Numa guinada histórica, a Casa Branca de Joe Biden anunciou nesta quarta-feira que aceitará suspender as patentes das vacinas contra a covid-19. O anúncio, que reverte a posição de Donald Trump, chega quando a situação na Índia, que atravessa a pior onda da covid-19 do mundo desde o começo da pandemia, lembra aos países mais desenvolvidos que, até que o coronavírus seja derrotado em todo o planeta, ninguém estará totalmente a salvo. O Brasil, no entanto, contrariando sua trajetória anterior em epidemias como a da Aids, segue contrário à liberação das patentes. Em novo episódio de seu podcast, o neurocientista Miguel Nicolelis analisa a situação da Índia e revela resultados animadores sobre a vacinação em São Paulo que podem ser ofuscados por uma nova explosão de casos. “O General Inverno pode trazer a terceira onda”, adverte. No Senado brasileiro, a CPI da Covid segue dissecando os passos do Planalto na gestão da pandemia. Enquanto a morte de Paulo Gustavo catalisava nas redes as críticas ao Governo Bolsonaro, o ex-ministro e médico Nelson Teich prestava seu depoimento. Narrou os alertas dados ao presidente sobre a ineficácia da cloroquina e criticou o endosso dado pelo Conselho Federal de Medicina ao medicamento sem eficácia. Bolsonaro, no entanto, repete sua fórmula de partir para o ataque quando acuado: mirou a China e voltou a ameaçar proibir medidas de isolamento social nesta quarta. "Maria, você tem apenas 2 anos. Um, dois. E apenas esses dois anos separam seu nascimento da morte do seu pai, Lilo Clareto. Maria, seu pai foi vítima de extermínio”, escreve Eliane Brum, na carta-coluna na qual se dirige à filha do premiado fotógrafo Lilo Clareto, que morreu em 21 de abril por complicações da covid-19. "Não, Maria, não acredite nem por um segundo que era hora de o seu pai morrer. Não era. Seu pai, como centenas de milhares de brasileiros, morreu porque Jair Bolsonaro e seu Governo executaram um plano de disseminação do novo coronavírus para, supostamente, alcançar o que chamam de 'imunidade de rebanho.'” Na seção EL PAÍS que fazemos desta quinta-feira, a repórter Beatriz Jucá conta sobre a intensa tarefa que vem abraçando desde março de 2020: a cobertura da maior crise sanitária do século. “Sigo nessa cobertura muito mais humana do que eu entrei”, diz. Cearense de nascimento, Jucá —que ao lado da também repórter Heloísa Mendonça venceu um prêmio do Centro Internacional para Jornalistas sobre a cobertura da pandemia— tem o desafio de contar histórias de um Brasil plural, que vai muito além do Sudeste. “O EL PAÍS mudou a minha visão de mundo, mudou a forma como eu olho para o meu país, como olho para o mundo.” | ||||||||||||||
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