Um golpe no Judiciário de El Salvador assusta o mundo. Após o triunfo retumbante do Novas Ideias, partido do presidente Nayb Bukele, nas últimas eleições legislativas de março, o Parlamento aprovou neste sábado a destituição de todos os magistrados do Supremo Tribunal de Justiça do país. A ação acontece em concordância ao descontentamento de Bukele com a Corte, acusada por ele de proferir "sentenças arbitrárias". A manobra suscitou críticas da administração do presidente dos EUA, Joe Biden, e de organizações como a Human Rights Watch. Já no Brasil, foi elogiada pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente que já se manifestou por diversas vezes —e inclusive incitou protestos— contra o STF. "Juízes julgam casos, se quiserem ditar políticas que saiam às ruas para se eleger", tuitou o deputado. No Brasil, a semana começa com o afastamento do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que ficará 30 dias fora do cargo para se dedicar ao tratamento do câncer diagnosticado em 2019, que se espalhou para o fígado e os ossos. Também terá início, de fato, a CPI da Covid, com os depoimentos de três ex-ministros da Saúde da gestão de Bolsonaro. O presidente ganhou uma injeção de ânimo nas ruas no último sábado, quando seus eleitores foram de verde amarelo manifestar seu apoio irrestrito ao mandatário, defendendo, inclusive, sua reeleição. Mas o escrutínio de sua gestão da pandemia deve começar a gerar incômodo com a fala de Henrique Mandetta, potencial candidato a presidente em 2022, nesta terça-feira. Primeiro ministro retirado do cargo pelo mandatário brasileiro, ele será questionado sobre a falta de suporte do presidente durante o combate à doença. Também serão ouvidos nesta semana Nelson Teich e Eduardo Pazuello. O início da fase de depoimentos coincide com a ida do maior adversário político de Bolsonaro, o ex-presidente Lula, à Brasília, conta o correspondente Afonso Benites. Já imunizado com as duas doses da vacina contra a covid-19, o ex-presidente terá uma agenda de encontros com lideranças políticas, restabelecendo o contato presencial na capital perdido com o impeachment de Dilma Rousseff e sua prisão em Curitiba. O repórter Rodolfo Borges revisita nesta edição estes tempos de crise petista, por meio da "versão do diretor", o ex-deputado Eduardo Cunha, em seu livro Tchau, querida - o diário do impeachment. "Para o ex-presidente da Câmara, beneficiado pela revogação de seu pedido de prisão no fim de abril, a democracia brasileira sempre esteve em vertigem, e ele não tem nada a ver com isso", escreve Borges. | |||||
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