O presidente Jair Bolsonaro enfrenta, a partir desta terça-feira, uma das maiores provas de fogo de seu mandato. A CPI da Covid-19 estreia nesta manhã com o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Bolsonaro terá de enfrentar as acusações de que geriu a crise sanitária de maneira leviana, mais preocupado com as pressões nas redes sociais e com a reeleição em 2022 do que com a perspectiva de milhares de mortes. Em um livro publicado no ano passado, Mandetta já havia afirmado, por exemplo, que a distribuição de cloroquina seguia uma estratégia. Segundo ele, o presidente dizia: “vamos dar esse remédio porque com essa caixinha na mão os trabalhadores voltarão à ativa”. A repórter Beatriz Jucá explica as expectativas sobre o depoimento e as estratégias dos senadores alinhados ao Planalto para tentar explorar o telhado de vidro do ex-ministro. Nos Estados Unidos, os analistas seguem interpretando os passos de Joe Biden, que enfrenta a resistência de Wall Street e dobrou o imposto sobre o ganho de capital. Trata-se de um ponto de inflexão na luta contra as desigualdades no país, escreve Andreu Missé. Uma ideia que, se prosperar, pode representar uma mudança radical no debate global sobre o papel das taxações, em consonância com o que o economista Thomas Piketty defende desde 2013. Na esfera cultural, Joana Oliveira traz as histórias de artistas brasileiros que ressignificaram suas obras durante a pandemia de covid-19 e lidaram com a inevitável influência da crise sanitária na inspiração de sua arte. Artistas que pintam as memórias do hoje e acendem a intuição do público para o amanhã. “O meu trabalho se transformou em uma sentinela desse novo cotidiano. Ele tem sido um grito”, diz a artista mineira Jeane Terra. A partir desta terça, apresentamos o EL PAÍS que fazemos. Em seção especial, depoimentos de diretores e repórteres mostram o cotidiano e as reflexões dos profissionais que fazem em redações em Madri, Washington, Cidade do México ou São Paulo um dos maiores jornais do mundo. Na estreia, Carla Jiménez, diretora da edição brasileira, fala sobre os desafios e responsabilidades na produção do conteúdo de qualidade para os exigentes leitores do Brasil. "Nós vivemos um momento em que é preciso coragem para se posicionar”, diz ela. | |||||
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