A convocação dos atos de caráter golpista no dia 7 de setembro partiu, semanas antes, do presidente Jair Bolsonaro. A conclusão é da Procuradoria-Geral da República em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal. É a primeira vez que a PGR cita explicitamente o presidente nos inquéritos que envolvem atos antidemocráticos. No dia 15 de agosto, aponta a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, Bolsonaro usou mensagens de Whatsapp para defender a organização de um “contragolpe” às manifestações contrárias à sua gestão. A partir daí, segue a PGR, teve início a coleta de recursos e a organização dos atos de 7 de setembro. (Globo)
A reprovação ao trabalho do presidente Jair Bolsonaro atingiu seu recorde histórico, segundo pesquisa divulgada na noite de ontem pelo PoderData. O desempenho dele é ruim ou péssimo para 58% dos entrevistados, ótimo ou bom para 25% e regular para 15%. Entretanto, a pesquisa também indica estabilidade nessas avaliações, pois a rejeição cresceu 2%, e a aprovação recuou também 2% em relação à pesquisa anterior, divulgada há 15 dias. Ambas as variações acontecem no limite da margem de erro de dois pontos. A reprovação do trabalho de Bolsonaro é maioria em todos os grupos, mas fica abaixo dos 50% entre pessoas de 25 a 44 anos (46%) e entre moradores do Centro-Oeste (44%). Sua rejeição é maior entre mulheres (63%) que entre homens (53%). A reprovação do governo como um todo, 63%, também foi recorde, variando na margem de erro. A aprovação é de 31%. (Poder360)
Também divulgada ontem, pesquisa do Ipespe aponta igualmente rejeição recorde de Bolsonaro: 55% ruim ou péssimo contra 23% de ótimo e bom e 18% de regular, todas variando dentro da margem de erro. O levantamento também apurou intenções de votos para 2022. Em todos os cenários o presidente iria para o segundo turno atrás do ex-presidente Lula (PT), e este venceria qualquer adversário nas simulações da segunda votação. (Metrópoles)
Bela Megale: “O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não tem mostrado entusiasmo com a possibilidade de Bolsonaro se filiar a seu partido. Lira sabe que, se Bolsonaro for derrotado na eleição de 2022, não terá chance de se reeleger à presidência da Câmara com o capitão reformado em seu partido.” (Globo)
As manifestações de protesto contra Jair Bolsonaro convocadas para amanhã prometem reunir o mais amplo leque de campos políticos desde a campanha das Diretas Já, em 1984. Segundo Mônica Bergamo, 21 partidos (Cidadania, DEM, MDB, PC do B, PDT, PL, Podemos, Solidariedade, PSD, PSB, PSDB, PSL, PSOL, PT, PV, Rede, UP, PCB, PSTU, PCO e Novo) mais movimentos sociais, ONGs e sindicatos anunciaram que terão representantes na Avenida Paulista, e há protesto previstos para mais 76 cidades. (Folha)
O empresário bolsonarista Otávio Fakhoury protagonizou um caso de homofobia durante seu depoimento ontem à CPI da Pandemia ao publicar um tuíte em plena sessão debochando do Fabiano Contarato (Rede-ES). Homossexual assumido, casado e com dois filhos, Contarato interrompeu a sessão para exibir uma mensagem. O senador Omar Aziz (PSD-AM) cedeu-lhe a cadeira da presidência para que o parlamentar capixaba desse uma resposta enfática ao ataque. “O senhor não é um adolescente. É casado, tem filhos. Sua família não é melhor do que a minha”, disse. A CPI determinou ainda a abertura de investigação contra Fakhoury por homofobia. No depoimento propriamente dito, o empresário negou financiar a disseminação de notícias falsas e negacionismo, mas caiu em contradição ao admitir ter injetado dinheiro em blogs e perfis de redes sociais investigados por espalharem fake news. Ele repetiu alegações negacionistas, como a de que vacinas seriam experimentais – apenas para ser desmentido em tempo real pela Anvisa. (UOL)
A CPI aprovou a convocação dos médicos George Joppert e Andressa Joppert, apontados como integrantes do grupo de 12 profissionais que elaborou um dossiê de mais de dez mil páginas com acusações contra a operadora de saúde Prevent Senior. No documento, os médicos afirmam que a empresa realizou um estudo com cobaias humanas sobre tratamentos ineficazes contra a covid-19, como a hidroxicloroquina e outros, sem o conhecimento dos pacientes, que coagia os profissionais a prescreverem esses medicamentos e que ocultava o número real de mortes pela doença. A Prevent Senior nega todas as acusações. Para Omar Aziz, o depoimento do casal será o “fechamento das investigações sobre a operadora”. (g1)
Meio em vídeo. Quando todo o pesadelo passar e a gente for se debruçar no que foi o bolsonarismo, um capítulo vai ter de ser dedicado a essa história da Prevent Senior. Ainda é cedo, mas os indícios começam a se amontoar. Para atender a um capricho do presidente, seres humanos foram usados como cobaias. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)
Está mofando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o projeto que barra supersalários na administração pública. Um dos principais motivos é a pressão do Judiciário contra a medida. O presidente do STF, Luiz Fux, diz que “mudanças na Lei Orgânica da Magistratura (Loman) devem partir do Poder Judiciário”, que não fez qualquer movimento nos últimos quatro anos. (Estadão)
Conrado Hübner Mendes: “A cúpula perdulária e autoritária dos agentes públicos do Estado, formada por juízes, promotores e congêneres, nada perde de seu pacote de aberrações: férias de 60 dias para dar e vender (fora recessos); benefícios indenizatórios e livres de impostos (até retroativos); aposentadoria compulsória como pena máxima por delinquência funcional etc.” (Folha)
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