Uma sexta-feira de notícias trágicas nos jornais brasileiros. Os principais diários nacionais dão ampla repercussão à operação policial na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 25 pessoas. O assunto é a manchete principal da Folha – Polícia mata 24 em ação mais letal da história do RJ –, Estadão – Operação policial mais letal na história do Rio deixa 25 mortos – e O Globo: Ação policial mais letal do Rio deixa 25 mortos em favela. Valor vai em tema econômico na manchete principal – Venda de Eletrobras via gerar R$ 100 bi, projeta o governo. E a edição brasileira do El País dá destaque central para o depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à CPI da Covid, no Senado. CPI encurrala Queiroga enquanto Bolsonaro faz ameaça: "Se não tiver voto impresso em 2022, não vai ter eleição". A ação da polícia carioca ganha repercussão global e está na capa dos principais jornais do mundo. As agências internacionais de notícias se encarregaram de amplificar os impactos da chacina, que ampliam a percepção no exterior de que o Brasil está vivendo em meio à barbárie. "O banho de sangue gerou críticas de grupos de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional, que criticou a polícia pela perda 'repreensível e injustificável' de vidas em um bairro povoado principalmente por negros e pobres", informa a Reuters em despacho cujo título dá a dimensão do estrago da operação na já abalada imagem do Brasil no exterior – Polícia do Rio desperta fúria internacional com 25 mortos em combate às drogas. Não bastassem os números trágicos da Covid – com mais de 408 mil mortes – o país volta a ser notícia com a sua fama de nação com a polícia mais violenta do mundo. O despacho da Associated Press foi republicado em mais de 1.600 veículos da imprensa estrangeira. O da Reuters é reproduzido em mais de 1.700 órgãos da imprensa no exterior. Também ganhou destaque nas páginas do New York Times, Washington Post, Le Monde, El País, The Guardian e Clarín. Leia mais em BRASIL NA GRINGA O assunto principal na cobertura política do dia foi o fiasco do depoimento de Queiroga na CPI. Todos os jornais destacam as evasivas do ministro, que tentou poupar o presidente Jair Bolsonaro de responsabilidades, numa manobra que acabou se virando contra o próprio médico. A Folha é direta: Ministro se omite sobre atuação de Bolsonaro na pandemia e irrita comando da CPI. Natália Cancian observa: "Queiroga sai menor de CPI após fugir de respostas e tentar preservar Bolsonaro". Queiroga irritou membros da CPI da Covid por evitar responder perguntas sobre a atuação de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia. Ele tentou driblar perguntas relativas ao posicionamento pessoal do presidente, recusou-se a dar sua opinião sobre o uso da hidroxicloroquina e não quis fazer uma avaliação das condições do ministério e das ações de enfrentamento à pandemia no momento em que assumiu o cargo. Igor Gielow resume: Show de omissão de Queiroga na CPI lembra que o problema é Bolsonaro Nas revistas semanais, a morte de Paulo Gustavo ganha as capas, mostra o país de luto e dá rosto à tragédia da Covid, colocando no colo de Bolsonaro a dor da morte do comediante e ator, querido por todos. IstoÉ resume: O Brasil do bem vai vencer. "A trágica morte do humorista Paulo Gustavo é o retrato da pandemia que ceifa a vida de nossos entes queridos. O ator, que irradiava alegria por onde passava, era uma espécie de parente de todos nós. É uma uma vítima de um governo que despreza o cuidado com seus cidadãos". Veja não joga a culpa da morte do comediante sob a responsabilidade da desastrosa condução da pandemia. A face da tragédia, destaca a manchete de capa. "Um dos maiores nomes do humor nacional, o ator Paulo Gustavo, de apenas 42 anos, morre de Covid-19 no auge de sua carreira, causa comoção e deixa o país em luto". A revistaFocus Brasil, editada pela Fundação Perseu Abramo, dá destaque ao aniversário do impeachment de Dilma, que escreve na revista sobre os resultados do seu afastamento do governo de maneira ilegal e fraudulenta. Aponta a revista: 5 anos do golpe. "Desde a saída da ex-presidenta do Planalto, o país acumula retrocessos e vive um desmonte, com impactos na vida nacional. Dilma faz um balanço e afirma que é chegada a hora de virar o jogo com Lula". A revista começa a circular neste sábado, 8 de maio. Carta Capital aponta a atenção do leitor para a atuação do ministro da Economia: Ao gosto do freguês. "No mundo esotérico de Paulo Guedes vale até manipular dados de criação de empregos, arrecadação, carga tributária...", destaca a revista na capa. Já a revista Época, que encerra suas atividades, trata da pandemia e o novo epicentro da Covid: Vírus ativo. "A Índia se torna o epicentro da pandemia – com consequências nefastas para o Brasil e o mundo". BRASIL NA GRINGA El País destaca: 25 mortos na segunda operação policial mais letal do Rio de Janeiro. "Ataque antidrogas desencadeia tiroteio em Jacarezinho, uma das favelas da zona norte da cidade", relata o jornal espanhol. O diário ainda reporta a reação das autoridades às críticas: Polícia nega erro em operação que matou 25 no Jacarezinho e critica "ativismo que vitimiza criminoso". No New York Times: Operação Policial no Rio de Janeiro sai com pelo menos 25 mortos. "Policiais e ativistas de direitos humanos consideraram a operação de quinta-feira em um distrito controlado por traficantes de drogas a mais letal da história da cidade", sublinha o correspondente Ernesto Londoño. E o Washington Post: Brasil chocado com operação policial belicosa que deixa 25 mortos na favela do Rio de Janeiro. "A violência policial e o crime têm sido, nos últimos anos, uma das discussões políticas mais polarizadoras do Brasil. A polícia mata milhares de brasileiros todos os anos, a esmagadora maioria dos quais são negros e pobres. Só em 2019, a polícia matou cerca de 5.800 pessoas", escreve Terrence McCoy. No francês Le Monde – Brasil: pelo menos 25 mortos em operação antidrogas no Rio. "O resultado da operação, lançada quinta-feira contra traficantes acusados de recrutar menores no bairro pobre de Jacarezinho, é o mais pesado desde 2016", pontua o jornal, a partir de despacho da France Presse. E no inglês The Guardian – Rio de Janeiro: pelo menos 25 mortos na operação policial mais letal da cidade na favela. "Ataque em violação de ordem judicial é a cidade mais letal de todos os tempos", informa Tom Phillips. "Polícia brada golpe contra gangues de traficantes, mas críticos condenam 'massacre'". O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung também trata da ação da polícia carioca: Pelo menos 25 mortos na operação policial mais sangrenta da história do Rio. "Um especialista descreve a operação na favela do Jacarezinho como 'catastrófica'. As operações policiais nas favelas estavam, na verdade, suspensas pelo tribunal durante a pandemia de coronavírus". Sobre a crise sanitária, o Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca que há muito mais mortes por corona do que o relatado: pelo menos 6,9 milhões de mortes por Covid, e não 3,3 milhões. "De acordo com cálculos de cientistas americanos, mais de duas vezes mais pessoas morreram como resultado da Covid-19 do que o relatado oficialmente", informa. "A discrepância é particularmente alta em países com cuidados de saúde inadequados [como o Brasil]". Com base nos dados, o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Universidade de Washington, em Seattle, calculou 905.289 mortes corona para os Estados Unidos. O número oficial na quinta-feira era 574.043. No Brasil, o número de mortes estaria muito acima do registrado oficialmente. A estimativa precisa é de que o país tenha 595.903 óbitos em vez dos 408.680 computados pelo governo. |
AS MANCHETES DO DIA |
Carta Capital: Ao gosto do freguês. No mundo esotérico de Paulo Guedes vale até manipular dados de criação de empregos, arrecadação, carga tributária... Época: Vírus ativo. A Índia se torna o epicentro da pandemia – com consequências nefastas para o Brasil e o mundo Focus: 5 anos do golpe. Desde a saída da ex-presidenta do Planalto, o país acumula retrocessos e vive um desmonte, com impactos na vida nacional. Dilma faz um balanço e afirma que é chegada a hora de virar o jogo com Lula IstoÉ: O Brasil do bem vai vencer (e não pode perder a graça). A trágica morte do humorista Paulo Gustavo é o retrato da pandemia que ceifa a vida de nossos entes queridos. O ator, que irradiava alegria por onde passava, era uma espécie de parente de todos nós. É uma uma vítima de um governo que despreza o cuidado com seus cidadãos Veja: A face da tragédia. Um dos maiores nomes do humor nacional, o ator Paulo Gustavo, de apenas 42 anos, morre de Covid-19 no auge de sua carreira, causa comoção e deixa o país em luto Folha: Polícia mata 24 em ação mais letal da história do RJ Estadão: Operação policial mais legal na história do Rio deixa 25 mortos O Globo: Ação policial mais letal do Rio deixa 25 mortos em favela Valor: Venda de Eletrobras via gerar R$ 100 bi, projeta o governo El País (Brasil): CPI encurrala Queiroga enquanto Bolsonaro faz ameaça: "Se não tiver voto impresso em 2022, não vai ter eleição" UOL: ONU critica ação policial no Jacarezinho e pede investigação imparcial G1: Moradores do Jacarezinho denunciam execuções em ação mais letal da história do RJ R7: Nascidos em junho podem sacar o auxílio emergencial em dinheiro nesta sexta-feira Luis Nassif: Biden faz uma aposta ousada, defendendo a liberação da vacina de Covid-19, por Luis Nassif Tijolaço: Se Bolsonaro pudesse, Queiroga seria o próximo ex-ministro DCM: Operação policial no Jacarezinho que culminou em massacre é ilegal Rede Brasil Atual: Governo Bolsonaro quer 'passar a boiada' da privatização do SUS Brasil de Fato: Operação no Jacarezinho foi 2ª maior chacina da história do RJ, diz ONG Fogo Cruzado Ópera Mundi: Breno Altman: disputa entre Lula e Bolsonaro decide o futuro Fórum: ONU critica violência policial no Rio e pede investigações imparciais sobre Chacina do Jacarezinho Poder 360: Moradores do DF tentam escolher marca de vacina, diz secretaria New York Times: Empregadores vacilam sobre a requerimento de vacinas para o trabalho Washington Post: Com alarde, governador da Flórida assina lei de votação WSJ: Mortes globais pelo vírus já supera para o pico de 2020 Financial Times: Banco da Inglaterra prevê taxa de crescimento mais rápida do Reino Unido em mais de 70 anos The Guardian: Encontrem 102 bilhões para reconstruir o NHS, dizem especialistas aos ministros The Times: Economia deve crescer em ritmo recorde Le Monde: Sahel: um novo refém francês no Mali Libération: 10 de maio de 1981. A bela emoção de maio El País: 4M abre a batalha pelo poder no PSOE de Madri e de Andaluzia El Mundo: Sánchez admite seu fracaso, mas não muda o rumo do governo Clarín: Cristina trava Guzmán no uso do dinheiro que o FMI enviará a Argentina Página 12: Uma vacina contra as patentes Granma: Díaz-Canel conversa por telefone com Xi Jinping Diário de Notícias: Cimeira social. "Os objetivos são ambiciosos, mas realistas" Público: Estudar no curso mais caro do país vai custar 1625 euros por mês Frankfurter Allgemeine Zeitung: A campanha de vacinação está rolando Süddeutsche Zeitung: Armin Laschet: Você não pode correr um pouco The Moscow Times: YouTube é acusado de preconceito por bloquear a estratégia eleitoral anti-Kremlin de Navalny Global Times: Consumo na China para injetar confiança na era pós-pandemia Diário do Povo: Xi lidera economia aberta da China com inauguração de exposição ao consumidor |
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