O governador paulista João Doria (PSDB), que deveria deixar hoje o cargo para se lançar candidato à presidência da República, acordou inclinado a terminar o mandato e abandonar a disputa. A informação é dos repórteres Carolina Linhares, Cristina Camargo e Eduardo Scolese, da Folha de S. Paulo, em reportagem publicada agora cedo, pouco antes do fechamento do Meio. A decisão nasce do mal desempenho do tucano na última pesquisa do Datafolha — ele aparece com 2% das intenções de voto e sua rejeição, de 30%, é alta demais. Além disso, cresce o apoio, dentro do partido, às pretensões do governador gaúcho Eduardo Leite, que mesmo derrotado nas prévias considera ter mais chances na corrida pelo Planalto. O plano de Doria, de acordo com a reportagem, é seguir até o fim de seu mandato no Palácio dos Bandeirantes, mas não concorreria à reeleição. (Folha)
Leite, por sua vez, deve renunciar hoje ao governo do Rio Grande do Sul, e será substituído por Ranolfo Vieira Júnior. (g1)
Então... Leite está dando todos os sinais de que está no páreo para a eleição presidencial. “Tantas coisas mudam no cenário, não faz sentido ficarmos acorrentados às prévias, embora elas sejam legítimas”, disse ele, que defendeu a possibilidade de apoio a um candidato de fora do partido, como a senadora Simone Tebet (MDB-MS). (Folha)
Pois é... Mais uma pesquisa confirma as dificuldades de Doria numa eleição cada vez mais disputada entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). A distância num eventual segundo turno entre os líderes caiu para 12 pontos, a menor já registrada este ano pelo PoderData. Segundo pesquisa divulgada ontem, o petista tem 50% das intenções de votos, contra 38% de seu adversário. Em janeiro, a vantagem do ex-presidente era de 22 pontos. Na simulação de primeiro turno, o resultado ficou estável em relação à pesquisa anterior: Lula com 41%, Bolsonaro com 32%, Ciro Gomes (PDT) com 7%, Sérgio Moro (Podemos) com 6%, João Doria (PSDB) com 3%, André Janones (Avante) com 2% e Eduardo Leite (PSDB) e Simone Tebet (MDB) com 1% cada. Vera Lúcia (PSTU) e Luiz Felipe D’Ávila (Novo) não pontuaram. (Poder360)
Após provocar uma crise institucional entre Judiciário e Legislativo, o deputado bolsonarista Daniel Silveira (União-RJ) aceitou no fim da noite de ontem recolocar uma tornozeleira eletrônica quando o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de seus bens e estabeleceu uma multa diária de R$ 15 mil até que ele obedecesse à ordem. Moraes havia determinado a recolocação da tornozeleira a pedido da PGR após Silveira retomar os ataques ao STF e a seus integrantes. Agentes da PF e da Polícia Penal do DF foram durante o dia à Câmara colocar a tornozeleira no parlamentar, que se recusou a cooperar. A presença da PF desagradou o Congresso. O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PSD-AM), disse que o plenário era “um ambiente inviolável”. (Metrópoles)
Diante do imbróglio provocado por Silveira, o Supremo decidiu marcar para o próximo dia 20 o julgamento do deputado. Mais cedo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a cobrar do STF mais agilidade no caso. “Seria desejável que o Plenário do STF examinasse esses pedidos o mais rápido possível, e que a Justiça siga a partir dessa decisão final”, disse, por meio de nota. (UOL)
A Polícia Federal enviou ontem ao STF um relatório concluindo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não interferiu na corporação para proteger parentes e aliados. A investigação foi aberta em 2020 a pedido da PGR após acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, hoje pré-candidato à Presidência pelo Podemos. Ao deixar o ministério, ele acusou Bolsonaro de tentar interferir em investigações ao cobrar a troca do chefe da PF no Rio e ao exonerar o diretor-geral da corporação. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, deve encaminhar o documento da PF à PGR. (g1)
Enquanto isso... A ministra do STF Rosa Weber negou ontem o pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, para arquivar o inquérito que investiga se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação ao não dar prosseguimento a denúncias de fraude na tentativa de compra da vacina indiana Covaxin. Aras argumentou que não era atribuição do presidente abrir uma investigação, mas Rosa Weber concluiu que ao chefe do Executivo “não assiste a prerrogativa da inércia nem o direito à letargia”. A PGR vai recorrer. (UOL)
E após um período de trégua, Bolsonaro voltou a atacar as urnas eletrônicas. Em evento no Rio Grande do Norte, ele disse que “os votos serão contados no Brasil. Não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos”. Os votos nas eleições brasileiras são totalizados pelo sistema do TSE, em Brasília, sob fiscalização dos partidos. (Metrópoles)
Para comemorar o aniversário do golpe civil-militar de 1964, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto — que está de saída para ser vice de Bolsonaro —, publicou uma ordem do dia classificando o que chama de “movimento” como “marco na evolução política” que “fortaleceu a democracia” no país. Não há no documento referência ao fechamento do Congresso, às torturas e desaparecimentos nem à censura à imprensa e às artes. (g1)
O secretário do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, confirmou ontem que tropar russas foram retiradas da região de Kiev — embora o bombardeio à capital continue — e realocadas nas províncias separatistas de Kharkiv e Donetsk. Se confirmado, o movimento reforça a avaliação de especialistas de que Vladimir Putin buscaria agora consolidar o controle sobre essas áreas no Leste da Ucrânia. Isso também aumenta a pressão sobre a cidade portuária de Mariupol, ligação entre as duas províncias e a Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. (New York Times)
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