sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Câmara mantém veto a aumento de servidores


A Câmara dos Deputados reverteu a decisão do Senado e manteve o veto presidencial aos reajustes de salários de servidores públicos durante o período da pandemia. Não haverá aumentos até o final do ano que vem. Foram 316 votos pela manutenção do veto, 165 contra, e duas abstenções. Ao deixar o Congresso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Ficar atacando uma Casa em que o resultado não foi aquilo que ele esperava é muito ruim”, ele disse. Ontem, quando o Senado escolheu derrubar o veto, Guedes afirmou que os senadores trabalhavam contra o país. “Da mesma forma que fizeram com a Câmara antes, como eu disse no meu discurso, ontem fizeram com o Senado. O resultado de votação é um resultado daquilo que é construído, daquilo que a nossa democracia nos dá. Câmara e Senado têm trabalhado. Quando uma vai numa linha que a sociedade mesmo está contra, a outra Casa conserta, e vai assim. A Casa revisora serve pra isso.” (G1)

Míriam Leitão: “O Senado errou e, felizmente, a Câmara corrigiu a tempo, mantendo o veto do presidente Bolsonaro à permissão de aumento de salário de certas categorias de servidores. Mas esse caso é complexo e emblemático das contradições do governo. Há um fenômeno no Brasil que poderia ser definido como sensibilidade fiscal seletiva. Atinge a equipe econômica, o próprio ministro Paulo Guedes, e principalmente o presidente Jair Bolsonaro. Guedes disse que o Senado cometeu crime contra o país. Bolsonaro declarou que não poderia governar se o veto fosse derrubado, num exagero bem conveniente. Quando o presidente cria despesas corporativas é também crime contra o país e impedimento a que se governe? Bolsonaro é errático em matéria fiscal. Ele inicialmente não queria que houvesse proibição de reajustes a servidores federais. O ministro da Economia então incluiu esse ponto no acordo de transferência de recursos para estados e municípios para valer para toda a federação. O presidente decidiu proteger alguns. Demorou 20 dias para sancionar a lei dando tempo, assim, de aprovar aumentos de salários de policiais civis e militares do Distrito Federal, Amapá, Roraima e Rondonia e também para votar uma reforma na carreira dos policiais federais. Os adicionais dos salários das Forças Armadas estavam fora dessa proibição de reajuste, sob o argumento de que haviam sido garantidos pela reforma da previdência dos militares. Quando eleva as despesas públicas para beneficiar os grupos que protege, Bolsonaro não considera que isso inviabilize o governo, nem o ministro Paulo Guedes acha que é traição ao Brasil. A ambiguidade fiscal do presidente é sempre justificada pelo ministro da Economia.” (Globo)



O plenário do Supremo proibiu, ontem, o governo de produzir relatórios sobre a vida pessoal e escolhas políticas de quaisquer cidadãos. (Poder 360)



O ex-senador e ex-vice-presidente Joe Biden discursou ontem aceitando, formalmente, a indicação do Partido Democrata à presidência dos EUA. “O atual presidente alimentou a escuridão americana por muito tempo. Trouxe muita raiva, muito medo, muita divisão. Aqui e agora, dou a minha palavra: se me confiarem a Presidência, recorrerei ao melhor de nós, não ao pior. Serei um aliado da luz, não das trevas”, disse Biden. “Todas as eleições são importantes. Esta é uma eleição que definirá a vida.” Mantendo o tom dos quatro dias da convenção democrata, Biden reafirmou que a sua é uma candidatura que pretende ser ampla e de apelo nacional. “Embora seja um candidato democrata, serei um presidente americano. Vou trabalhar duro por aqueles que não me apoiaram, tão duro por eles quanto por aqueles que votaram em mim. Esse é o trabalho de um presidente, representar a todos nós, não apenas nossa base ou partido.” Até a FoxNews, canal ligado ao presidente Donald Trump, considerou seu discurso de encerramento triunfal. (Vox)
Assista ao discurso na íntegra. (CNN)



Steve Bannon, que de comandante da primeira campanha à presidência de Donald Trump tentou montar uma coalizão internacional da direita nacionalista, foi preso ontem acusado de estelionato. Com ele, a família Bolsonaro e seus principais assessores gostam de posar nas redes sempre que vão aos EUA. O ideólogo do trumpismo e mais dois sócios fizeram uma vaquinha virtual para erguer um muro na fronteira entre México e EUA, levantando com mais de cem mil americanos até US$ 25 milhões. Deste montante, Bannon usou pelo menos um milhão para despesas pessoais sem comunicar a ninguém. Durante a campanha online, contou com a ajuda e pedidos de Donald Trump Jr. O primogênito do presidente afirmou que não sabia do caráter fraudulento da iniciativa. Bannon foi liberado no final da tarde mediante fiança de US$ 5 milhões. (New York Times)

Então... O assessor olavista de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, soltou apenas um tuíte críptico: “Oderint dum metuant”. A expressão em latim quer dizer ‘Que odeiem, desde que temam’. A frase vem da peça Atreus, do poeta romano Lucius Accius. A frase serve para definir um tirano.

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