segunda-feira, 10 de maio de 2021

Orçamento secreto financiou compras superfaturadas para parlamentares

 Montado no final do ano passado para ampliação do apoio ao governo Bolsonaro no Congresso, um verdadeiro Orçamento paralelo de até R$ 3 bilhões está financiando principalmente a compra superfaturada de equipamentos agrícolas. Com especificações e destino estabelecidos por um grupo de parlamentares, os tratores e retroescavadeiras, entre outros veículos, chegam a custar 259% acima da tabela de referência do próprio governo, segundo o furo de reportagem do jornalista Breno Pires. Entre os beneficiários estão o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), e a atual ministra da Secretaria de Governo, a deputada Flávia Arruda (PL-DF). Este tipo de verba não deveria ter o destino estabelecido por parlamentares para seus redutos eleitorais e sim pelos ministérios, com critérios técnicos. Escamoteado como foi, também dificulta propositalmente a avaliação pelo Tribunal de Contas da União (TCU). (Estadão)

Para políticos da oposição e especialistas, o “tratoraço” é gravíssimo e lembra o caso dos Anões do Orçamento, que levou à renúncia parlamentares e promoveu cassações de mandatos — nem todas justificadas. Eles querem que o Ministério Público Federal e o TCU investiguem. (Estadão)

Nas compras determinadas por parlamentares, os tratores são o item favorito. E mais, das 115 máquinas compradas a um custo de R$ 15 milhões, somente 12 estavam dentro do preço de referência do Ministério do Desenvolvimento Regional, por onde passou a verba. O ministério admite que o destino do dinheiro é determinado pelos congressistas. Entenda como funciona o esquema. (Estadão)




O Democratas está sob “ataque especulativo” motivado “por inveja” de sua posição relevante na política nacional. Essa foi a avaliação que o presidente da legenda, ACM Neto, fez ao Painel a respeito da recente debandada de líderes regionais. Pois Neto tem outros problemas pela frente. A ideia de criar o DEM Diversidade para tratar de pautas identitárias irritou a ala ultraconservadora/evangélica, que ameaça sair do partido se a iniciativa não for revista. (Folha)

ACM Neto pode minimizar a situação, mas o fato é que calaram fundo os anúncios de que o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, está trocando o partido pelo PSDB, enquanto o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ) vão migrar para o PSD. Para compensar as perdas, o DEM tenta atrair o governador fluminense Cláudio Castro, e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, duas vezes candidato à Presidência pelo PSDB. (Globo)

Seja qual for o movimento de Castro, as eleições do ano que vem no Rio caminham para deixar de lado questões regionais e replicar a polarização entre o bolsonarismo e o petismo, mesmo sem a participação direta do PT na chapa. (Globo)




Previsto para falar à CPI da Pandemia no dia 18, o ex-chanceler Ernesto Araújo vai ter pela frente temas espinhosos. Telegramas mostram que ele mobilizou o Itamaraty para importar cloroquina, mesmo depois de o remédio ser apontado como ineficaz contra a Covid-19 e descartado pela OMS. Fora do governo desde março, Araújo vem usando as redes sociais para minar o trabalho do sucessor, Carlos França, e conservar influência ideológica no Itamaraty. Segundo interlocutores, ele quer se manter em destaque para tentar um cargo eletivo no ano que vem. (Folha)

Falando em CPI... Após classificar o depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, como uma “grande decepção”, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que ele deverá ser reconvocado para explicar contradições entre a política do governo e as diretrizes do ministério. (UOL)

Coluna do Estadão: “Importante general da reserva resume o sentimento dos militares em relação ao destino de Eduardo Pazuello: teme que o ex-ministro da Saúde seja preso, como uma espécie de ‘prêmio’ aos senadores da CPI da Covid. Esse mesmo general não acredita que o Exército fará qualquer tentativa institucional de defender Pazuello, por mais injusta que possa ser a avaliação dos parlamentares. O motivo? Pazuello entrou no ministério como escolha pessoal do presidente Jair Bolsonaro e deixou o cargo da mesma forma.” (Estadão)




A primeira-dama ou o primeiro filho? Segundo Carolina Brígido, esse é dilema que Jair Bolsonaro enfrenta para indicar, em julho, um ministro “terrivelmente evangélico” para o STF. Michelle Bolsonaro faz campanha pelo advogado-geral da União, André Mendonça, companheiro de orações da família. Já o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quer emplacar o presidente do STJ, Humberto Martins, que também passa no quesito religião. (UOL)

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