças climáticas globais”, diz o cientistas Tim Lenton, diretor do Global Systems Instituto da Universidade de Exeter, na Inglaterra. INTERNACIONAL Na mídia ocidental, os desdobramentos da guerra continuam sendo o centro das atenções. Enquanto os jornais americanos apontam as baixas severas na população civil, assim como jornais europeus, que expressam ainda os impactos econômicos, a imprensa russa fala que a situação na Ucrânia está mudando. Sputnik: Zelensky expressa prontidão para 'discutir e encontrar um compromisso' sobre o status da Crimeia e Donbass. “Estou falando de garantias de segurança. Acho que itens sobre territórios ocupados temporariamente e repúblicas não reconhecidas que não foram reconhecidas por ninguém além da Rússia, essas pseudo-repúblicas. Mas podemos discutir e encontrar o compromisso de como esses territórios continuarão a viver. O que é importante para mim é como vão viver as pessoas nesses territórios que querem fazer parte da Ucrânia”, disse Zelensky à ABC News. A nova posição do presidente ucraniano é manchete também do Russia Today e do Moscow Times. E, na China, a reação de Pequim ao que considera mentiras da Casa Branca. O Global Times noticia que o Conselho de Segurança Nacional dos EUA divulgou desinformação sobre a crise da Ucrânia para manchar a China. O Ministério das Relações Exteriores da China refutou os relatórios e apontou que os EUA fabricaram informações para difamar a China. Citando “funcionários anônimos” para divulgar desinformação para enganar o público é um velho truque que os EUA vêm jogando. O Diário do Povo engrossa mais o tom: Washington não honra palavras de não buscar nova Guerra Fria, diz Wang Yi. “A China exortou os Estados Unidos na segunda-feira a cessar sua competição de soma zero e rivalidade geopolítica com o país, dizendo que Washington deveria trabalhar com Pequim para colocar os laços bilaterais de volta no caminho certo de desenvolvimento sólido e estável, como prometeu”, aponta o jornal. New York Times destaca em manchete que o desespero cresce e a crise humanitária piora para ucranianos presos no ataque da Rússia. “Duas semanas após o início da invasão, dezenas de milhares de ucranianos estão sem comida, água ou energia”, informa. “Os russos estão cada vez mais recorrendo a bombardeios indiscriminados para ajudar suas forças a avançar”. Washington Post vai na mesma linha: Cresce a crise humanitária na Ucrânia. Wall Street Journal coloca como assunto principal na capa que Rússia ataca alvos civis enquanto as negociações avançam pouco. “Negociadores ucranianos e russos encerraram uma terceira rodada de negociações com pouco progresso, enquanto os militares da Ucrânia se mantiveram firmes em várias frentes e a Rússia continuou a bombardear cidades e áreas residenciais”, resume. O Financial Times destaca em manchete que os mercados foram abalados por pressão para proibição de petróleo russo em reação à guerra na Ucrânia. O jornal aponta que o barril de petróleo atinge nível mais alto desde 2008 e investidores despejam ações após ameaça de sanções energéticas. “Em um dia de extraordinária volatilidade, o petróleo bruto Brent de referência internacional subiu para uma alta de US$ 139 por barril — um nível atingido pela última vez há 14 anos — antes de cair para US$ 123,21, um aumento de 4,3% no dia. NYT diz que EUA avaliam proibição do petróleo russo à medida que os preços do gás aumentam e a guerra na Ucrânia cresce. “As ações globais caíram na segunda-feira, quando autoridades dos EUA discutiram um corte de petróleo, e os preços do gás atingiram uma média nacional acima de US$ 4, mais de 10 por cento em uma semana”, noticia. Sobre o impacto da guerra na economia russa, WSJ informa como as apostas dos gigantes do petróleo na Rússia, anos em construção, desmoronaram em dias. “Retiradas rápidas da BP, Shell e Exxon após décadas cultivando relacionamentos próximos mostram os perigos crescentes de fazer negócios com Moscou”, diz o jornal. “Nós efetivamente nos afastamos de nossos negócios na Rússia”. E o Financial Times fala sobre a reação da Venezuela às conversas com a Casa Branca sobre a exportação de petróleo: Maduro elogia conversas 'cordiais' com EUA enquanto Ocidente busca novos suprimentos de petróleo. “Reunião com presidente venezuelano ocorre enquanto Washington pondera proibição de importações de energia russa”, reporta. No espanhol El País, reportagem diz que Bruxelas planeja expulsar gigante de energia russa Gazprom do mercado europeu de reservas de gás. “A Comissão Europeia apresenta esta terça-feira uma bateria de propostas para aliviar a pressão dos preços da eletricidade”, aponta o jornal. Rússia ameaça cortar fluxo de gás para a Europa. O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung informa que o chanceler Olaf Scholz é contra o embargo do petróleo. Ele vê o fornecimento de energia da Europa em risco se o Ocidente decidir interromper as importações de petróleo e gás russos. “Atualmente, não há outra maneira de garantir o fornecimento de energia da Europa para geração de calor, mobilidade, fornecimento de energia e indústria”, disse. O aprovisionamento energético é, portanto, “de importância essencial para os serviços de interesse geral e para a vida cotidiana dos cidadãos”. O inglês The Guardian aposta na manchete na rejeição do governo ucraniano a uma oferta da Rússia de permitir que refugiados fujam através de “corredores humanitários” para a própria Rússia. A oferta veio como parte de uma terceira rodada de negociações de paz, marcada pelo contínuo bombardeio da Rússia às principais cidades em meio a tentativas fracassadas de evacuar civis nos últimos dias. O Times apresenta uma imagem angustiante de uma mulher ucraniana que ficou parcialmente cega pelo bombardeio russo, relatando que os horríveis ferimentos sofridos por civis explicam o progresso da invasão “melhor do que qualquer mapa militar”. O artigo se concentra no bombardeio de Kharkiv, onde crianças feridas estão sendo tratadas por “equipe médica exausta” enquanto fogo de artilharia e caças “balançam as janelas” dos hospitais. Em reportagem com chamada de capa, o Times diz que Xi é o único líder que pode parar a guerra na Ucrânia. “Se a China não controlar o criminoso violento no Kremlin, o resultado será um Ocidente rejuvenescido e Taiwan mais forte”, escreve William Haia. “Apenas uma pessoa no mundo tem o poder de deter o derramamento de sangue na Ucrânia. Você pode pensar que é Vladimir Putin, mas ele agora está preso em um vórtice de sua própria criação, uma luta até o fim em que ou a Ucrânia será destruída ou ele será. Nem é Joe Biden. Apesar de todos os apelos emocionais de Kiev para criar uma zona de exclusão aérea da Otan, tal ideia não acabaria com o conflito atual e arriscaria iniciar um muito maior. O Ocidente está prestando enorme assistência à Ucrânia, mas é impotente para impedir o massacre”. |
AS MANCHETES DO DIA |
Folha: Rússia faz exigências para encerrar guerra na Ucrânia Estadão: Governo avalia congelar preços da Petrobrás para combustíveis O Globo: Ucrânia repudia oferta de rota de fuga para a Rússia Valor: Governo estuda congelar os combustíveis durante guerra BBC Brasil: O que China tem a perder ao apoiar Rússia? UOL: O que China tem a perder ao apoiar Rússia? G1: Ucrânia começa a retirar civis pelos corredores humanitários R7: Rússia promete abrir corredores humanitários, mas ucranianos têm medo de sofrer ataques Luís Nassif: Xadrez do golpe que será dado nas eleições Tijolaço: Decisão sobre combustíveis não pode demorar Brasil 247: O Brasil e a guerra na Ucrânia, por Paulo Nogueira Batista DCM: Rotas de fuga para civis são abertas em 5 cidades da Ucrânia Rede Brasil Atual: Mulheres sofreram mais os efeitos da pandemia no mercado de trabalho, principalmente as negras Brasil de Fato: Participação feminina nas eleições presidenciais de 2022 deverá ser a menor em 20 anos Ópera Mundi: Rússia apresenta exigências para encerrar guerra; Kiev fala em 'pequeno avanço' após reunião Fórum: Joaquim Barbosa é cortejado pela mídia para substituir Moro na terceira via Poder 360: 13º dia de guerra tem corredores humanitários e cessar-fogo Congresso em Foco: Ambientalistas preveem dificuldade para barrar mineração em terras indígenas NYT: Desespero cresce para civis presos Washington Post: Cresce a crise humanitária na Ucrânia WSJ: Rússia ataca cidades à medida que negociações falham Financial Times: Mercados abalados por pressão para proibição de petróleo russo à medida que a crise de refugiados aumenta The Guardian: Kiev rejeita oferta de Putin de deixar pessoas fugirem para a Rússia The Times: Rostos estilhaçados traçam a estratégia de Putin melhor do que qualquer mapa Le Monde:Ucrânia: Civis presos pela guerra Libération: Ucrânia: o êxodo e o pavor El País: Temor à economia de guerra La Vanguardia: Dura ofensiva russa no avanço até Odessa, no Mar Negro Clarín: Ucrânia rechaçou o ultimato de Putin e o combate corpo a corpo segue em Kiev Página 12: A dívida é conosco Granma: Elas, nós, no caminho do patrimônio Diário de Notícias: “Há discriminação na ciência, com danos para a saúde das mulheres” Público: Combustíveis são só o início de um aumento geral de custos na economia Frankfurter Allgemeine Zeitung: Mais de 1,7 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia Süddeutsche Zeitung: Você deveria ter medo Moskovskij Komsomolets: FORA DO AR! RT: Zelensky pronto para 'compromissos' no Donbass e na Crimeia Pravda: A Rússia se tornou o líder mundial em número de sanções The Moscow Times: Zelenskiy da Ucrânia se diz aberto a 'compromisso' com a Rússia na Crimeia e territórios separatistas Diário do Povo: Xi enfatiza dirigir militares de acordo com a lei |
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