segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Por que Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?


“Vontade de encher sua boca de porrada, seu safado.” Foi a resposta que o presidente Jair Bolsonaro deu a um repórter do diário O Globo que lhe perguntou ontem a respeito dos depósitos feitos pelo ex-chefe de gabinete do filho Zero Um, Fabrício Queiroz, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. “Presidente, por que a sua esposa recebeu R$ 89 mil do Fabricio Queiroz?”, lhe perguntou o jornalista. Bolsonaro fez que não iria responder à imprensa, o repórter insistiu. “Por que foi acima dos R$ 40.000 que o senhor tinha dito?” Outro, da TV Globo, emendou — “E os depósitos seguidos na conta da empresa do Flávio, presidente? O senhor tinha conhecimento?” Queiroz depositou R$ 72 mil na conta de Michelle e sua mulher, Márcia, repassou outros R$ 17 mil. Os números foram levantados pelo Ministério Público do Rio, que investiga o esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa. Ao ameaçar o jornalista, Bolsonaro estava a caminho da Catedral de Brasília. (Poder 360)

As redes sociais explodiram. Artistas, influenciadores, jornalistas, políticos — gente de todo tipo republicou, no Twitter, a pergunta do repórter. Presidente @jairbolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?. (Globo)

Lauro Jardim pinçou em particular a fala do governador paulista, João Doria: “Bolsonaro voltou a ser Bolsonaro.” (Globo)

O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, seguiu pelo mesmo caminho. “O presidente vinha muito bem nas últimas semanas. Com sua moderação estava contribuindo para a pacificação do debate público. Lamentável ver a volta do perfil autoritário que tanta apreensão causa nos democratas.” (Twitter)

Mas nem todos os políticos se manifestaram. No Centrão, silêncio. Ouvidos pela coluna Painel, evitaram o tema. Consideram que foi uma recaída do presidente que não terá reflexos. (Folha)

Até o fechamento desta edição do Meio, o presidente ainda não respondeu à pergunta. É obrigação de funcionários públicos este tipo de transparência a respeito de dinheiro ilícito.



O panorama das eleições nas capitais brasileiras não é favorável ao PT — o partido, principal da esquerda e maior da oposição no Congresso, não tem um único candidato liderando em uma destas disputas municipais. O PSDB tem quatro, Em Porto Alegre e em capitais de menor influência — Palmas, Rio Branco, Natal. Em São Paulo, Russomano, do Republicanos, lidera seguido na margem de erro pelo tucano Bruno Covas. No Rio, com relativa folga, Eduardo Paes do Democratas é seguido pelo atual prefeito, Marcelo Crivella, do Republicanos. Em Belo Horizonte o prefeito Alexandre Calil, do PSD, tem mais de 50% das intenções de voto. (Poder 360)



Começa hoje, nos EUA, a Convenção Nacional do Partido Republicano. Será bem diferente da apresentada pelos democratas, na semana passada. Os adversários escolheram apresentar uma grande coalizão que incluía da esquerda do partido, liderada pelo senador Bernie Sanders, a até republicanos moderados, como o ex-secretário de Estado Colin Powell. O objetivo dos republicanos será apresentar o partido unido no entorno do presidente Donald Trump — e Trump deve ser o protagonista dos quatro dias do evento. O streaming começa às 22h, horário de Brasília, e pode ser assistido no site da convenção ou em todas as grandes redes sociais.
Trump precisa reverter o mau momento que vive. Joe Biden aparece dez pontos à sua frente nas pesquisas nacionais. Não bastasse, um de seus principais aliados durante a última campanha, o ativista Stephen Bannon, foi preso acusado de estelionato na semana passada. Ontem, foi publicado um áudio de sua irmã, Maryanne Trump, uma ex-juíza federal. “Ele só quer falar com sua base de apoiadores”, ela diz. “Ele não tem quaisquer princípios. Nenhum. Nenhum. E sua base, vou te contar, se você é uma pessoa religiosa você quer ajudar as pessoas. Não isto.” Aos 83, sem saber que estava sendo gravada por uma sobrinha, a juíza continuou. “Muda suas histórias. Não tem qualquer preparo. Mente.” (Washington Post)

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